A INQUIETUDE “TEEN”

O jornalista Antônio Lopes de Sá, em recente artigo intitulado “A maior vitória”, descreveu que “a insatisfação permanente com as coisas pode ter origem no descontentamento íntimo, na incapacidade de ver, de medir a relatividade da existência”. E conclui que “quando uma pessoa não se ama, raramente conseguirá amar a alguém ou a alguma coisa, dificilmente entenderá a si mesma e, muito menos, a terceiros”. Em se tratando de adultos, esse comportamento significa morbidez. Entretanto, quando se refere a jovens, nem sempre pode ser visto sob esse prisma.

Os jovens são pessoas em conflitos pelas mudanças bruscas que a vida lhes impõe – raramente estão satisfeitos. E são esses conflitos, juntamente com a poderosa carga energética que possuem, que os impelem para a busca de experiências tão necessárias à formação de suas personalidades. Essas características criam o mundo particular dos “teen” que freqüentemente entra em choque com o mundo dos adultos.

Os adultos, nem sempre estão preparados para conviverem com as diferenças, quando se trata de lidar com as normas e convenções sociais cristalizadas culturalmente. Na maioria das vezes não percebem que o comportamento arredio dos jovens é passageiro: um dia amadurecerão e passarão a se comportar como adultos. Até os animais são assim.

Comparemos os cães, por exemplo: o filhote, inicialmente é quieto, depois, à medida que vai crescendo vai se tornando cada vez mais irrequieto – brinca mordendo tudo que estiver próximo dele, arrasta pequenos objetos, destrói móveis, etc. Quando cresce, muda seu comportamento; pode se tornar um animal feroz ou dócil – dependendo do tratamento que recebeu na sua fase de formação –, brinca esporadicamente e ainda assim apenas com quem confia plenamente e não mais é irrequieto como antes. O ser humano não é tão diferente assim. Os jovens precisam apenas de orientações que os possibilitem viver bem cada fase de suas vidas e amadurecerem no momento certo.