...ALMAS E VIDAS QUE SE ESBARRAM NAS MULTIDÕES...

Quantas vidas e almas se cruzam pelas ruas da cidade, em um movimento frenético e contínuo.

O dia para muitos já começa muito cedo, muito antes do sol se abrir e aparecer a claridade. É mais

um dia que se repete, mais um despertar, mais um dia de labuta.

Vejo muitos corpos se esbarrando, multidões se agitam; é

preciso correr contra o tempo, mas para onde? Para onde estão indo? Talvez andem sem destino, incertos na sua procura, muitos não possuem moradas, apenas os bancos solitários das madrugadas...

Vejo os metrôs abarrotados, muitos ainda dormem a espera de uma estação, talvez aquela onde os sonhos ficaram guardados, mas é preciso ir atrás do "pão de cada dia".

Para muitos não importa o trajeto; podem descer em qualquer ponto, em qualquer parada ou abrigo; isso já não importa. Não têm

ninguém que os espera nessa chegada.

Um viajante solitário, cansado e com as mãos e os pés calejados; a sua foto em preto e branco , assim é a vida desbotada que se apresenta, sem ilusões, sem esperanças.

Daqui ouço muitos gritos, muitas vozes contidas, abafadas , clamam para serem ouvidas...

Seus ecos ainda reverberam, mas aqui fora os ruídos são ensurdecedores, a roda da vida está girando, não há ouvidos e nem um lugar de acolhida para eles ...

Pelos bares, pelos becos vejo multidões, almas sofridas pedindo alento, corpos inebriados, sedados pelo vazio, já não conseguem mais expressar emoções.

Esse entorpecimento apagam as suas dores e as suas próprias vidas , já não conseguem mais acordar!...

Reflexões feitas ouvindo a música: VIDA, de Padre Fábio de Melo.

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INVISIBILIDADE .

( Reedição ).

A invisibilidade é o desaparecimento da nossa subjectividade em meio a sociedade em que vivemos.

Nesse cenário de tantas desigualdades sociais, quantos invisíveis gostariam de serem vistos e percebidos não com um olhar de "piedade" ou de "assistencialismo", mas apenas com dignidade e respeito que todo ser humano merece e têm direito.

Os " invisíveis" são estigmatizados ficam a margem da sociedade, gerando muita angústia e isolamento social.

A invisibilidade é uma construção social e psíquica, uma violência psicológica profunda que muitas vezes, nós nem nos damos conta de que isso acontece no dia a dia.

Hoje, em meio a tanta violência de todos os tipos, a exclusão social é mais um fenômeno que merece ser olhado e debatido por todos os órgãos e a sociedade, trazendo até o empoderamento dos próprios grupos que sofrem preconceitos.

Que eles possam dar voz e falar dos seus sentimentos, nenhum tipo de violência deveria ser assim tão naturalizada e banalizada como ocorre nos tempos atuais!.

"Nenhuma sociedade que esquece a arte de questionar pode esperar encontrar respostas para os problemas que a afligem".

(Zygmunt Bauman).

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Ouçam a música: VIDA

Padre Fábio de Melo.

https://youtu.be/R19jyyWUBbQ?

si=Iwqx4bXcLEPArFlV

Lélia Angélica
Enviado por Lélia Angélica em 29/09/2023
Reeditado em 01/10/2023
Código do texto: T7896835
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