UM MANECO NO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL – TSE

Prólogo

Quero dedicar este texto a minha amiga de adolescência que desencarnou no dia 17 de novembro de 2022, próximo passado, por volta das 17h:35min.

Tenho sob aura azulada a imagem da moça séria e até o aroma de borracha (ela trabalhava numa fábrica de sandálias e seu corpo aspergia esse aroma forte). É essa a imagem e cheiro que eu quero guardar no mais fundo de meu consciente. – (Nota deste Autor).

Este devaneio nostálgico foi escrito num rompante tempestivo de uma madrugada chuvosa. E no misto deste escrito não há nenhuma garantia do que seja ficção ou realidade. O texto pode ser real e/ou ficcional! Quem sabe? Talvez haja uma simbiose sombria neste escrito surreal.

Por isso rogo aos meus diletos e leais leitores que não façam ilações precipitadas ou comparações com pessoas vivas ou mortas, com fatos ocorridos ou contemporâneos. Coincidências existem, mas minha imaginação é fértil. – (Nota deste Autor).

ACONTECEU EM CAMPINA GRANDE, PARAÍBA – NO BAIRRO DA BELA VISTA

Corria célere o ano de 1964. Com 15 anos de idade eu não prestava atenção aos acontecimentos sociopolíticos do meu país, tampouco do meu bairro. Claro, eu era um adolescente! Meu pai tinha uma mercearia (bodega) e eu ajudava no balcão.

À época, eu conheci o homem doido - Manoel Alexandre - apelidado Maneco. Tratava-se de um homem feio, totalmente careca, de corpo esquálido e dentes estragados; seu olhar era frio, algo demoníaco, e seu hálito fecal causava náuseas e arrepios.

Diferente da adolescente a quem dedico este texto, Maneco era temido, mal-educado, grosseiro, tempestivo e extremamente bagunceiro. Vez por outra a polícia o detinha por uma briga de rua onde ele sempre levava a pior por não ser forte o suficiente para se defender das agressões por ele mesmo incentivadas.

NA BODEGA (MERCEARIA) DO MEU PAI

Em determinado dia da semana o louco e atrevido Maneco colocou um pé-de-burro (cigarro de palha) atrás da orelha sebosa e disse a mulher dele: "Hoje vou fazer bagunça na rua e alguém vai me matar". Esse dito sujeito saiu de sua casa e em toda bodega que entrava pedia uma cachaça e dizia em alto e bom som: "Todo torcedor do treze é corno". – (Sic).

Covarde e inconveniente, sem coragem para se matar, Maneco fez essas ofensas em diversas mercearias e na bodega de seu Muniz, meu saudoso papai, não foi diferente. Entrou, cuspiu no chão, pediu uma cachaça, disse que não tinha dinheiro para pagar e falou pela última vez: "Todo torcedor do treze é corno". – (Sic).

Depois que meu pai serviu ao Maneco uma generosa dose de aguardente misturada com ervas medicinais um torcedor trezeano, que se encontrava na bodega, disse, entredentes, ao meu pai: “Esse vagabundo, antes do meio-dia, haverá de ser duramente castigado pelas bobagens que está dizendo e fazendo” – ato contínuo o torcedor trezeano saiu da mercearia.

A PROFECIA SE CUMPRIU

Antes do meio-dia Jorge Boquinha, meu amigo de infância (Que Deus o tenha) disse, esbaforido, ao entrar na bodega de meu pai: “Seu Muniz... Alguém deu uma facada no Maneco que estava com a “bexiga lixa”, "moléstia do cachorro" ou "gota serena"! – E assim se acabou a vida do abusivo ébrio que, por ser louco, mas demasiado covarde para se suicidar, procurou quem lhe fizesse o serviço.

QUEM PROCURA ACHA E AQUELE QUE BUSCA É ATENDIDO

Lucas 11, 9-10, diz: “E eu vos digo: pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo aquele que pede, recebe; aquele que procura, acha; e ao que bater, se lhe abrirá”. – (Sic).

Existe uma teoria que se chama "Lei da atração". E essa lei é bem simples: "você atrai aquilo que você acredita". No Brasil, já há algum tempo, está reinando um louco rei suicida! Esse rei cruel e absoluto está esperando que alguém faça o mesmo que fizeram com Maneco ou com o Benito Mussolini em 28 de abril de 1945.

P.S. - Não estou, ostensiva ou subliminarmente, sugerindo nada! Mas minha saudosa mamãe Júlia dizia: "Quem procura acha e aquele que busca será atendido!". Será?

As coisas fluem para quem está disposto a fazer alguma coisa boa ou ruim. Mas elas, as colheitas, só aparecem para quem está preparado para recebê-las. Estariam os "Manecos" e "Manecas", com todo o meu respeito, do STF e STE preparados para a colheita dos seus plantios?

