FOME E ENERGIA - PARTE 02

O DESAFIO: POLUIR MENOS

Não há dúvidas de que, não mais no futuro, mas agora no presente a busca por fontes alternativas de geração de energia não poluentes – chamadas de bio-renováveis – significa a chave para a sobrevivência humana na face deste planeta, posto que a extração e utilização de hidrocarbonetos fósseis representa uma forma superada de produção e geração de energia na medida em que a resultante poluidora representa um custo muito mais elevado do que o resultado obtido, como podemos observar na questão do efeito estufa e do aquecimento global. Ao produzir combustível fóssil cada tonelada produzida gera vinte e cinco vezes mais poluentes que irão ser armazenados na atmosfera terrestre, sobrecarregando um sistema já sobrecarregado com mais e mais poluentes jogados diariamente por indústrias, automóveis e outras unidades consumidoras deste tipo de energia. O quadro abaixo serve-se ao propósito de demonstrar claramente as vantagens e desvantagens das fontes não renováveis de energia atualmente disponíveis. (7).

Fonte

Não-renovável Obtenção Uso Vantagens Desvantagens

Petróleo Resulta de reações químicas em fósseis depositados principalmente no fundo do mar. É extraído de reservas marítimas ou continentais Produção de energia elétrica; matéria-prima da gasolina, do diesel e de produtos como o plástico, borracha sintética, cera, tinta, gás e asfalto. Domínio da tecnologia para sua exploração e refino; facilidade de transporte e distribuição. polui a atmosfera com a liberação de dióxido de carbono, colaborando para o efeito estufa.

Nuclear Reatores nucleares produzem energia térmica por fissão (quebra) de átomos de urânio. Essa energia aciona um gerador elétrico. Produção de energia elétrica; fabricação de bomba atômica. A usina pode ser instalada em locais próximos de centros de consumo; não emite poluentes que contribuam para o efeito estufa. Não é tecnologia para tratar lixo nuclear; a construção de usinas é cara e demorada; existe risco de contaminação nuclear.

Carvão mineral Resulta da transformação química de grandes florestas soterradas. É extraído de minas localizadas em bacias sedimentares. Produção de energia elétrica; aquecimento, matéria-prima de fertilizante. Domínio de tecnologia para seu aproveitamento; facilidade de transporte e distribuição. Libera poluentes como dióxido de carbono e óxidos de nitrogênio; contribui para a chuva ácida.

Gás

natural Ocorre na natureza associado ou não ao petróleo. A pressão existente nas reservas impulsiona o gás para a superfície, onde é coletado em tubulações. Aquecimento; combustível para geração de eletricidade, veículos, caldeiras e fornos; matéria-prima de derivados da indústria petroquímica. Não emite poluentes; pode ser utilizado nas formas gasosa e líquida; existe grande número de reservas. A construção de gasodutos e metaneiros (navios especiais) para o transporte e a distribuição requer alto investimento.

Renovável

hidre-

letricidade A energia liberada pela queda de água represada move uma turbina que aciona um gerador elétrico. Produção de energia elétrica. Não emite poluentes; a produção é controlada; não interfere no efeito estufa. Inundação de grandes áreas e deslocamento de população residente; a construção das usinas é cara e demorada.

Eólica O movimento dos ventos é captado por pás de hélices gigantes ligadas a uma turbina que acionam um gerador elétrico. Produção de energia elétrica; movimentação de moinhos. Grande potencial para geração de energia elétrica; não interfere no efeito estufa; não ocupa áreas de produção de alimentos. Exige investimentos para a transmissão da energia; produz poluição sonora; interfere em transmissões de rádio e TV.

Solar Lâminas recobertas com material semicondutor, como o silício, são expostas ao Sol. A luz excita os elétrons do silício, que formam uma corrente elétrica. Produção de energia elétrica; aquecimento. Não é poluente; não interfere no efeito estufa; não precisa de turbinas nem geradores para a produção da energia elétrica. Exige alto investimento para o seu aproveitamento.

Biomassa A matéria orgânica é decomposta em caldeira ou biodigestor. O processo gera gás e vapor, que acionam uma turbina e movem um gerador elétrico. Aquecimento; produção d energia elétrica e de biogás (metano). Não interfere no efeito estufa (o gás carbônico liberado durante a queima é absorvido depois no ciclo de produção). Exige alto investimento em seu aproveitamento

Uma alternativa recentemente transformada em centro de pesquisas refere-se à produção de óleo combustível a partir de óleo vegetal utilizado originalmente em frituras, também chamado de combustível energético alternativo, cujos resultados têm-se mostrado extremamente favoráveis, inclusive no quesito de fonte com menor índice de poluição atmosférica. Todavia, trata-se de algo muito recente para que se possa opinar com absoluto domínio sobre seus resultados finais. Exige, como os demais meios já estudados, tempo, dedicação e investimentos agressivos de forma a obter uma resultante satisfatória.

