FRATERNIDADE

Toda vez que me atrevo a escrever um artigo sinto-me desafiado. O trabalho com as palavras de forma a colocá-las em ordem, uma ordem em que elas, as palavras digam alguma coisa significativa, tal o desafio. Hoje me dispus a falar de fraternidade. E coloquei o tema, ousadamente, aqui, em sociedade. Acabo de assistir minha missa matinal, e o padre falou exato sobre isso. E por isso vim aqui também falar de fraternidade. Será que conseguirei dar um complemento a fala sacerdotal?

Vivemos hoje, e nem é muito preciso ir à rua, basta ligar o aparelho televisor. Se não uma programação não nos prende a atenção, pulamos para outra. E, sempre, mesmo que demore um pouco, lá vem a notícia de que em algum lugar houve violência. Eu não suporto muito, desligo o aparelho televisor. Vou ler um livro, ou refletir sobre a vida moderna. Quer dizer sobre nossa vida atual.

Afinal, o que queremos nós? Custa alguma coisa lutar pela paz ao nosso lado? Pois, afinal, somos pequenos demais. Num noticiário mais fiel à notícia, vejo que muitas autoridades se preocupam conosco. Foram eleitas para isso. E nós? Não é só votar e ver o lado vencedor ou o lado perdedor de uma eleição.

Temos muito que fazer nós também. E quanto à violência eu considero que não é difícil fazer alguma coisa. A princípio parece e é, basta-nos comportar bem em sociedade. Eu não sou um homem da alta sociedade. Já disse isso aqui. Como também já disse que sou da classe média. Quando estudante eu tive paciência para suportar colegas que falavam em voz alta ser a classe média uma das piores facetas da nossa sociedade. Contrariado eu ouvia isso. Mas o tempo do curso era pouco, uma vida costuma durar muitos mais anos que um curso. E aqui estou. Alguns pensarão que delato, digo que não. Narro uma circunstância adversa que me ficou na memória. Nem me lembro das faces dos que diziam que éramos maus socialmente.

Coisas assim se eu fosse de sangue quente levaria a uma briga no pátio da faculdade. Graças a Deus eu desde menino evito confusões, e até hoje não sei brigar.

E para se conquistar o espírito fraterno eu julgo necessário ter um espírito chegado a querer viver em paz. Poetas já escreveram tanto sobre a paz. E agora existem mesmo motivos para se falar em guerra?

Eu evito também assuntos polêmicos, não que tais assuntos não devam ser abordados. Mas tudo tem a sua conveniência. Muitas vezes uma coisa nos incomoda. Aprendi com minha mãe, ela dizia:

- Deixe o tempo passar, às vezes o tempo resolve isso prá você.

Então porque estou aqui, como quem sobe ao púlpito, para falar de fraternidade?

Eu julgo que a palavra fraternidade tem um significado amplo demais. E sendo assim quem sou eu para esgotar o assunto.

Digo que fraterno é o meu irmão. Não só meu irmão de sangue, mas meu irmão também aquele que vive na minha sociedade.

Aristides Dornas Júnior
Enviado por Aristides Dornas Júnior em 26/05/2023
Reeditado em 26/05/2023
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