Com a palavra o atual omisso, por conveniência política, funcional e partidária, o Congresso Nacional que, salvo outro respeitável juízo, precisa despertar da letargia em que se encontra para melhor e realmente representar a sociedade brasileira.

PESQUISEM E ASSISTAM A JOVEM PAN

Durante o programa “Os Pingos dos Is”, da Jovem Pan, o comentarista Paulo Figueiredo considerou que a prisão de Moraes não acabaria com o principal problema do Judiciário brasileiro, a forma como os magistrados “lidam com as leis”.

Tem todo o meu apoio ‘uma eventual detenção de Moraes’, “mas isso não resolverá os problemas do Brasil”, disse Paulo Figueiredo. O analista também ressaltou que o ministro incorre em flagrante delito e que Alexandre poderia, sim, ser preso. “Mas quem vai efetuar essa prisão? Quem daria ordem e quem a executaria? Quem vai fazer a audiência de custódia de Moraes?

A pergunta “quem vai fazer a audiência de custódia de Moraes?” – (Sic) me fez lembrar a famosa frase, "Quem irá colocar o guizo no gato?" – a qual provém de uma das mais famosas fábulas do poeta inglês Odo de Sherington, "O livro dos gatos", escrito no século XII. – (Nota deste autor).

Minha pergunta: "Quem irá colocar o guizo no gato?" Luís Roberto Barroso? Ricardo Lewandowski? Dias Toffoli? Carmem Lúcia? Gilmar Mendes?

Quem vai julgar os crimes de Moraes? É uma pergunta real”, perguntou o comentarista Paulo Figueiredo após ressaltar que as decisões de Moraes, na Suprema Corte, foram respaldadas pelos demais supracitados ministros.

OS ENSINAMENTOS DOS MEUS PAIS

Estribado nos ensinamentos proficientes dos meus saudosos pais posso afirmar que jamais eu poderia ser um político. Essa gente se define como um camaleão ambulante, um facínora sazonal, um lorpa desprovido de amor-próprio. Isso não combina comigo! Não combina porque eu sou um legalista!

Meus pais – (Muniz e Júlia) – me ensinaram a não fazer nada que pudesse envergonhar a mim ou a minha família. Também me ensinaram, a duras penas com cordas de sisal, que eu deveria pautar a trilha estreita do progresso ao invés de correr pelo largo caminho da perdição, da deslealdade e da desonra.

São por esses motivos que eu não consigo compreender o porquê de alguém ser liberado da reclusão para "voltar à cena do crime", para continuar ludibriando pessoas à boa-fé e ser ostensiva e descaradamente protegido pela mesma justiça que o condenou em três instâncias judiciais. Isso está acontecendo! Será que estou ficando sem noção da realidade? Senil em alto grau de loucura?

CONCLUSÃO

"Vive-se hoje, nacionalmente, uma polêmica justificada em função da questão da confiabilidade das urnas eletrônicas e das ações contundentes e exacerbadas do TSE". – (Sic). Escreveu o vice-presidente da República Hamilton Mourão.

Portanto, para sanar essa dúvida não apenas minha, mas de centenas de milhões de brasileiros, resolvi ouvir, também, as palavras do desembargador, de notável e reconhecido saber jurídico, recém-aposentado, Sebastião Coelho da Silva:

“O ministro Moraes há muito não respeita a Constituição e não vamos ofender o ministro. Ele vem cometendo crimes e a Constituição diz que a prisão só pode ocorrer por ordem descrita de autoridade judiciária, ou seja, de juiz, ou em flagrante delito. Pois bem, os crimes de Alexandre de Moraes estão sendo cometidos em suas decisões. No momento que as decisões dele estão em vigor, o crime está acontecendo. Portanto, ele está em estado de flagrante delito” – (Sic).

“A solução será prender Alexandre de Moraes “. – Concluiu o desembargador aposentado Sebastião Coelho da Silva.

Minha dúvida foi sanada! Concordo com Sua Excelência Sebastião Coelho da Silva. Estamos vivenciando um Estado de Exceção e em extremada insegurança institucional e jurídica! O dístico "Ordem e Progresso" de nossa Bandeira Nacional está se transformando em desordem e descenso.

Todos os dias assistimos estarrecidos e incrédulos, na mídia, internet e blogs, juízes sendo motivos de chacotas e memes, por conta dos despautérios de uns poucos “Manés”, comandados ou intimidados por um “Maneco-Mor”, que se excede em seus teratológicos atos e destemperos loucos iguais aos do personagem real Maneco de meu tempo de adolescente.

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NOTAS REFERENCIADAS

– Textos livres para consulta da Imprensa Brasileira e “web”;

– Assertivas do autor que devem ser consideradas circunstanciais e imparciais.