Infelizmente, nos dias atuais parece que podemos observar um processo de reversão com a autorização do Governo Federal na ampliação da malha de usinas termoelétricas que, por sua própria natureza são muito mais poluentes que as usinas hidroelétricas em funcionamento. A bem da verdade, não é possível entender esta estratégia adotada pela União, na medida em que, sabedor de sua auto-suficiência em face da produção de petróleo, e sabendo ainda que este bem, nos últimos anos, têm-se tornado um bem de ordem questionável mas muito mais estratégico que qualquer outro, adota o sistema de produção de energia elétrica a partir de combustíveis fósseis, cuja capacidade poluidora tem comprovado sua eficácia em gerar massas enormes de gazes pesados que não apenas prejudicam o meio-ambiente , mas também não criam novas oportunidades de busca de soluções, até porque se sabe que o maior mal do ser humano é o comodismo ou o acomodamento à situações que se mostram menos danosas e com diminuto grau de risco.

Nesta seara, acreditamos, não há escapatória para o futuro da humanidade: a imediata diminuição das fontes poluentes com a otimização dos meios de produção energética disponíveis e renováveis, já que urgência é a palavra de ordem para este quesito. Veja-se ainda que a excessiva criação de normas reguladoras apenas servem como parâmetros descritivos com a intenção precípua de estabelecimento de um conjunto regulador de atividades comuns que atingem a todas as pessoas. Porém, sem temer o comentimento de um pecado imperdoável, devemos considerar como relevantes tais normas, sem perder de vista que o mais importante é a atitude coletiva, a conscientização de todos na direção apontada como aquela que trará a todos um benefício indescritível em termos de bem-estar e de melhoria na qualidade de vida para toda a sociedade.

AS NORMAS DE CONSERVAÇÃO DO MEIO-AMBIENTE.

Consideremos, inicialmente, a Constituição Federal de 1988 e, em especial, seu artigo 225, o qual transcrevemos a seguir:

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.

§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:

I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas;

II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;

III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;

IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;

V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;

VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente;

VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.

§ 2º - Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.

§ 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.

§ 4º - A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.

§ 5º - São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.

§ 6º - As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.

A simples leitura do excerto acima revela-nos duas características fundamentais em seu cerne. A primeira diz respeito à responsabilidade do Estado na promoção de mecanismos de controle, preservação e manutenção de áreas especiais destinadas à conservação do meio ambiente, do eco-sistema, da flora e da fauna com a finalidade de estabelecer uma qualidade de vida que possa ser por todos desfrutada. Já a segunda diz respeito aos fundamentos legais que deverão criar o conjunto de preceitos a serem seguidos com a intenção única de alcançar as premissas estabelecidas pela primeira característica anteriormente elencada.

Achamos, até por uma questão acadêmica, desnecessário elencar o conjunto de leis e regulamentos decorrentes do texto constitucional acima, porém não podemos, nem devemos, perder de vista que tal conjunto normativo não se serve para si mesmo, mas sim para a consecução dos objetivos pretendidos pela Constituição enquanto manifestação da vontade e do anseio nacionais. Ou seja, a princípio da conservação do meio ambiente deve pautar-se, primeiramente, pelo texto constitucional que evidencia as premissas básicas e fundamentais nas quais estão assentadas as razões para que os cidadãos devam atentar para a conservação de um bem coletivo, relativamente renovável, e que não lhe pertence com exclusividade, mas sim a toda a humanidade, presente e futura.

Assim, conservar o meio ambiente possui uma imbricação direta com a produção de fontes energéticas alternativas e a produção de alimentos para todos, como se percebe do texto constitucional que, infelizmente, ao publicizar e normatizar a conservação ambiental, esqueceu-se que esta premissa pode significar também uma condenação à produção de alimentos e de energia bio-renovável, uma vez que a necessidade de novas áreas produtivas a serem implantadas, bem como o desenvolvimento de técnicas de plantio de elementos naturais capazes de produzir energia, pressionam a conservação ambiental em direção ao precipício.

Um recente comentário publicado por ALBERTO SIERRA (Jornalista espanhol colaborador do jornal Adital e do Centro de Colaborações Solidárias), no sítio eletrônico miradaglobal.com, evidencia este paradoxo:

Num mundo no qual mais de 800 milhões de pessoas passam fome, morrendo 25.000 pessoas diariamente por inanição, não parece ético dar prioridade à busca de combustíveis que permitam seguir com o frenético gasto energético dos países mais industrializados. O consumo de petróleo na Europa é 10 vezes superior ao da China; o dos Estados Unidos 20 vezes mais.

Esgotar as terras férteis e dedicar alimentos básicos à produção de energia é condenar parte da humanidade que sofre com a fome e as gerações futuras a uma morte segura, por fome.

A chave está em fomentar um consumo sensato que permita a poupança e o uso eficiente da energia, assim como desenvolver novas tecnologias que permitam potenciar o uso de fontes renováveis como o sol, a luz ou o vento.

