FALANDO DE AMOR II

Hoje no dia do Namorados, algo me fez lembrar uma historia que ,me contaram há algum tempo atrás.

Certa vez caminhando por uma avenida resolvi descalçar em uma praça, sentei-me sobre um banco e fiquei olha o tempo passar, era uma linda noite de lua cheia, uma noite apaixonante.

Estava apenas olhando as pessoas indo e vindo quando do nada um moça se aproximou e me perguntou se ali estava também a lamentar por estar sozinha em pleno o dia dos namorados.

Me assustei pela pergunta e fiquei imaginado se estava tão nítido assim minha solidão.

Olhei para ela, era uma moça tão jovem, bonita, tinha belos olhos e antes de responder imaginei como alguém tão jovem e atraente poderia se igualar a mim.

Então respondi em um tom de brincadeira, dizendo que estava ali esperando quem sabe meu príncipe chegar em um cavalo negro.

Rimos juntas e então do nada ela começou a me contar como naquela linda noite do dia dos Namoradas ela estava só.

Disse me que havia conhecido seu primeiro amor aos 13 anos de idade, falava com os olhos iluminados de seu Hernandes, de como eram felizes até o dia em que ele perceber que não era uma boa pessoa para ela, que não merecia seu coração.

Disse-me que foi em uma tarde de domingo em que ele veio até ela e lhe disse era uma pessoa muito doce, que a amava, mais que ela merecia alguém melhor, pois ele não merecia seu coração.

Ela contou-me que foram dias de sofrimentos e que até hoje não pode entender, mais como todo jovem na flor da idade os amores vem e vão.

Então ela começou a me contar de seu segundo namorado, o lindo e popular Maycon, tinha lindos olhos verdes, era o jovem mais popular da escola.

Ela então sorriu para o nada e disse-me que ainda fica na memória a primeira vez que se falaram, ele estava afim de uma amiga dela, e mal sabia que isto era apenas um pretexto para se achegar até ela, dois meses depois estavam juntos.

Foram dois anos, até ele partir, vi uma lagrima querer se formar em seu olhos, então disse que devíamos guardar as lembranças que nos são boas.

Ela sorriu e me disse que ele era uma lembrança boa, a melhor e a pior também, por que foi com ele que descobriu que não era tão boa assim.

Com seis meses de namoro ela descobriu que ele era dependente químico, em meados dos anos 80, 90, não se falava muito em dependências químicas, fui uma luta de um ano e quatro meses, mais o seu coração bom o bastante, tão bom que fez seu primeiro namorado a deixar achando-se não merecedor, não foi o bastante para ajuda Maycon.

Maycon se foi em uma sexta feira de outono, em meados de fim de junho, ela me disse que ficou na memória, parecia hoje o dia em que ele havia chegado em sua casa e lhe dizendo que tinha vindo se despedir, e pediu a ela para pedir a Deus perdão por ele, ela não entendeu, achou que ele esta indo para mais uma tentativa de se curar, a noticia veio no sábado pela manhã.

Então vi uma lagrima cair de seu rosto ao me dizer que ainda dói o vento de outono a tocar seu rosto, mesmo anos e anos passados.

Então disse a ela que não importava o que havia passado, que tudo era um aprendizado que devia guardar os momentos bons, mais ela insistiu em continuar a me contar.

Começou a tocar violino aos 15 anos, dei-lhe os parabéns por tocar tal instrumento, pois este só é tocado por aqueles que possuem uma alma divina.

Foi em uma de suas aulas particular que conheceu Roberto, nunca havia visto olhos mais negros e profundos como os deles, se apaixonou pela primeira vez que o viu, mais nunca teve coragem de dizer isto a ele. Roberto é era de uma família evangélica e ela uma pagã.

Dois anos se passaram, teve sua fase rebelde, não se apegava em ninguém, ate um certa manhã que por insistência de amigos acabou por entrar em um dessas comunidades de bate papo, aos 19 anos conheceu o Rubens, há como ele era lindo, moço de São Paulo, falava bem, se falavam todos os dias, ele havia sido casado, tinha uma filha, linda chamada Letícia, e para alguém que achava que jamais se apaixonaria, foram um ano e meio, e foram os melhores, até um dia ele perceber que não era o bastante para ela, um único deslize e tudo acabou.

Depois do Rubens, ela começou na acreditar que era uma pessoa infeliz, amaldiçoada pela sorte no amor.

Se envolveu em relacionamentos vazios, idas e vindas até aos seus 20 anos e meio, quando conheceu Junior, ou melhor ele a conheceu, achou ela em uma comunidade mística nessas comunidades do orkut.

Seis meses ele insistiu a ela, que era uma pessoa boa, que não era amaldiçoada e a convenceu quando lhe disse que acontecesse o que viesse a acontecer ele nunca desistiria dela.

ela acreditou que ele era então a sua única chance de ser feliz, que ele a amaria, a protegeria, nunca a deixaria, sendo uma pessoa espiritualizada, acreditou que sempre estaria ao lado dela.

Ele a deixou dois anos e meio depois, apenas três dias de seu noivado e quatro meses antes da data decidida para ela deixar sua família, sonhos para viver ao lado dele no Rio de Janeiro.

Deixou a faculdade, os sonhos de ser uma boa violinista, esperanças de ser uma pessoa melhor.

É engraçado como uma simples data nos faz lembrar tantos acontecimentos em nossa vida.

