A Geração Perdida: a geração que não aprendeu a amar

Aqueles que acreditam que respeito não se exige, se conquista.

Aqueles que acreditam que é cada um por si e Deus por todos.

Aqueles que acreditam que só existe uma verdade, geralmente a deles.

Aqueles que acreditam que em tudo é preciso ter o que manda e o que obedece.

Aqueles que acreditam que a fraqueza e a vulnerabilidade do outro os autorizam a explora-lo e humilha-lo.

Aqueles que acreditam que o gênio nasce pronto, e ignoram o tempo de cada um.

Aqueles que acreditam que a dor, sofrimento e o desprezo servem para separar os vencedores dos perdedores.

Aqueles que acreditam piamente que suas verdades tem prioridade em relação aos pensamentos dos outros.

Aqueles que deixaram de ver seres humanos, onde hoje vê pobres e outras minorias.

Aqueles que se autodefinem como merecedores daquilo que falta ao outro.

Aqueles que aprenderam que ser homem é perder a empatia, e ser esperto é ser frio e cruel.

Aqueles que aprenderam que desejar uma mulher, como se deseja um objeto, é a única forma de desejar esperada de um homem.

Aqueles que aprenderam que amor dos filhos só serve em forma de obediência.

Aqueles que vivem como se a verdadeira relação entre os seres humanos fosse fundamentalmente a competição.

Aqueles que vivem como predadores sociais onde a dignidade, a honra e o bem estar não é problema deles.

Aqueles que vivem como se a exclusão e a violência fosse o direito do mais forte sobre os mais fracos.

Aqueles que acreditam que a violência pode transformar as pessoas mais que palavras, coerência e bons exemplos próprios.

Aqueles que querem ditar quem merece ou não merece viver.

Quem merece ou não merece respeito.

Quem merece e não merece a pobreza em que vive.

Quem merece ou não merece a dignidade.

Quem merece ou não merece ser ouvido.

Quem merece ou não ter direitos.

Quem merece e não merece qualquer coisa.

A geração que acredita que alguém merece a fome, merece a tortura, a condenação sem julgamento e uma vida de miséria já é perdida tanto moral quanto espiritualmente e seu legado deve ser contestado enquanto influenciar e se representar como moralidade messiânica e saudosista do que nunca deveria ter sido.

Vocês são o câncer da humanidade:

Não pensam nos próprios filhos, mas em ter dos mesmos obediência e devoção por um passado de valores e gostos que não é o deles.

Não pensam nas próprias esposas, pois não valem mais pra vocês do que um meio ordinário de obter sexo e serviços domésticos.

Não pensam no meio ambiente, pois da mesma forma que tratam as pessoas, tratam os animais e o meio ambiente.

Como se tudo que não pudesse ser mais usado fosse lixo e o que ainda pode ser útil precisa ser domesticado e disciplinado.

Não pensam na miséria do outro, pois ela seria o castigo para os diferentes de vocês e a consequência daqueles que não pensam e nem agem como vocês.

Não pensam no progresso da sociedade, pois acham que a sociedade se resume aos seus iguais e o resto. Este sempre relegado ao que há de pior em Saúde, Educação e Oportunidade.

Ser útil pra você não é um dever de ninguém e nem uma condição para que a respeite como ser humano. Porém, antes de perguntar sobre a utilidade de alguém pergunte sobre o quanto é útil para os outros: não em seus próprios termos, mas nos termos dela.

Não! Ser amado não significa ser objeto do meu prazer e de meus desejos. Amar é justamente entender que aquilo que me dá prazer e atende meus desejos, não me pertence. Se tal dádiva, de ser amado, não é uma obrigação do outro por isso deve ser celebrado como um milagre. O amor do outro não é uma contrapartida de coisa alguma, a não ser de ser também amado. Mas há aqueles que amam sem nem isso esperar em troca, por que amam o outro como a si mesmos.

Todas as iniciativas para tornar esse mundo um lugar melhor para as pessoas, os bichos e nosso meio ambiente são sabotados por seu senso comum e ignorância assoberbada, típicas dos que tomam por frescura toda a sensibilidade, empatia e altruísmo.

Vocês acreditam que são mais inteligentes.

Vocês acreditam que são mais espertos.

Acreditam que sabem da vida o que ninguém conseguiu aprender.

Vocês acreditam que em outros tempos tudo era melhor.

No final das contas, não aceitam que o mundo mudou e vocês não.

Resistentes a aceitarem que há tantas formas de viver, ser feliz e se realizar,

Combatem tudo que não é vocês ou que não adula o que lhes constitui.

Não! O mundo não era melhor naquele tempo.

O mundo não é melhor agora.

O mundo não será melhor depois.

Por que o melhor mundo, que vale a pena lutarmos, é aquele em que cada um pode construir e chamar de seu:

Sem tirar do outro, agora e no futuro, o mesmo direito e oportunidade.

Não! Nem você nem eu somos especiais.

Nem eu e nem você temos o direito de monopolizar a vida e como se vive.

Nem eu e nem você temos o dom da onisciência para ditar ao outro o que é melhor pra ele.

Nem eu e nem você temos somos os portadores da verdade definitiva do mundo.

Lembre-se, seu desejo não é uma prioridade para o universo.

Você não é o único, nem o melhor e nem o definitivo.

Ao aceitar essa possibilidade, te tornará mais empático e um mundo diverso e melhor se tornará possível tanto para si mesmo quanto para os demais.

Entenda, sua ignorância, egoísmo e vaidade representam o mais imponente limite para que os homens se vejam como algo além de predadores sociais na selva da grana, mas que se vejam como uma espécie.

Sua falta de limites, que chama de liberdade individual, é na verdade o limite que a humanidade terá que superar para sobreviver como uma espécie.

Por isso, não estranhe quando o tomo por câncer da sociedade, pois te digo que é ainda mais que isso: é tumor maligno que tem tornado os espíritos incapazes de pensar de forma profunda sua existência e futuro nesse planeta e com os demais.

Deixe que o amor o transforme.

Deixe de confundir amor com poder.

Deixe de confundir desigualdade com merecimento.

Aprenda a compartilhar:

Aprenda que a pobreza em todos os aspectos da vida é maior entre aqueles que não dividem:

Não dividem o amor com esposa, filhos e amigos.

Não dividem o respeito entre colegas, vizinhos e parentes.

Não dividem a piedade com os carentes e empobrecidos.

Não dividem a solidariedade com aqueles que são fracos, inseguros e necessitados.

Não dividem a sabedoria entre os pobres de espírito.

Não dividem a cura e conforto entre os que sofrem.

Que valor que existe em dar para os que já tem.

Ensinar para os que já sabem.

Alimentar quem já esta farto

Acolher quem já mora em um palácio.

Respeitar que já tem status

Estender a mão aos que contam com as multidões.

Aprenda a não representar, junto a tantos outros, uma desesperança na espécie humana e no futuro da humanidade.

Seja aquele que não apedrejou, quando a maioria condenou.

Seja aquele que não fugiu, quando ninguém quis ajudar.

Seja aquele que amou, quando todos o rejeitara.

Seja aquele que não abandonou quando todos viraram as costas.

Seja aquele que alimentou, quando todos o condenaram a fome.

Seja aquele que ouviu enquanto todos julgavam.

E será como os que amavam Jesus.

E talvez assim, nenhuma geração será perdida nem a sua, nem a minha e nem as que ainda virão enquanto a vida na Terra for possível.

Wendel Alves Damasceno
Enviado por Wendel Alves Damasceno em 27/01/2023
Reeditado em 27/01/2023
Código do texto: T7705369
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