Caso Isabela Nardoni, pode não dar em nada...

Em qualquer julgamento, se o corpo de jurados tiver o mínimo que seja de dúvida quanto a culpabilidade do réu, se houver a menor dúvida, por menor que seja, a tendência, segundo especialistas em advocacia criminal é que o réu seja absolvido. Nenhum jurado quer se comprometer declarando culpado, um réu que possa ser inocente.

Isso quase aconteceu no caso de Suzane Von Richthofen, onde a votação dos jurados foi apertadíssima, 4 a 3, por apenas um voto, Suzane não foi absolvida.

Durante o julgamento, os advogados de defesa, conseguiram fazer surgir na mente dos jurados, dúvidas, o que os levou a esta votação apertada, três deles, ficaram na dúvida sobre a culpa de Suzane, se apenas mais um tivesse duvidado, ela estaria solta, apesar de ter confessado o crime.

No caso Isabela Nardoni, os advogados de defesa estão tentando usar a mesma tática, prática muito usada nos tribunais, quando os advogados vêm que as chances são estreitas.

Os Nardoni, pai e madrasta, não confessaram o crime, continuam afirmando que havia uma terceira pessoa dentro do apartamento e que foi essa pessoa que jogou Isabela pela janela, ocasionando sua morte, se declaram inocentes, dizem estar sendo injustiçados.

Os advogados de defesa procurarão até o dia do julgamento, lançar sobre o caso, o maior número de dúvidas possível, contestando todo e qualquer laudo ou denúncia da Polícia ou da Justiça. O objetivo desta tática é desde já, começar a influenciar o possível corpo de jurados a ter dúvidas e a cometer erro na hora do julgamento.

As pessoas escolhidas para o júri são pessoas normais, escolhidas a esmo, numa lista existente na Justiça, são trabalhadores, profissionais liberais, donas de casa, ninguém sabe quem serão os jurados, são escolhidas 21 pessoas, destas apenas 7 julgarão Alexandre Nardoni e Ana Carolina Jatobá, tanto a defesa como a acusação, poderão dispensar pessoas da lista de 21 escolhidas pela Justiça, até se chegar ao número de 7 que participarão do júri.

Se o julgamento demorar muito, os beneficiados serão os réus, pois, a tendência é o caso cair no esquecimento da opinião pública, porque fatos graves acontecem todos os dias, hoje mesmo, um jovem foi lançado de um prédio numa cidade do interior de S. Paulo, o clamor público já terá sido abrandado e o crime não terá mais a mesma conotação que tem hoje.

Se o julgamento ocorrer no máximo até o final do ano de 2008, será pior para os réus, pois, o clamor e o ressentimento público ainda estarão latentes na sociedade e poderá influenciar os jurados na hora da decisão. Os jurados são instruídos a se aterem unicamente ao que for exposto no Tribunal durante o julgamento, ao que estiver nos autos do processo, claro que se o caso ainda estiver fresco na mente das pessoas, elas não julgarão apenas pelo que for dito no Tribunal, usarão para julgar, também o seu registro mental.

Sabendo de tudo isso, os hábeis advogados de defesa, contratados pela família Nardoni, certamente a peso de ouro, procurarão de todas as maneiras, criarem dúvidas e factóides a respeito do caso. Para isso já foi contratado o Perito Criminal George Samuel Sanguinetti Fellows, médico-legista e professor da Universidade Federal de Alagoas, o legista ficou famoso quando questionou os laudos elaborados pelo perito Badan Palhares a respeito da morte de PC Farias e de sua namorada, Suzana Marcolino. Agora ele contesta os laudos da Polícia de São Paulo, levantando muitas dúvidas a respeito de sua veracidade e idoneidade. Resta que ele apresente, à Justiça, as bases para sua contestação, que coloca em cheque a competência dos peritos criminais do Instituto de Criminalística, da Polícia Técnica e da Polícia Científica.

Estas contestações não têm outra finalidade para a defesa a não ser tumultuar o já tumultuado caso Isabela Nardoni, procurando desde já influenciar a opinião dos possíveis jurados e a opinião pública em geral, desacreditando o trabalho da Polícia.

Todo acusado tem direito a ampla defesa, os advogados de defesa estão fazendo o melhor que podem, a polícia também tem feito seu trabalho e caberá a defesa, agora, já que segundo alegam os advogados, “acredita na inocência” do casal Nardoni, derrubar os argumentos policiais e apresentar então o tal “suspeito misterioso”, que esteve no apartamento dos Nardoni e cometeu o crime. Dizer simplesmente que tudo está errado, não basta, serão necessárias provas dos erros policiais.

É esperar para ver no que vai dar. Ninguém quer a condenação de inocentes, todos nós, brasileiros e até a comunidade internacional, esperamos que o verdadeiro culpado ou culpados vão para trás das grades e sejam punidos regiamente pela Justiça brasileira.

Acreucho
Enviado por Acreucho em 22/05/2008
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