Como vemos, diversas vozes se levantam alertando que o futuro deverá ser mais negro do que realmente parece se, e apenas se nada for feito a respeito, se nenhum esforço for envidado na direção oposta em que caminham os destinos da humanidade, buscando outras formas de desenvolvimento que sejam operadas de um modo mais consciencioso, mais harmonioso com as necessidades de uma humanidade que não pára de crescer em todos os sentidos e que, ao mesmo tempo, precisa desesperadamente de alternativas, de escolhas para conduzir seu futuro em uma direção segura.

Muitos especialistas asseguram que dois fatores são determinantes para abordagem da questão energética: o primeiro diz respeito ao fato de que não existe energia limpa, posto que qualquer que seja a sua fonte ela sempre produzirá detritos danosos ao meio ambiente. Isto decorre da própria cadeia de produção gerada na produção de energia que ao longo de sua matriz trará, necessariamente, algum tipo de prejuízo ambiental que deverá ser reaproveitado ou reciclado. O segundo refere-se ao fato de que a produção de energia possui uma faceta voltada para a política econômica e social que o governo adota para o longo prazo, na exata medida em que esta política gerará um perfil tributário, econômico e financeiro cujo ônus deverá ser arcado pela sociedade como um todo.

E não se tenham dúvidas que estas alegações feitas pelos especialistas possuem enorme grau de verdade e de proximidade com a realidade que nos cerca nos dias atuais. Veja-se, por exemplo, o caso da China que nos últimos anos têm-se mostrado a campeã de crescimento econômico, cujo principal custo a ser pago é a necessidade cada vez mais voraz de produzir energia (de qualquer ordem com qualquer grau de poluição), posto que sem este insumo estará, inevitavelmente, condenada a perder-se em sua própria política econômica nos próximos anos.

De outro lado da história, temos os Estados Unidos da América do Norte, cuja matriz energética demonstra uma ineficiência alternativa sem qualquer referência histórica, posto que seus governantes recusam-se terminantemente a mudar e, quando o fazem, escolhem uma matriz bioenergética renovável cujo custo social demonstrou ser muito mais elevado que qualquer outro que se tenha notícia.

De qualquer forma, devemos atentar para as evidências que apontam para um futuro absolutamente incerto e imprevisível em termos de dependência mundial em função da energia oriunda de combustíveis fósseis, não apenas pelos fatos acima elencados relativos à poluição ambiental, produção de alimentos e mudança de matriz energética já que tais elementos constituem facetas do mesmo problema, variáveis que deverão ser consideradas à luz de um mesmo eixo orientador, um parâmetro pelo qual procurar-se-á uma solução considerada dentro de um “ótimo possível”, cujas adequações nos proporcionarão mais segurança e conforto em relação à sobrevivência da humanidade sobre este planeta.

Em que pese o nosso anseio de não parecermos excessivamente pessimistas dentro deste trabalho argumentativo, não queremos, nem devemos, nos permear por excessos ou ainda por omissões, até porque a intenção aqui é um ensaio crítico, porém dotado da mais profunda consciência direcionada no sentido de oferecer pensamentos alternativos, considerações oportunas e possibilidades ilimitadas. Sabemos que a mente humana possui tal capacidade de criação que não temos dúvidas que sempre haverá novas idéias brotando em centros universitários, laboratórios de pesquisa e desenvolvimento (públicos ou privados), instituições governamentais e não-governamentais. Os fatos e a história comprovam que isto é possível, não apenas provável, de acontecer no menor espaço de tempo disponível, inclusive porque tempo é algo que, neste momento, a humanidade não dispõe em quantidade suficiente para esperar alguma espécie de milagre de última hora, mesmo tendo em vista que a capacidade de criação do indivíduo cresce de forma diretamente proporcional à medida que uma crise se aproxima.

Todos os aspectos considerados não são capazes de propiciar uma visão ampla e abrangente do problema que se descortina à frente do destino da humanidade, principalmente pelo fato de longos e longos séculos de consumo indiscriminado dos recursos naturais, agindo como parasitas que extraem de seus hospedeiros toda a energia nutricional necessária até que este último se encontre sem condições de garantir a própria sobrevivência.

Veja bem que não se trata de uma crítica demeritória, posto que o comportamento considerado refere-se à uma cultura que proliferou e ainda prolifera por todos os meios sociais. Não se sabe o real significado de expressões como “consumo racional”, “reciclagem”, “equilíbrio ambiental”, pois até bem pouco tempo atrás estas eram expressões desconhecidas, como também desconhecidas eram as limitações oriundas do princípio basilar da economia que estabelece que o homem deve conviver com recursos escassos e necessidades ilimitadas.

Aliás, essa dicotomia sempre demonstrou de forma prática que sua validade e atualidade não podem ser questionadas sob qualquer aspecto que seja considerada, uma vez que o próprio planeta evidenciou suas carências e limitações. Faz-se necessário, então, que nos dias atuais tenhamos uma postura pró-ativa frente às diversidades e agruras que estão por vir. Entender que somos apenas inquilinos e que, portanto, devemos conservar este planeta e sua biodiversidade, torna-se um aspecto crucial para a nossa própria sobrevivência.

