A Favorita (Egressas ou Encarceradas... Muito além da ficção).

A Favorita (Egressas ou Encarceradas... Muito além da ficção).

Por: Elizabeth Misciasci

Mulheres esperam que a imagem estigmatizada gerada pelo cárcere, seja vista por um outro prisma, através de “A Favorita” e possa assim surtir resultados reais para as Egressas e para as que ainda estão encarceradas.

Sempre que algo polêmico entra “em cena” a opinião pública se agita, principalmente quando o telespectador encontra na teledramaturgia, notícias, que fictícias ou não, são as únicas referencias sobre determinado assunto.

Tratar o tema, Mulher Egressa, ou encarcerada é responsabilidade “a mais” sem dúvida alguma, pois além de ser uma triste realidade, as fragilidades existentes dentro do mundo “entre - grades” e as dificuldades encontradas na saída do cárcere se estendem de forma inimaginável.

Independente da tipificação do caráter delituoso, conseqüente permanência temporária em condição de pessoa presa, para cumprimento de pena, enfim. O tema é real, e vai muito além do fator culpabilidade.

Propício, necessário e uma oportunidade de se mostrar muito mais do que uma trama onde as protagonistas e antagonistas, tornar-se-ão mocinhas ou vilãs. Claro que ninguém quer ver sensacionalismo em horário nobre, mais abordar com sutileza, alguns aspectos que são ignorados pode ajudar de forma significativa a diminuir o alto índice da criminalidade feminina.

Uma hora na cadeia, equivale há um ano... E como cada caso é um caso isolado, nem todas conseguem permanecer ou sair do sistema prisional sem marcas e estas, (quando não externas) são indeléveis...

Há as que começam uma “nova pena” após a permanência carcerária. Normalmente quando existe apoio familiar, junto a este, vem cobranças diárias e dificuldades no convívio com o todo.

O resgate da identidade social, nem sempre é possível, pois as dificuldades impostas em meio ao preconceito é fato. A trajetória que começa com os pulsos presos a algemas e uma ordem de prisão atravessam becos sombrios e frios, que vilipendiam o feminil sob todos os aspectos. O reflexo deste percurso, no final da linha é a portão de ferro que se abre para a tão esperada liberdade, porém, muito longe de ser realidade, outras portas são abertas... Recomeçar é o sonho para muitas. No entanto, a Mulher, quando não é “do crime” não desiste de driblar o cotidiano cruel e se reerguendo, vai à busca de conquistas não deixando esquecido no passado o que lhe pertence, feito ferina.

Para aquelas que “sobreviveram” dentro das muralhas, onde um bife ou uma palavra mal expressada/interpretada pode valer uma vida, afiar as garras é uma das primeiras lições que a escola da vida ensina com louvor.

Pois as leis, bem como os cárceres, foram criadas pelo homem e para o homem... Assim sendo, sobreviver neste ‘território tenebroso’ é missão difícil e mais difícil e doloroso é o processo de reinserção social.

Como Presidente do Projeto zaP! Já vi, ouvi e convivi com situações inenarráveis. Onde o cotidiano atrás da cortina de ferro, tem todos os elementos brutais, para transformar o “chamado sexo frágil” de forma significativa e absoluta em um outro ser...

Aqui, do outro lado dos gélidos alicerces onde com a alma, se conjuga o verbo ser ou estar... LIVRE a Reabilitação é Real!

Infelizmente, estereotipado por quem fantasia o que desconhece ou quer omitir resultados de trabalhos bem elaborados. Há os que tendem a massacrar ainda mais a Mulher egressa, generalizando-as, afirmando uma reincidência fictícia, para “bater um carimbo” de condenada sobre uma maioria, que por uma fatalidade... Passou uma temporada no inferno.

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