EFEITOS COLATERAIS DA PRIVATIZAÇÃO DA RFFSA

Após várias experiências de lutas sociais como Estudante secundarista e universitário, como peão de indústria privada, militar e servidor federal antifascista e ex aluno da Escola de Admissão de veteranos ex integrantes da FEB, onde, de fato passei a ter uma percepção mais clara do Estado brasileiro e suas mazelas, entrei na RFFSA em 1987 via testes de aptidão e Concurso público para Agente Especial de Estações ferroviárias.

Meu sonho era trabalhar, estudar e ter um pouco de paz e tranquilidade, dedicar também a meus pensamentos e poesias, nessa época eu já havia Publicado o livro ASAS do TEMPO com incentivo do Grupo ALEC de Corumbá e Ladário e o apoio de amigos gráficos do PANTANAL do Brasil .

Mas, diante do processo neoliberal e Privatizações, a moda em voga de nossa medíocre " elite serviçal aos gringos", encontrei-me já, no olho do furacão de mais uma Verdadeira Guerra ideológica funesta

Alguns amigos me disseram: Vítorio, você já brigou muito, pede conta da RFFSA , vai dar aulas, prossegue seus estudos na UFMS e siga uma carreira na Educação estadual, municipal ou mesmo na universidade, chega de sofrer...

Claro que desejo paz, tranquilidade para trabalhar, escrever, estudar, fazer História e depois direito e Geografia, sempre foi meu desejo e fazer meus poemas e pensamentos, porém, abandonar a luta na Ferrovia 🚆 na primeira punição e transferência persecutória, me soava como fugir da raia e covardia...

Mais uma vez fui para o confronto com idiotas serviçais de um sistema podre, perigoso e nefasto! Suportei todas as agruras de cortes de salários, corte de promoções funcionais, transferências punitivas e muitas difamações e até piadas grotescas quando perdi parcialmente a visão num acidente de trabalho no meio do mato . .

Eu não poderia, com minha visão de mundo ignorar o que ocorria na RFFSA e no país, ignorando o drama dos ferroviários, agora meus colegas de trabalho e vítimas dessa tormenta política desumana e covarde...

Até familiares e amigos mais próximos me falavam, Vitorio deixa a ferrovia, pelo amor de Deus, esses caras não estão brincando. Preferi pagar o preço, lembro que disse a um amigo: Vamos lutar junto com nossos colegas pela autogestão da Empresa, parcerias e convencer o Governo do Brasil da importância de lutar por essa Ferrovia ou vou morrer tentando. Uma vez, até o histórico ex Deputado e Secretario de Justiça Roberto M. Outro buscou diálogo na ferrovia em minha solidariedade, quando estavam negando meu acidente em Luiz Gama em 1988 e preparavam minha demissão por justa causa, pasmem " por negligência", uma verdadeira aberração

Após me recuperar do Acidente fui eleito membro da Executiva do Sindicato de Bauru e MS e viajei a várias capitais do Brasil junto com o Comando Nacional Metrô ferroviário do Brasil. Ainda organizamos junto com demais Dirigentes e ferroviárias da frente de luta muitas atividades, graves e até audiências públicas em Câmaras Municipais, Assembléias e fomos até o Congresso Nacional tentar conseguir apoio para barrar a destruição das Ferrovias do Brasil e tentar impedir a retirada do Trem do Pantanal, fiz de punho, até carta ao Papa João Paulo II pedindo apoio e solidariedade pela Anistia de ferroviários demitidos e punidos violentamente por LUTAS em Defesa da Ferrovia, Trem do Pantanal e seus direitos trabalhistas, sociais e humanos.

Apesar de tudo que passei e as consequências e efeitos colaterais danosos a minha vida, a vida dos meus colegas e da minha família, Eu Faria tudo isso de novo, Estou absolutamente convencido A NOSSA LUTA É DIGNA E JUSTA, e a covardia de Estado no Brasil, mantém até hoje milhares de processos de reparação humana, social e trabalhista engavetados e vemos muito oba oba e demagogia em termos de Direitos humanos aínda no Brasil, muitos só visam holofotes e eleições de pretensos progressistas.

Enquanto isso persistir, os Fascistas e nazistas estarão em festa e no seu eterno cio de ódio, maldades e covardias.

Manoel Vitorio
Enviado por Manoel Vitorio em 25/03/2023
Código do texto: T7748381
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