Inclusive porque, quando nos deparamos com a hipótese de Gaia, estabelecida pelo biólogo inglês James E. Lovelock (8), entendemos que nossa relação com este planeta muito se assemelha com uma simbiose, um mutualismo pelo qual, para nossa permanência neste planeta depende de forma direta com a conservação e existência do próprio planeta; ou seja, cada ser humano vivente depende do planeta, assim como o planeta também depende de nossas atitudes conscientes para que possa sobreviver e, assim, garantir que ambos não sejam conduzidos à extinção.

Para o renomado biólogo, o tempo está se esgotando, e, desta forma, caminhamos inexoravelmente para a destruição de todas as possibilidades de reversão do processo que iniciamos quando estabelecemos que o progresso industrial, o uso indiscriminado de combustíveis fósseis, o consumo exagerado de descartáveis e o abuso das fontes limitadas de energia existentes, seriam as únicas chances de crescermos, multiplicarmos e criarmos uma estrutura de conquista do, até então, “planeta selvagem”, que agora mais se assemelha a um ser agonizante que passa seus últimos momentos entre o desequilíbrio e a instabilidade das suas diversas crises, e, de outro lado, os estertores finais de quem ainda deseja satisfazer a todas as necessidades de seus habitantes. Recentemente, o pesquisador fez as seguintes e assustadoras afirmações:

"Bilhões de nós morrerão e os poucos casais férteis de pessoas que sobreviverão estarão no Ártico onde o clima continuará tolerável"

"Temos que ter em mente o assustador ritmo da mudança e nos darmos conta de quão pouco tempo resta para agir, e então cada comunidade e nação deve achar o melhor uso dos recursos que possue para sustentar a civilização o máximo de tempo que puderem". (09).

Estas são, sem qualquer sombra de dúvidas, afirmações extremamente preocupantes, quiçá alarmantes, até mesmo porque estamos plenamente cientes de que depende exclusivamente de nossas atitudes futuras, o nosso próprio futuro, como também o futuro de nossa descendência.

Não há mais tempo para ceticismos, ou mesmo desconfianças de caráter meramente acadêmico. Deve-se agir na direção certa, fazer aquilo que precisamos fazer para que este planeta não seja consumido como um produto e depois descartado como refugo. Isto se trata, efetivamente, de consciência ecológica plena associada com postura ética e moral orientada para o bem comum, não se limitando apenas a discursos vazios, ou ilações desprovidas de bom senso, apenas com o intuito de angariar benefícios a fim de satisfazer interesses privados em detrimento direto dos interesses coletivos, ou ainda interesses destinados a toda a humanidade.

E quando nos referimos a desconfianças de caráter meramente acadêmico, queremos dizer exatamente o que a expressão quer transmitir: não basta que os cientistas debrucem-se sobre o problema com um olhar voltado para a questão econômica e outro assentado na própria realização pessoal: idiossincrasias particulares não têm lugar neste universo de pesquisa e desenvolvimento que tem a urgência e a relevância como palavras-chave para a imediata resolução de um problema que não possui em sua essência a intenção de desaguar no destino para o qual apontam os efeitos hoje percebidos por todos.

Em um documento publicado através da rede mundial de computadores (internet), a WWF/BRASIL, afirma de forma cristalina que: “De acordo com o relatório Sternii, produzido pelo governo inglês em outubro de 2006, as mudanças climáticas podem causar a maior recessão global desde a Grande Depressão. Segundo o documento, o aquecimento global poderá custar à economia mundial até 20% do PIB anual do planeta nas próximas décadas, se não forem tomadas medidas urgentes para reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa e evitar enchentes, tempestades e outras catástrofes naturais. Implementar e adotar ações de redução destas emissões poderá custar até 1% do PIB global, mas os custos da “não ação” deverão ser ainda maiores.

O relatório do IPCC, órgão ligado à ONU, mostra claramente que é possível deter o aquecimento global, se o processo de redução das emissões for iniciado antes de 2015.

De acordo com o documento, para salvar o clima do nosso planeta, a humanidade terá de diminuir de 50% a 85% as emissões de CO2 até a metade deste século”.

A valorização de nosso meio ambiente como única forma de sobrevivência não se trata mais de um assunto restrito ao universo de pensadores tido até então como idealistas ou naturalistas que preocupavam-se apenas com aquela pequena parcela de realidade que os cercava; é agora um assunto fundamental que atinge a todos e que preocupa não apenas esta geração, mas também as que estão por vir. Observe-se que estas alegações não se encontram apoiadas em meras suposições, hipóteses ou apenas concepções estabelecidas a partir de dados incertos ou mesmo imprecisos. Estamos chegando àquilo que se denomina de ponto sem retorno, ou seja, caminhamos para um estágio onde os processos iniciados anteriormente e que até então careciam de algum procedimento de retro-alimentação, agora encontram-se plenamente capazes de caminharem por si próprios, tal qual uma patologia grave que, após instalar-se no organismo e dele extrair os nutrientes necessários para sobreviver e proliferar desenvolve seu próprio mecanismo de auto existência a partir do organismo de seu hospedeiro, resultando em um lento, gradual, doloroso e profundamente degradante processo que desaguará na total inanição do paciente com a morte integral de seus sistemas vitais.

