RODOVIA RÉGIS BITTENCOURT - BR 116
Trecho de Miracatu/SP km 384 até trevo para Paranaguá/PR


INTRODUÇÃO
 
A rodovia Régis Bittencourt (foto 1) é o trecho da BR-116 que vai de São Paulo (capital) até a divisa entre o Paraná e Santa Catarina. Foi inaugurada no começo de 1961 durante o governo de Juscelino, com a denominação de BR-2. A maior parte da rodovia foi duplicada durante o governo FHC, restando ainda alguns trechos na Serra do Cafezal, que fica entre Miracatu e Juquitiba, no estado de São Paulo.
 
 
 
Foto 1 – Rodovia Régis Bittencourt
 
 
TRECHO PERCORRIDO
 
A descrição segue o sentido São Paulo-Curitiba e foi feita em junho de 2013. Para quem está na baixada santista e pretende ir para o sul do país, o melhor caminho é seguir pela SP-55 – Rodovia Padre Manoel da Nóbrega – a partir de Praia Grande até atingir a BR-116 no quilômetro 384, já no município de Miracatu. Desta maneira evita-se o trecho mais crítico e perigoso da rodovia que é na Serra do Cafezal. O trecho final da SP-55, de Peruíbe até a BR, é conhecido popularmente como “Estrada da Banana” e quem passar por lá vai entender a razão do nome. O relato a ser feito aqui tem seu início no km 384 da BR-116 até a bifurcação para Paranaguá, onde se interliga com a BR-277. O percurso tem 250 quilômetros.
 
 
TRAÇADO DA RODOVIA
 
O trecho percorrido é todo em pista dupla (foto 2), com a pavimentação em boas condições, acostamentos asfaltados e correta sinalização de solo. Há longos trechos em retas e também vários trechos de serra o que requer muita atenção do motorista, principalmente no inverno quando é comum a ocorrência de intensa neblina. Mesmo com a duplicação e nova pavimentação que a tornou mais moderna, ainda conserva uma topografia um tanto antiquada para o grande volume de tráfego. Em vários trechos as pistas se separam e nos trechos onde ficam em paralelo, o canteiro central é bem largo proporcionando boa segurança.


 
Foto 2 – Duas pistas da Régis Bittencourt
 

SINALIZAÇÃO
 
O trecho é bem sinalizado no que diz respeito às entradas para os municípios que ficam ao longo da rodovia. Mas quanto às distâncias a percorrer a falta de sinalização chega a incomodar, principalmente para quem – como eu – não usa GPS. Chega um momento que não se sabe mesmo onde está. Isso acontece nos dois sentidos. O ideal é planejar-se antes da viagem, seja com GPS, mapa da Quatro Rodas ou o próprio Google. Assim não se fica tão “vendido”.
 
VELOCIDADES MÁXIMAS
 
Aqui o bicho pega. A concessionária Auto Pista Régis Bittencourt (0800-7090116), que administra a rodovia, parece que gosta de brincar com os motoristas. A velocidade de cruzeiro é 110 km/h para veículos leves e 90 km/h para veículos pesados. Mas o que esses limites são alterados ao longo do percurso não é normal. De repente, do nada, surgem placas com alterações nas velocidades máximas – para menos, é claro –, e que são praticamente impossíveis de seguir. Próximo às cidades até que se justifica, mas há locais que não faz o menor sentido essa prática absurda que só serve mesmo para multar quem passa por ali. Uma verdadeira sacanagem dessa concessionária. Portanto, muita atenção durante o percurso.
 
 
PONTOS DE APOIO
 
A rodovia é bem servida de postos de abastecimento, restaurantes e lanchonetes. Não chega a ser uma Dutra, mas não se fica na mão. No sentido Curitiba, o primeiro bom local de parada fica 27 quilômetros após a passagem pelo km 384. É o Graal Ouro Verde, em Registro, que tem lanchonete, refeições e bons sanitários. Um pouco mais à frente há o Graal Buenos Aires, no mesmo estilo do primeiro. Na pista sentido São Paulo fica o Graal Petropen (km 463), ponto de parada dos ônibus interestaduais. No Paraná os postos do Grupo Pelanda são bons pontos de apoio nos dois sentidos (abastecimento, lanchonete e restaurante).
 
 
MUNICÍPIOS
 
Litoral Sul de São Paulo, Miracatu, Juquiá, Registro, Iguape, Cananéia, Jacupiranga, Eldorado (onde fica a Caverna do Diabo), Apiaí, Cajati, Campina Grande do Sul, são alguns dos municípios que possuem acesso pela Régis Bittencourt.

 
TRÁFEGO
 
A rodovia tem tráfego intenso nos dois sentidos, principalmente de caminhões, pois a Régis é a principal e praticamente única ligação da região sudeste com o sul do país. Nos trechos de serra eles chegam a ocupar as três faixas de rolamento (foto 3) e é muito comum seus motoristas não terem o menor respeito pelos veículos menores. Eles vão em cima mesmo, portanto não os desafie. Dirigindo a 100 km/h muitos deles me ultrapassavam sem a menor cerimônia. Um detalhe: os caminhoneiros não respeitam os limites de velocidade em lugar nenhum. Dá a impressão que a Régis atrai para si as maiores barbaridades no tráfego de veículos pesados, e muito do que se vê são verdadeiras disputas entre eles. Não sei qual a pior: Régis ou Dutra. Fica o alerta para que você olhe constantemente nos retrovisores, pois quando menos se espera há um deles colado na sua traseira.
 
 
 
Foto 3 – Caminhões no trecho de serra
 
 
PEDÁGIOS
 
No trecho em questão são quatro praças de pedágio e se paga nos dois sentidos. Em junho de 2013 a tarifa era de R$ 1,80.
 
 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL
 
A viagem que fiz foi de Santos/SP até Paranaguá/PR, num total de 932 quilômetros percorridos – ida e volta. Além da BR-116, viajei também pela BR-277 que leva a Paranaguá. Nesses 932 quilômetros só vi uma viatura da PRF e dois soldados no retorno, isso devido a um acidente ocorrido com uma carreta nas proximidades do km 525 da BR-116. Fora isso, nada. Sabendo dessa falta de fiscalização os caminhoneiros abusam mesmo e ficamos com aquela sensação de “ao Deus dará”.
 
 
ACIDENTE COM CARRETAS
 
Acidente com caminhões e principalmente carretas na Régis Bittencourt é fato corriqueiro e nesta minha viagem presenciei quatro deles. No retorno, o acidente ocorrido no km 525 me deixou parado por 45 minutos no km 531. Pelo menos o telefone da concessionária (ver item Velocidades Máximas) atendeu minha ligação e o atendente deu um posicionamento correto da situação. Um ponto positivo. Por isso é sempre importante saber o telefone da concessionária que administra as rodovias por onde se passa.
 
ATENÇÃO: Não se esqueça de levar água potável. Se ficar parado por algum motivo não tem como se virar.
 
 
CONCLUSÃO
 
Devido ao excesso de caminhões e carretas, aliado à irresponsabilidade de boa parte de seus motoristas, não dá para dizer que a viagem pela Régis Bittencourt é tranquila. Não é mesmo. A tensão de conviver com esses monstros da estrada e também com as placas de sinalização dos limites de velocidade mudando a cada instante, tornam a viagem estressante. Se não fosse por isso, poderia afirmar que a viagem é muito agradável, pois este trecho da BR-116 tem paisagens deslumbrantes ao longo de seu percurso.
 
 
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