RODOVIA BR-265

Trecho da BR-381 (Lavras/MG) até trevo para Tiradentes/MG



Foto 1 - Marco da BR-265 nas proximidades de Lavras.


1. INTRODUÇÃO
 
A rodovia BR-265 foi inicialmente concebida para ligar os municípios de Rio Pomba e Ilicínea, ambos em Minas Gerais, numa extensão de 916 quilômetros. Mas, se você for procurar esta rodovia no mapa, entre estas duas cidades, não irá encontrá-la. A confusa e patética identificação das rodovias brasileiras impede qualquer ser normal de entendê-la. Misturam-se rodovias federais com estaduais de tal maneira, que ficamos sem saber onde estamos exatamente. Analisando o traçado da BR, concluí, por conta própria, que ela tem seu início na BR-381 (Fernão Dias – São Paulo a Belo Horizonte), no trevo para Lavras (MG), seguindo até Barbacena (MG), já nas proximidades da BR-040, que liga Belo Horizonte ao Rio de Janeiro. O trecho percorrido possui 128 quilômetros. A viagem foi feita em outubro de 2014 e a narrativa é no sentido Lavras – Tiradentes.
 
 
2. A RODOVIA
 
Geral: A BR-265 já foi alvo de muitas reclamações e protestos devido suas péssimas condições físicas. Muitos acidentes fatais ocorreram ali até que o governo decidiu por sua recuperação total, entre Lavras e Barbacena. Alguns trechos ainda estão sem a pintura das faixas de solo e a sinalização é um tanto deficiente. Entre a Fernão Dias e a cidade de Lavras a rodovia é em pista dupla (aproximadamente 10 quilômetros com curvas que requerem cuidado). Nas proximidades de São João Del Rei e Tiradentes existe 3ª. faixa. Não percorri o trecho entre Tiradentes e Barbacena, mas, segundo informações que colhi na região, a rodovia está em boas condições com vários pontos em que está sendo implantada a terceira faixa.
 
Estrutura: A rodovia é bem servida de postos de abastecimento (nas cidades), passando por Itutinga, onde é possível almoçar bem em restaurante à beira da rodovia, ou simplesmente saborear um pão de queijo com um gostoso café mineiro. A operadora Vivo mantém sinal de celular em toda a rodovia.
 
Pedágios: Não tem.
 
Acostamentos e Sinalização: Os acostamentos, na maior parte do trajeto, são precários, de terra, estreitos e desnivelados. Como em grande parte de nossas rodovias federais, os governos preocupam-se apenas em recapear o leito carroçável (quando isso acontece), deixando de lado os acostamentos e também a sinalização, como se não fossem itens básicos de segurança. Portanto, se tiver que parar, sinalize bem com o triângulo e galhos de árvores.
 
 
 
Foto 2 – Vista da rodovia com bom asfalto e acostamentos ruins. Uma constante.
 
Condomínio Riviera Real: (Represa Camargo): Aproximadamente 6 quilômetros após a passagem por Itutinga fica a Represa Camargo, onde está sendo construído o Condomínio Riviera Real e as visitas são permitidas (com o próprio carro). Quando passei por lá, em plena seca, os níveis da represa estavam muito baixos, sinalizando o quanto a crise de abastecimento de água é séria. Se estiver com tempo disponível, vale a visita.
 
 
 
 Foto 3 – Represa Camargo e Condomínio Riviera Real.
 
 
 
 
Foto 4 – Ponte sobre o Rio Grande, próximo a Itutinga. Apesar de trecho reto acontecem muitos acidentes no local. Note o guard-rail danificado (à esquerda).

Café e Artesanato Du Rei: Junto à entrada para Caquende e Carrancas (EstradaReal), na margem direita da rodovia, fica o Du Rei, local onde é possível saborear um bom café junto com o tradicional pão de queijo, que pode ser servido com recheio, caso queira. Lá, é vendido um gostoso biscoito de polvilho de fabricação própria (embalagens de 100 g), que recomendo. Também estão expostas para venda várias peças do artesanato mineiro, principalmente.
 
Após a passagem pelo Du Rei, vem a entrada para o Circuito das Águas mineiro, com as cidades de Madre de Deus (36 km), São Vicente (66 km), Minduri (89 km), Cruzília (112 km) e Caxambu (135 km). O trevo de entrada para Tiradentes fica 33 quilômetros após o Du Rei.

 
 
 
 Foto 5 – Café e Artesanato Du Rei, já próximo a São João Del Rei.
 
Entrada para São João Del Rei: Fica após a passagem por São Sebastião da Vitória. Se não estiver muito atento, você vai passar pela entrada de São João Del Rei sem perceber (à esquerda). São duas entradas, sendo que a primeira (pessimamente sinalizada) leva diretamente ao centro da cidade, já próximo às igrejas e centro histórico. É a chamada entrada principal. Na segunda entrada a sinalização é melhor. Em São João, além das igrejas não deixe de visitar o Memorial Tancredo Neves. É emocionante.
 
Entrada para Tiradentes: 12 quilômetros após o acesso a São João Del Rei fica o trevo de entrada para a cidade de Tiradentes (à esquerda também), este bem sinalizado. Fique à sua esquerda para entrar no trevo (Tiradentes fica a aproximadamente 5 quilômetros da BR-265).
 
 
3. CONCLUSÃO
 
Pelo fato de interligar duas rodovias federais (BR-381 e BR-040) que unem três grandes capitais brasileiras (São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte), o movimento é relativamente grande, inclusive de caminhões, o que requer muita atenção e paciência nas ultrapassagens, haja vista que costumam andar em comboios.
No trecho percorrido, a rodovia está em boas condições e proporciona uma viagem tranquila. Algumas curvas mal projetadas requerem um pouco mais de atenção, mas se você andar na velocidade de cruzeiro chegará ao seu destino sem sobressaltos.
O ponto negativo desta BR é a passagem pelo anel viário do município de Lavras devido ao excesso de caminhões e lombadas sem fim. Arme-se de paciência para encarar esse tormento na ida e na volta.
Próximo a São João Del Rei fica o distrito de Santo Antonio do Rio das Mortes, onde nasceu Nhá Chica, beatificada em 4 de maio de 2013. Placas na rodovia sinalizam o local.
Boa viagem!!!
 
 
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