Para que se busque uma forma mais consciente de evitar-se que este processo não ultrapasse o ponto sem retorno é necessário fazer-se algo agora, algo imediato e efetivo, conjunto, baseado em decisões concebidas e orientadas pela necessidade que temos de agir com o bom senso que construiu o edifício do conhecimento humano e que foi suficientemente capaz de livrá-lo de situações de risco e, sem qualquer sombra de dúvidas, agora é um momento como esse, momento em que a criatividade deve superar sua própria capacidade.

Acreditamos que algumas novas opções já se abriram para a humanidade, e uma delas é, com certeza, o uso consciente da energia nuclear como nova matriz energética e cujo coeficiente de geração de lixo e ocupação de espaços necessários para outros propósitos é significativamente menor do que atualmente temos adotado como referencial de nossas fontes de geração, armazenamento e distribuição de energia. Senão vejamos a entrevista que colhemos da internet:

Entrevista com Bruno Comby para o PARA CASA (Encarte Infantil do Jornal da MBR). 26 de abril de 2007. Por Raquel Zanatta.

1 – Quando e como a AAFN foi criada? Quando James Lovelock aderiu à associação?

AAFN – Associação dos ambientalistas a favor da energia nuclear foi criada em 1996. Ela cresceu a hoje reuni mais de 9 mil membros e apoiadores em 56 países, incluindo famosos ambientalistas como Patrick Moore, fundador do Greenpeace em 1971, e meu bom amigo James Lovelock, considerado o pai da consciência ambiental desde os anos 60. James Lovelock aderiu em 2000 e escreveu a introdução do meu livro “Ambientalistas pela Energia Nuclear” quando a primeira versão foi publicada, no mesmo ano. A versão francesa havia sido publicada em 1995.

2 – Quais são os benefícios da energia nuclear? Por que não incentivar o uso da energia solar?

A energia nuclear é a única energia limpa disponível que existe em quantidades suficientes para permitir a sobrevivência da nossa civilização sem destruir o nosso planeta, como estávamos fazendo com a queima de combustíveis fósseis. Você pode imaginar que queimamos em somente 50 anos todo o petróleo que a natureza levou 100 milhões de anos para fabricar? Se queremos ser sustentáveis, precisaríamos de 2 milhões de planetas como a Terra. A humanidade, e especialmente as crianças de hoje, vão enfrentar tempos difíceis no futuro, quando daqui a alguns anos o clima ficar mais quente tornando muitas áreas de cultivo estéreis, e quando o petróleo ficar escasso. Nós temos que mudar para uma fonte de energia que seja limpa, não emissora de CO2 e que existe em quantidade suficiente para fazer crescer nossos alimentos e garantir nossa sobrevivência. A energia solar é interessante para produzir água quente para uso doméstico (quando o sol brilha claro). A fabricação de células fotovoltaicas (para produção de eletricidade) é, no entanto, cara e eletro intensiva. Em alguns casos a economia que a célula proporciona, em toda a sua vida útil, não paga a energia necessária para fabricá-la. A energia solar é muito pontual. Grandes superfícies de terra teriam que ser cobertas para que a energia solar fosse produzida. Além disso, ela só estaria disponível durante o dia e em dias ensolarados. E a nossa sociedade moderna precisa de energia dia e noite, e em dias sem sol.

3 – Qual é o maior desafio do seu trabalho?

Como Galileu, nós estamos constantemente encarando velhos mitos apoiados por grupos ideológicos poderosos que precisam ser desmentidos. Muitos pensam que somente painéis solares e energia eólica vão resolver o problema, mas nunca calculam a vasta área de terra que seria necessária para a instalação das usinas e mesmo o custo dessas mudanças, que nem mesmo atenderão à demanda.

A energia precisa ser confiável, ou seja, produzida sob demanda. Mas o vento e o sol são imprevisíveis. Muitos acham que não existe solução para o lixo nuclear, quando de fato ele existe em pequenas quantidades (1 grama de urânio produz o mesmo tanto de energia que 1 tonelada de óleo). Isso é um fator de um milhão! Lixo nuclear não interage com a biosfera porque a regra principal para seu processamento, ao contrário do lixo químico, é o seu total confinamento.

Eles podem ser processados de muitas maneiras e 97% dele pode ser reciclado (urânio não utilizado e plutônio), como é feito na França, na planta de reprocessamento em La Hague. Eles também são degradáveis ao longo do tempo (por definição, um elemento radioativo se desintegra), o que não é o caso da enorme quantidade de lixo químico que despejamos nos nossos rios, terras e oceanos. Muitos pensam que pequenas doses de radiação são perigosas quando, em fato, radiação é natural e benéfico mesmo em altas doses como é encontrado em lugares como Guarapari, no Brasil.

