Santa Catarina

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“A terra é boa em se plantando, tudo dá...” Assim relatou Pero Vaz de Caminha em sua carta ao Rei Dom Manuel, em 1500, ao descrever o Brasil. Realmente, o povo brasileiro, formado da mistura de índios, negros e brancos foi ampliada com o passar do tempo e teve acréscimos de diversas etnias.

Santa Catarina, no rastro dessa premissa, recebeu imigrantes de vários países, no final do Século XIX e princípio do Século XX, época em que a Europa sofria as agruras da Segunda Guerra Mundial e suas inevitáveis consequências.

Italianos, alemães, poloneses, japoneses e portugueses foram acolhidos nas terras catarinenses, ainda pouco desbravadas e aqui se instalaram enfrentando os mais diversos perigos. Trouxeram sua cultura e seu cultivo; aprenderam nossos costumes, mas acrescentaram os seus; adotaram o Brasil como sua segunda pátria e, após muita luta, no início, foram adotados também.

Superadas as vicissitudes dos anos de adaptação, hoje temos um Estado de Santa Catarina miscigenado de índios, negros, europeus e sul-americanos, sem deixar de citar os gaúchos, que migraram para o oeste, principalmente, todos falando vários idiomas, dialetos e sotaques, no entanto, empregando a mesma língua e se orgulhando de ser brasileiros e catarinenses, sem esquecer, cada qual, suas origens.

Mesmo não tendo uma grande extensão física, o território barriga-verde ostenta, orgulhosamente, vários títulos e nomes de personagens das mais diversas áreas. Como vultos marcantes, participando de fatos da História do Brasil - como o Contestado e a Guerra do Paraguai - vem à nossa lembrança, a figura romântica e valorosa de Anita Garibaldi e sua audácia em abandonar tudo por um ideal patriótico e por seu amor a Giuseppe Garibaldi.

Como expoentes das artes e das letras, temos Victor Meirelles e Cruz e Sousa, ambos naturais de Florianópolis; o primeiro compondo uma ideia do que teria sido a Primeira Missa no Brasil e o segundo, precursor do Simbolismo na poesia brasileira.

Em tempos mais modernos os descendentes dos deutsches (alemães) pioneiros se orgulharam de uma linda Miss Brasil, a bela e escultural blumenauense Vera Fischer. Como destaques nos esportes: o também natural de Blumenau, Fernando Scherer (Xuxa) nadador com várias medalhas.

Também de origem germânica, temos as figuras florianopolitanas de Teco Padaratz, bicampeão mundial de surf; e o jovem “manezinho” Gustavo Kuerten (Guga), que projetou Florianópolis e o Avaí, seu time do coração, no exterior, quando surpreendeu o mundo como o melhor tenista brasileiro, de Roland Garros, em 1997, na França, onde até hoje é reverenciado, repetindo o feito por mais dois campeonatos.

Estado que contém História e que se projeta como possuidor das praias mais lindas e diversificadas do Sul do País, Santa Catarina a cada ano vai conquistando lugar de destaque na área de Turismo, não só por suas belezas naturais, mas pela devoção do povo brasileiro.

As cidades que formam as colônias alemãs e italianas, possuem uma acentuada religiosidade e, nos últimos anos vêm atraindo católicos, principalmente os devotos de Santa Paulina, primeira santa brasileira, que foi canonizada pelo saudoso Papa João Paulo II e tem seu santuário localizado no belo município de Nova Trento.

Realmente, Santa Catarina tem um dos mais diversificados motivos de procura por parte do turista em geral: sua miscigenação com predominância europeia e consequentes atrativos. Imitando essa mescla étnica, traz as quatro estações do ano num mesmo dia, dispõe de praias tranquilas de uma beleza agreste ao lado de outras agitadas por um mar revolto, propício a esportes radicais, paradoxalmente, num só litoral.

Considerado maldosamente por alguns, um hiato entre Rio Grande do Sul e Paraná, este lindo estado sulino desponta como um dos mais alfabetizados do Brasil e mantém, há alguns anos, várias lideranças, entre as quais a de possuir a maior bacia leiteira do País.