QUANDO O ERRADO PASSA A SER O CERTO – SEGUNDA PARTE

Prólogo

Para a sobrepeso ou obesidade, há o regime (dieta). Para a pobreza, existe o trabalho digno com salário justo. Mas para um caráter deformado e hipocrisia latente, não há voto de protesto nem tampouco nenhum tipo de tecnologia que resolva. – (Nota deste autor).

Às vezes fazemos coisas certas e essas ações no final dão errado. A magia ocorre quando tudo indicava que iria dar errado, mas afortunadamente o imprevisível acontece para dar certo. Ora, se tudo, desde o início, desse certo não descobriríamos a existência de algo errado. – (Nota deste autor).

Portanto, é necessário mais do que planejar e bem se assessorar, inovar com destemor, acreditar que nas derrotas e rasteiras da vida e nas ações equivocadas, há lições que, se aprendidas, o errado poderá se transmudar no certo. – (Nota deste autor).

A DISCUSSÃO ENTRE EUGÊNIO, HENRIQUE E FERNANDO

– Vocês entendem que o errado, em algum momento, poderá se transformar no certo? – Perguntou Eugênio se dirigindo aos amigos Henrique e Fernando.

– Entendo e dou um exemplo. – Respondeu Henrique alisando um bigode fino e cavanhaque estiloso, mas outrora, ambos imaginários.

– Essa eu quero ouvir. – Falou Fernando gesticulando para o garçom para pedir mais porções de asinhas de frango, bolinhos de feijoada e croquetes de couve-flor.

– A sociedade campinense não gostou quando um certo menino e aprendiz de político resolveu dar o calote nos fornecedores, não pagar o 13º salário aos servidores do município e, em pleno período natalino, deixou a cidade abarrotada de lixo.

Ora, atrasou salário e deixou lixo nas ruas de Campina Grande quando foi prefeito e até pouco tempo, elogiava o atual Governador da Paraíba e o chamava de melhor governador do Brasil, mas hoje é adversário ferrenho dele.

Um projeto de político com esse caráter é confiável? Não é, mas depois dessa sandice o cara foi eleito senador para representar os interesses dos paraibanos. Para mim, esse é um bom exemplo de que o errado passa a ser o certo, segundo o entendimento dos lesados e tontos, mas hoje desconfiados e inseguros.

– Não radicalize Henrique. Certamente esse “aprendiz de político”, como você diz, teve os motivos dele para tal reprovável atitude. – Disse Eugênio... O conciliador.

– Ah! Eu compreendo sim essa palhaçada. Compreendo por estar sabendo que o candidato a Vice-Presidente, adversário há décadas, do condenado em três instâncias da justiça, que no momento se encontra solto por haver sido considerado inocente pela mesma justiça que o condenou. – Disse Fernando acalorando a discussão.

E esse candidato a Vice-Presidente neste ano de 2022, também era um adversário ferrenho do condenado e hoje “inocente” candidato a Presidente da República a ponto de em 2018 dizer: “Não existe a menor chance de aliança com o PT. Vou disputar e vencer o segundo turno, para recuperar os empregos que eles destruíram saqueando o Brasil. Jamais terão meu apoio para voltar à cena do crime.” – (SIC).

Todavia, ao falar de Lula, Alckmin parabenizou o PSB por decidir apoiar o ex-presidente Lula nas eleições deste ano. “Nós temos que ter os olhos abertos para enxergar e ter a humildade de entender que ele [Lula] é hoje aquele que melhor reflete o sentimento de esperança do povo brasileiro”, afirmou o ex-governador de São Paulo.

Segundo Alckmin, Lula representa a “própria democracia porque é fruto dela”, e por ter conhecido as “vicissitudes”, é quem mais bem (sic) interpreta o sentimento da alma nacional. "Eu disputei com Lula em 2006, mas nunca colocamos em risco a questão democrática. O debate era de outro nível. Democracia é um valor, um princípio, e a principal tarefa é combater a mentira”, afirmou.

– Fico a imaginar qual seria o entendimento de nossos iluminados mestres Celestino, Edmundo, Evilásio, Eulália, Wilson e tantos outros sobre essa dicotomia e polaridade política que atualmente se acentua. – Falou Eugênio.

– Não chegamos a um consenso, mas entendo que os errados, nesses exemplos, passaram a ser os certos. Assim são os políticos que fazem dos seus eleitores palhaços em prol dos seus humores e decisões impensadas ou muito bem pensadas em causas próprias.

Vamos acompanhar para ver se essa radical mudança de pensamento e rumo darão certos para o “exemplar”, atualmente senador, candidato a Governador da Paraíba, e para o candidato a Vice-Presidente de um apedeuta inocentado pela mesma justiça que o condenou. – Concluiu Fernando para depois beber uma generosa dose de licor de jenipapo.

RELEMBRANDO UM TEXTO RECÉM–PUBLICADO

Faz pouco tempo que eu publiquei aqui no Recanto das Letras um alerta para meus leitores menos avisados. Na ocasião solicitei que não se aproximassem de manifestações e até evitassem exercer o direito de se expressar sobre tais ou quais partidos políticos ou seus representantes.

Neste ano de 2022, por conta das eleições de outubro, convém, a todos nós, acompanhar apenas pelos noticiosos sem se envolver diretamente nessas questões tendenciosas à anarquia, quebra de ordem e preceitos constitucionais.

Não há dúvida: Estamos diante de um cenário político extremamente polarizado. Adversários de muitos anos e pleitos acirrados hoje são amigos. Eles afagam seus egos com elogios como antes se apedrejavam com ferocidade. Enquanto isso... Nosso país continua com muitas desigualdades aumentando a pobreza, ressentimentos e rancores desmedidos.

CONCLUSÃO

Há algum tempo digladiam-se os poderes públicos. Não se entendem os poderes: Executivo, Judiciário e o Legislativo. Os desidiosos e supostos líderes de outrora, alguns condenados em mais de uma instância, há pouco tempo, hoje são candidatos a um importante cargo eletivo. Essa é a caracterização do errado se tornando certo!

Eles têm o apoio da Justiça cega, mas composta por iluminados de notório saber jurídico! Gira e roda, passa o tempo e voltamos à antiguidade em que imperava a lei do mais esperto, forte, cruel, rude e grosseiro.

Enfim, respeitando as opiniões contrárias... O ERRADO PASSA A SER O CERTO! E nesse sucessório de bestialidades repetem-se os (des)governos. Quando no período de eleições inauguram-se obras inacabadas.

No carrossel dos desentendimentos, onde se defende com "unhas e dentes" o refrão "pouca farinha meu pirão primeiro", os problemas sociais se acumulam e se perpetuam... Os desvios de conduta de quem devia dar o melhor exemplo faz a sociedade refém da insegurança jurídica, da desconfiança e do medo.

Observação: Caso o leitor (a) queira ler a primeira parte deste texto basta acessar o endereço abaixo:

https://www.recantodasletras.com.br/artigos-de-sociedade/7536248

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NOTAS REFERENCIADAS

– Textos livres para consulta da Imprensa Brasileira e “web”;

– Assertivas do autor que devem ser consideradas circunstanciais e imparciais.