Radioatividade pode ser achada em qualquer lugar na natureza e essas doses naturais são úteis e de fato necessárias para nossa saúde. Somente altas doses de radiação artificial podem ser perigosas (os níveis de radiação achados dentro do núcleo do reator são muito altos, mas a segurança do núcleo é alta).

Nosso trabalho é informar o público e os políticos, de uma maneira correta e honesta, sobre a energia e o meio ambiente, e especialmente sobre os muitos benefícios da energia nuclear para o meio ambiente. Ela precisa de muito pouco combustível, produz uma quantidade minúscula de lixo (que são bem confinados) e ainda não tem nenhum impacto no meio ambiente. Os mitos precisam ser combatidos e isso requer muito tempo e paciência.

4 – Além da energia nuclear, qual outro ato sustentável vocês apóiam?

Nós recomendamos a conservação da energia, bombas de calor, aquecimento geotérmico, aquecimento de água com energia solar, a construção de casas ecológicas (elas são passivas e não requerem nenhuma energia). Em um nível mais pessoal, eu tenho promovido, por mais de 25 anos, uma vida saudável e natural, com alimentação natural, padrões de sono naturais, incluindo uma siesta todo dia, uma vida livre e sem drogas e fumo, como você pode ver em meu livro. http://www.comby.org/livres/livresen.htm

5 – Por que as crianças são importantes para salvar o planeta e como podem fazer isso?

As crianças seguram o futuro do mundo em suas mãos. Como meu amigo James Lovelock gosta de dizer, a humanidade é o sistema nervoso de Gaia. As crianças de hoje são, então, o sistema nervosa do nosso planeta vivo de amanhã. Elas vão decidir nosso futuro. A melhor maneira de garantir que vão tomar as decisões corretas de uma maneira responsável é ir à escola, se educarem, aprender sobre ciências (incluindo ciências ambientais e como funciona um reator nuclear), porque aí, amanhã, elas vão tomar as decisões corretas para fazer possível a continuação da nossa civilização enquanto protegem o planeta, possibilitando a Gaia uma vida longa e em paz.

No campo da energia, eu só vejo uma solução para isso, em associação com a conservação de energia e eficiência energética: ela se chama energia nuclear. Petróleo e gás natural vão acabar em breve e já estão ameaçando Gaia por meio da mudança climática e da composição química da nossa atmosfera, do ar que respiramos. Carvão é ainda mais poluidor, e as energias renováveis não podem prover a energia que precisamos, de uma maneira intermitente. As energias renováveis são, infelizmente, de pouco alcance e imprevisíveis: energia solar só está disponível quando o sol brilha, e a eólica quando o vento sopra. Grandes quantidades dessas energias não podem ser armazenadas de uma maneira conveniente, então precisamos contar com a única energia limpa e confiável que temos em grandes quantidades, com grandes fontes de urânio para milênios a nossa frente (deixando tempo suficiente para que os netos de nossos filhos achem uma melhor solução no futuro), a única que faz nosso sol e estrelas brilharem e representa a principal fonte de energia do universo: a energia nuclear. Nós temos sorte de ter essa solução em nossas mãos e devemos aproveitar essa chance, antes que seja tarde.

Bruno Comby.

Por fim, e sem qualquer pretensão de deter o monopólio do conhecimento sobre tema tão complexo e profundo, gostaria de encerrar este pequeno ensaio com um dos protocolos de compromissos estabelecidos durante a Conferência Internacional sobre Meio Ambiente e Biodiversidade, ocorrida na cidade do Rio de Janeiro no ano de 1992 (ECO/92), cujos termos são extremamente claros ao estabelecer certas premissas relativas ao uso das fontes de energia disponíveis e necessárias à sobrevivência da humanidade:

TRATADO SOBRE ENERGIA

PREÂMBULO

1. Comunidades sustentáveis são fundamentais para a sobrevivência do planeta

e de suas espécies, embora os impactos negativos na saúde, na sociedade e na economia causados por projetos energéticos de larga escala seja freqüentemente desprezados. O paradigma dominante de desenvolvimento, incluindo as políticas energéticas orientadas pela oferta, é não democrático e insustentável, acarretando uma dívida inaceitável, desequilíbrio no consumo de energia, aumento dos níveis de poluição e destruindo culturas, economias locais e a natureza.

2. As decisões energéticas têm efeitos profundos sobre o desenvolvimento de cada sociedade e economia nacional sobre a divisão internacional do trabalho, sobre a soberania das nações e até o mesmo sobre a geografia do mundo.

3. Empresas e interesses poderosos, nunca levados a assumirem compromissos, controlam a produção e distribuição de energia, bem como bens e serviços correlatos sendo culpados por graves problemas sociais e ambientais.

Em particular, todas as formas de energia nuclear resultam em perigosas conseqüências ambientais, militares, sociais e de saúde, sendo, assim, insustentáveis e inaceitáveis.