Vivemos em busca do amor perfeito, e esquecemos que o verdadeiro amor esta em nos mesmos, estar no simples fato de estarmos vivos, esta na família que temos, nos amigos que conquistamos, nos amores impossíveis que nos dão esperanças.

Falando de amor eu percebi o quando ainda há dele em mim.

Mesmo com esperanças mortas atravessando o tempo, no fundo ainda tenho esperanças de encontrar a minha outra parte, a pouco achei que havia a encontrado, mais acho que me enganei, esta por si só acredito agora que é uma alma companheira e confesso que das melhores é uma pena que não cheguei alguns meses antes em sua vida, na verdade acho que chegue na hora certa, melhor dizendo ela chegou.

As pessoas dão tanto valor as pequenas coisas e acreditam que uma simples data é o bastante para suprir as falhas de uma vida, de um relacionamento.

Como as festa de fim de ano, páscoa, dia das mães, pais, crianças, o dia dos namorados é mais uma das datas comerciais, que apenas servem de vendas para o comercio.

Como as outras datas, o dia dos namorados para aqueles que se amam e se respeitam é todos os dias.

Você não precisa de uma data para dizer a alguém, o quanto ela é importante a você, para dizer o quanto a amamos, o quanto sentimos muito por uma palavra mal dita.

Você não precisa de uma data para comprar um presente e dizer o quanto ama a pessoa que esta ao seu lado.

Não é preciso uma data para se perder duas horas em um bom jantar, um bom vinho e uma noite romântica em um motel.

Não precisamos dar nomes ao nossos sentimentos, basta apenas amarmos quem esta ao nosso lado, quem faz parte de nossa vida, que suporta nossos chiliques, que chora com a gente ou mesmo não diz nada, mais que no olhar compreendemos o quanto somos importantes.

Hoje como mais um dos muitos dias dos namorados estou só a espera da minha alma gemia.

Mais agradeço tudo que vivi, tudo que passei, ou não teria essas palavras a dizer as pessoas que tem um amor, aos que dão valor, aos que não sabem ver a pessoa especial que tem ao seu lado, aqueles que insistem no erro por acreditar que a pessoa pode mudar, aos que desistiram do amor, se não tivesse passado tudo que passei não teria coragem para contar a mim mesma o que vivi.

Cada amor me deu riquezas grandiosas, não vou esquecer que o amor não precisa de palavras, um único olhar basta, nunca esqueci as horas em que eu e Hernandes apenas nos olhávamos, ficávamos horas assim e mesmo sem dizer nada, quando íamos embora era como se tivéssemos tido a melhor conversar, por que o amor não precisa de palavras.

Tenho até hoje um pequeno verso que Roberto escreveu em um de meus cadernos de musica, que a pouco tempo quando parei de tocar violino notei que estava ali, então pude perceber que mesmo em silencio ele sempre soube que por ele eu me apaixonei.

Da mesma forma que Rubens me ensinou que para amar alguém não há dia ou hora, as vezes quando o celular toca no meio da noite, me recordo de quantas noites as 03:00 da manhã me ligava só pra dizer o quanto era importante, o quanto me amava, ou mesmo colocava uma musica romântica sem dizer nada e antes de desligar dizia baixinho boa noite eu te amo muito.

Nunca foi esquecer a Fé que ganhei estando ao lado de Junior, que vivemos em um eterna busca, e que só vencermos a batalha se tivermos Fé em nos mesmos e se nunca desistirmos de nossos sonhos, mesmo que aos olhos dos outros sejam em vão e principalmente que a nossa família é única e que mesmo que acreditemos que ela nos critique e não entenda nossas decisões, sempre estarão lá quando precisarmos.

E jamais vou esquecer de como o gelado vento de outono até hoje ao passar em minha face é como mãos pequeninas a me tocar e a me ensinar a nunca desistir de quem realmente se ama, custe o tempo que custar.

E principalmente de pedir perdão a Deus todos os dias.

Nunca deixem de agradecer a Deus pelos presentes maravilhoso que o destino lhe dão, as pequenas oportunidades aparecem em nossas vidas como uma forma de nos testar e ver se somos capazes de tomar um decisão difícil.

Nunca devemos alimentar esperanças que um outro alguém nos trate como gostaríamos que aquele ser insignificante que surge em sua vida do nada. Talvez nossas escolhas estejam erradas.

Nunca devemos esperar e nem cobrar mais do que alguém pode nos oferecer.

Sem contar que vivemos hoje mediante as escolhas que fizemos em algum tempo lá traz em um ato de desespero, que não fomos capazes de pensar e hoje por insegurança temos medo de deixar.

Todos os dias eu vivi a me culpar, e a tentar encontrar um erro que me fizesse ser como as pessoas comuns.

Houve dias em que quis ser alguém desequilibrado, para quem sabe alguém me olhar, me notar e quem sabe me amar.

Mais há coisas que não podem mudar, e não se pode fingir quem não se é.

Quem sabe do jeito que sou tão boa violinista e tão má poetisa, um dia possa encontrar alguém tão bom que seja capaz de me amar.

Nunca deixem de lutar por seus sentimentos.

Eu ainda não desisti dos meus.

Feliz Dia dos Namorados.

Obra produzida por Nour Filha do Fogo em 12/06/2008

Nour
Enviado por Nour em 12/06/2008
Código do texto: T1030744
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