OS OBSTÁCULOS DA VIDA

Prólogo

Para: J. M. com subida felicidade, discrição e sincera alegria. Ouso dizer, sem receio de me arrepender, especialíssima e singela é essa criatura que torna sublime o rebrilhar de meu amanhecer. – (Nota do Autor).

Para os preguiçosos e acomodados é fácil se renderem ao tédio e à autocomiseração. Esse não é o caso da linda mulher que assegura estar “bloqueada para o amor”.

E por eu não cultuar o ócio que obsta o progresso econômico e sociocultural, igual a minha querida amiga J. M. não me vejo com essa tendência para me fazer de vítima das circunstâncias ou conveniências pessoais, isto é, não consigo lidar com o vitimismo próprio ou de outrem.

LEMBRANÇAS PRAZEROSAS

Há algum tempo escrevi um texto intitulado “PROBLEMAS DA VIDA”. Naquela ocasião asseverei, por escrito, o que abaixo transcrevo:

“Crises financeiras, afetivas, socioeconômicos... Quem nunca as teve? Quem nunca viveu ou sentiu ciúme durante o namoro, noivado ou no casamento? Quem nunca teve divergências na família (com mulher, filhos, outros parentes) ou com amigos e amigas?” – (SIC).

O TEMPO PASSOU DEPRESSA

Parece que foi ontem, mas sabemos que nem sempre o tempo é fiel, afinal, momentos que poderiam ser eternos tendem a durar instantes e, no fim, acabam ficando para sempre em nossas memórias. Sem autopiedade é bom olhar pra trás e ver o quanto somos abençoados por termos vivido plenamente felizes. É fato: Com discrição e responsabilidade seremos capazes de nos superar.

Apesar dos muitos erros cometidos, adquirimos experiência e muito aprendizado, conhecemos outras pessoas e festejamos diversificados amores. O tempo passou, amadurecemos, e vimos o quanto tudo valeu a pena. As lembranças serão eternas em nossas memórias. Viver intensamente, como foi o meu e certamente o seu caso, significa colecionar momentos prazerosos.

Acontecerá novamente? Quem sabe? Isso dependerá exclusivamente de nós. O que não podemos é esquecer que o passado é como um prefácio que se finda no epílogo do presente. Já o desejado futuro promissor, entre beijos, abraços e outras ousadias mutuamente ansiadas.... Ah! Esse é um devaneio ou enigma que só a Deus pertence.

AS OBLITERADORAS CONVENIÊNCIAS

Faz muito tempo não nos vemos, não nos abraçamos, não rimos juntos como fazíamos das nossas piadas sem graça. Naquela ocasião não imaginávamos que um dia as trivialidades e arroubos das nossas juventudes se revelariam as melhores lembranças e prazerosas saudades.

As crises entre os casais sempre irão existir e não será saudável uma hipócrita exceção. A vontade de lutar por superar esses conflitos de interesses e manter acesa a fogueira da fé e a breve história de amor, talvez não exemplar para os filhos, netos e bisnetos, mas é preciso lutar para exercer o direito à individualidade. Nossas proibidas vontades são sempre mais fortes a depender do grau de anseio de cada um de nós.

UM SONHO DESEJADO

As pétalas do roseiral de minha imaginação caem no rio caudaloso, como lava que desce imponente encosta de montanhas em chamas, sem corrente e manso como um riacho divino.

Sua formosura morena não falseia sua beleza feminil, a qual se mostra suave e doce como suas lágrimas mornas antes insossas. Quero-a independente, descompromissada, com a boca esfomeada, lábios macios; discreta, prudente, sensata; responsável, bela, ousada e complemento dos meus anseios.

Você trocou o bom sentir do medo do pouco ser pelo apenas querer e muito saber fazer. Quero-a como já a tive em um sonho desejado. Quero-a sem culpa infundada pelo direito sagrado de dar-se a quem queira e saiba valorizar e apreciar sua formosura sem linde. Não sejamos hipócritas! Quase todas as mulheres já passaram, passam e/ou ainda passarão por uma situação conflituosa assim:

CONFISSÃO DE UMA MULHER EM CONFLITO

O "meu marido" é tão novo e bonito, mas o senhor "W" é tão atencioso e inteligente... Ou: Com o "meu marido" o sexo é sensacional, mas com o eclético e mais experiente "W" o papo flui melhor e natural, rimos, descontraímo-nos à beça e acontecem, quando deixo e quero fazer acontecer, coisas deliciosas, diferentes, não convencionais, e creio que só não me extenuo de prazer porque ainda resisto a alguns avanços e sandices a dois.

CONCLUSÃO

A linda amiga J. M. soube superar seus receios, ansiedades e conveniências familiares, socioculturais e religiosas. Mesmo sob a vigilância cerrada dos filhos e demais familiares, seguindo com maestria os ensinamentos da vida, ela pôs em prática seus projetos socioafetivos com amor, garra e disciplina.

Com determinação e amor-próprio, bem trabalhados, ela entendeu ser possível sobreviver às tempestades ou OBSTÁCULOS DA VIDA. Não há dúvida. A carismática e doce J. M. é uma vencedora! Para ela sexo é uma necessidade básica, assim como quando tem sede e precisa beber água.

J, M. se assemelha fisicamente a notável ex-aluna Analu que num texto outrora escrito foi por mim prestigiada da forma que se segue:

“... Analu merecia e queria comemorar, com ousadia, à volta às aulas. Antes das 21h:17min ela resplandeceu em minha residência em seu traje branco imaculado. Parecia uma médica adolescente em seu viço e esplendor feminino.”.

Certa ocasião Analu me confidenciou: “Tenho marido para me abraçar todos os dias. E creio que o principal pecado que as mulheres cometem no sexo sem compromisso é não saber separar as coisas. É misturar necessidade econômica com o prazer sem culpa. É se permitirem bloqueios pelas hipocrisias alheias!”. – (SIC).

Ah! Tenho certeza de que minha amiga J. M. não apenas por pagar suas próprias contas, mas sobretudo por haver superado seus receios, crê que o amor espontâneo, atrevido; quando todas as torpezas de outrora são permitidas; onde tudo o que antes era (foi) praticado às escondidas, hoje é visto e sentido na produção de espasmos sexuais dignificantes.