4. Recursos financeiros e humanos devem ser amplamente aumentados e dedicados à conservação, à eficiência energética e às alternativas renováveis, de modo a prover sustentabilidade ecológica para a geração presente e para as vindouras. Tal canalização de recursos, juntamente com o aumento apropriado da educação, é essencial se quisermos reverter as atuais tendências de devastação ecológica, tais como o desmatamento, o efeito estufa, a destruição da camada de ozônio e a poluição radioativa. Isso deve incluir maior oferta de formas de transporte que sejam ecologicamente sustentáveis, bem como a redução, reutilização e reciclagem de resíduos.

DECISÕES

As decisões sobre produção, distribuição e uso de energia devem ser tomadas obedecendo aos seguintes princípios:

Princípio ético

A energia deve sempre ser produzida, distribuída e usada com o máximo de eficiência e o mínimo de impacto sobre o bem-estar das pessoas e do resto da natureza. Deve-se contabilizar integralmente os custos ambientais e sociais ao calcular-se o custo final das opções energéticas.

Princípio de eqüidade

Todos os povos, comunidades e nações têm direito a igual acesso aos bens e serviços proporcionados pela energia. Isso implica produção, distribuição e uso eqüitativos desses bens e serviços em todos os níveis – local nacional e internacional – e modificações nos estilos de vida perdulários. Todas as comunidades têm direito de coletar e produzir sua própria energia usando fontes locais.

Princípio sobre a tomada de decisões

As decisões energéticas devem ser democráticas e participativas, com equilíbrio étnico, cultural, social, econômico, cor de pele e sexo. De modo particular, as pessoas diretamente afetadas devem desempenhar um papel central. Todos os impactos na biosfera resultantes de transformações qualitativas e quantitativas de materiais e energia devem ser contabilizados, incluindo o uso das fontes e a geração de resíduos. Informações completas acerca desses impactos devem ser claramente e honestamente apresentadas e publicamente discutidas.

AÇÕES

As ONGs reunidas no Fórum Global-92 comprometem-se com os seguintes planos de ação:

1. Trabalharemos para mudar o padrão de consumo perdulário de energia, em.

favor da parcimônia, eficiência e conservação, incluindo a redução imediata da

emissão dos gases que provocam o efeito estufa e outros poluentes.

2. Trabalharemos em prol da produção descentralizada de energia renovável e

nos oporemos a todo mega-projeto energético.

3. Insistimos em uma moratória do desenvolvimento e da construção de instalações nucleares, da mineração de urânio e, assim que possível, no fechamento das atuais instalações.

4. Trabalharemos pela desmilitarização, de modo a diminuir o enorme consumo de energia por parte da produção industrial para fins militares e das atividades militares, incluindo a guerra.

5. Trabalharemos solidariamente com aqueles que se dedicam a lutar contra tarifas injustas e iníquas para prover suas necessidades básicas de energia.

6. Nós nos comprometemos em prol da solidariedade internacional a todos os desalojados por mega projetos energéticos.

7. Insistimos que os cálculos de custos de todas as opções energéticas integrem de uma maneira completa os fatores ecológicos, ambientais e ecológicos.

8. Pressionaremos os governos para completa revisão pública de todas as decisões energéticas, incluindo consulta e aprovação das populações afetadas.

9. Faremos campanha para transformar o atual comportamento dos consumidores e os modelos de agricultura, comércio, indústria, moradia e transporte, a fim de atender às necessidades sociais e minimizar o consumo dos recursos, inclusive energia.

10. Trabalharemos pela obrigatoriedade de padrões mínimos de eficiência energética e pela rotulação dos produtos.

11. Trabalharemos para o estabelecimento de uma unidade permanente de coordenação das ONGs na área de energia, baseada nas redes existentes a fim de participar no processo da CNUMAD e encaminhar contribuições para os organismos das Nações Unidas.

12. Trabalharemos para estabelecer mecanismos de representação balanceada das ONGs com voz e voto, junto a todos os organismos internacionais de financiamento.

13. Trabalharemos, em escala internacional, a favor do desenvolvimento, divulgação e transferência de tecnologia de energias renováveis, eficientes, sustentáveis e descentralizadas, tais como solar, eólica, biomassa e hidroelétrica de pequeno porte e, no estabelecimento de mecanismos que assegurem a assimilação local de tecnologia.

14. Trabalharemos pela redução progressiva, em escala mundial, das emissões

de dióxido de carbono e metano por veículos automotores, indústria e produção energética, tendo como objetivo a redução em 20% no ano 2000, 50% no ano 2025 e próximo a 100% no ano 2050.

Esta é a mensagem que almejamos fique gravada em corações e mentes de todos os leitores, posto que o momento é mais que crucial, pois das ações tomadas a partir deste ponto, dependerá não apenas o futuro da humanidade, mas também e principalmente sua própria existência caso haja futuro para ela.

Isto não é apenas um simples documento, um mero protocolo de intenções a ser observado apenas com intenções políticas. Trata-se de um termo de compromisso, um contrato estabelecido entre a humanidade e sua própria sobrevivência, sobrevivência esta que ela mesmo colocou sob o risco iminente do perecimento definitivo.

