RODOVIA BR-354 - Da BR-262 a PERDÕES (MG)




BR-354 - Próximo a Iguatama (MG)
Foto: Arnaldo Agria Huss


 

Cuidado com esta rodovia! É o mínimo que se pode dizer para quem pretende trafegar pela BR-354, no trecho compreendido entre o trevo existente na BR-262, que dá acesso a Tapiraí, Candeias, Bambuí, Iguatama(*) e Arcos, entre outros municípios menores, chegando até Perdões, já no entroncamento com a BR-381 (Fernão Dias – SP/BH), 18 quilômetros antes do trevo para Lavras (MG), no sentido São Paulo. A título de informação, a BR-262 é uma rodovia que atravessa o Brasil de leste a oeste, começando em Vitória (ES), chegando até Corumbá (MS), já na fronteira com a Bolívia (ou vice-versa).
 
O início deste trecho da BR-354 fica nas proximidades do km 572 da BR-262. Até o entroncamento com a BR-381, são aproximadamente 207 quilômetros de pista simples, com o pavimento em excelentes condições em alguns trechos e ruim em outros, com muitos remendos e irregularidades (ondulações) no asfalto, além de sinalização precária, resultado da paralisação das obras de recuperação quando eclodiram os casos de corrupção no Ministério dos Transportes. Essas informações foram conseguidas ao longo da minha viagem, ocorrida em setembro de 2011.
 
São poucos os locais onde existe a terceira faixa nos aclives (pelo menos até o momento), apesar do intenso tráfego de caminhões, principalmente entre os municípios de Iguatama e Arcos. A região possui muitas fábricas de beneficiamento de calcáreo, o que faz com que os caminhões pareçam multiplicar-se a cada quilômetro percorrido. Além disso, a BR-354 é também uma rodovia de escoamento agrícola. Encha-se de paciência para atravessar o município de Arcos, pois a rodovia atravessa a cidade, o trânsito é confuso, com sinaleiro em plena rodovia, e os caminhões tomando conta do espaço. Uma desordem geral. O trecho mais tranquilo da rodovia é da saída do trevo da BR-262 até as proximidades do município de Iguatama, onde o tráfego de caminhões é menor e as paisagens são muito bonitas, típicas “das Minas Gerais”. Aproximadamente trinta quilômetros após a saída de Arcos, a BR-354 cruza com a MG-050 que leva a Belo Horizonte em um sentido e a Formiga e Passos (MG), no outro sentido. Após Passos, segue até a divisa de estado com SP, onde começa a SP-351 que chega até Batatais. Parte do tráfego da BR-354 ingressa na MG-050, mesmo assim de Arcos até a BR-381 o tráfego de caminhões se mantem intenso nos dois sentidos, exigindo atenção, cautela e certa perícia do motorista.
 

 
 
BR-354 - Entre Arcos e a MG-050 - Trecho ainda não recuperado 
Foto: Arnaldo Agria Huss


 
Ao longo de todo o seu percurso não há fiscalização eletrônica e não vi nenhum policial rodoviário, nem nas proximidades dos municípios. Também não há pedágios e a rodovia é muito bem servida de postos de abastecimento.


 

 
BR-354 - Entre a MG-050 e Candeias - Trecho já recuperado
Foto: Arnaldo Agria Huss


 
Mesmo nos piores trechos não há buracos que possam causar danos ao veículo ou mesmo algum acidente. O grande problema desta rodovia é que você vem dirigindo tranquilamente por um trecho com ótimo pavimento e, de repente, surge à sua frente um degrau na pista e um asfalto repleto de remendos. Isso pode acabar por assustar e distrair o motorista, vindo a ocasionar algum acidente.
 
Com cautela e atenção é possível percorrer a BR-354 sem maiores transtornos. As belas paisagens compensam um pouco o stress causado pelo estado físico de alguns trechos da rodovia e pela quantidade de caminhões. Felizmente não enfrentei nenhuma situação de risco e gastei quase três horas para percorrer seus pouco mais de 200 quilômetros, fazendo apenas uma parada para abastecimento do carro e um café amigo. 
 
Vá com calma, aprecie – quando possível – as belas paisagens que a BR-354 oferece e tenha uma ótima viagem.

 
(*) A nascente do rio São Francisco localiza-se na Serra da Canastra (MG), onde é possível chegar através de rodovias e estradas secundárias que saem da BR-354, sendo Iguatama a primeira cidade a ser banhada pelo “Velho Chico”, que chega ao mar após atravessar os estados da Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas.
 

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