“O homem que quiser inovar para o bem, inexoravelmente, passará por cinco estágios: indiferença, ridicularização, ofensa, repressão e, finalmente, respeito”. Ghandi.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E NOTAS RELEVANTES

(1) http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2008/04/30/crise_dos_alimentos_nao_deve_matar_de_fome_por_enquanto_diz_onu-427131057.asp. Acesso em 26/05/2008.

(2) - http://www.geocities.com/geo_mundi/geral12.htm.

(3) Branca M. O. Medina - Bióloga licenciada e bacharel em ecologia pela UFRJ e mestre em ecologia, conservação e manejo da vida silvestre pela UFMG. (http://www.biologo.com.br/ecologia/ecologia8.htm).

(4) – fonte: veja on line (Edição 1 701 - 23 de maio de 2001).

(5) – Fonte: “FOME NO MUNDO: Um problema sem solução” - Alberto Garuti – extraído do site: http://www.pime.org.br/mundoemissao/fomesolucao.htm.

(6) – Fonte: Transgênicos matariam a fome no mundo. Jean Marc von der Weid, economista, é coordenador de políticas públicas da AS-PTA e membro do Condraf/MDA.

(7)http://www.cepa.if.usp.br/energia/energia1999/Grupo2B/Hidraulica/energia_recurso.htm.

(8) - Nascido em 26 de julho de 1919, James Ephraim Lovelock é um pesquisador independente e ambientalista que vive na Cornualha (oeste da Inglaterra). A hipótese de Gaia foi sugerida por Lovelock, com base nos estudos de Lynn Margulis, para explicar o comportamento sistêmico do planeta Terra. A Terra é vista, nesta teoria, como um superorganismo.

(9) - http://pt.wikipedia.org/wiki/James_E._Lovelock.

APÊNDICE:

(a): Eis o que nos dizem as estatísticas:

- Há 800 milhões de pessoas desnutridas no mundo.

- 11 mil crianças morrem de fome a cada dia.

- Um terço das crianças dos países em desenvolvimento apresentam atraso no crescimento físico e intelectual.

- 1,3 bilhão de pessoas no mundo não dispõe de água potável.

- 40% das mulheres dos países em desenvolvimento são anêmicas e encontram-se abaixo do peso.

- Uma pessoa a cada sete padece fome no mundo

(b) - Michael Porter é um economista, professor Harvard Business School, autor de diversos livros na área de estratégias de competitividade, a partir da posição de feedback.

Nasceu em Ann Harbour, Michigan, e estudou na Universidade de Princeton, onde se licenciou em Engenharia Mecânica e Aeroespacial. Tem um MBA e um doutoramento em Economia empresarial, ambos em Harvard, onde Michael Porter passou a professor, com apenas 26 anos.

Foi conselheiro na área da estratégia em muitas empresas norte-americanas e internacionais e tem um papel activo na política econômica. Do seu trabalho resultaram conceitos de estratégia que marcaram a disciplina como a análise de indústrias em torno de cinco forças competitivas; e as duas fontes genéricas de vantagem competitiva: diferenciação e baixo custo. Em The Competitive Advantage of Nations, Porter alargou essa análise às nações lançando o célebre modelo do diamante. Esta pesquisa permitiu-lhe ser consultor de diversos países entre os quais Portugal.

Consulta formulada sobre fontes energéticas no site do jornal O GLOBO.

Até que ponto estamos no fim da era dos combustíveis fósseis? Antonio Trovão - São Paulo

Resposta:Antonio: Nas estatísticas da BP Statistical Review, vê-se que a R/P (Reservas dividido por Produção) do petróleo estava em 40,5 anos, ao final de 2006. Ou seja, se o mundo continuar produzindo aos níveis de 2006 (cerca de 81,7 milhões de barris por dia) as reservas provadas se esgotariam neste prazo. Vale lembrar que a mesma relação estava em 32 anos em 1982, ou seja, após 24 anos de produção, a R/P aumentou em 8 anos (as descobertas superaram em muito a produção). Ou seja, é válido falar que o petróleo acabará em 2050, com base nos conhecimentos atuais, mas a experiência passada mostra que o homem é capaz de novas descobertas. Se você fizer busca num site de busca com a expressão "Hubbert's peak" encontrará muita informação sobre o assunto. Este é um assunto controverso, em que diferentes premissas podem conduzir a diferentes épocas para o pico. Tenho visto com mais freqüência e aceitação o ano de 2015 (estudos conduzidos pelo Dr. C. J. Campbell). No caso do Brasil a relação R/P está em 19,5 anos e em contínua ascensão, ou seja, com as reservas a e produção atuais, teremos petróleo ainda por quase 20 anos. Isto justifica o esforço por fontes alternativas que vem sem feito no Brasil e no mundo. http://oglobo.globo.com/economia/tireduvidas/default.asp?tema_id=2.