CNBdo B quer exportar MST para a África!

Preâmbulo

F. Maier

Está explicado por que tantos brasileiros estão dando as costas à Igreja Católica e indo se hospedar nas igrejas evangélicas. Estão corretíssimos, pois os bispos do Brasil, ao invés de se aterem à pastoral e à evangelização, metem-se em política e apóiam ostensivamente o MST, um movimento terrorista já chamado apropriadamente de "FARC do Brasil".

Triste Brasil! Triste América Latrina!

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CNBB quer 'exportar' movimento dos sem-terra para a África

Grupo de representantes da Conferência Episcopal Africana chega em julho para conhecer funcionamento da CPT

Roldão Arruda

A Conferência Episcopal da África do Sul enviará ao Brasil, no mês que vem, um grupo de representantes para conhecer a estrutura e o funcionamento da Comissão Pastoral da Terra (CPT), que é vinculada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e também para manter contatos com o Movimento dos Sem-Terra (MST). De acordo com explicações do padre Nelito Dornelas, assessor da CNBB para o setor de Superação da Miséria e da Fome e um dos encarregados de organizar a visita, os africanos vêm aprender com os brasileiros.

“Querem implantar lá a metodologia desenvolvida pela CPT”, disse o padre. “Também estão interessados em ter missionários brasileiros que ajudem os trabalhadores rurais a organizarem seus movimentos, como foi feito no Brasil. Como se sabe, o MST é filho da CPT.”

De acordo com o padre, desde o fim do apartheid, o regime racista sul-africano, há 14 anos, a Conferência Episcopal tenta estimular a redistribuição de terras. Os bispos chegaram até a doar as terras da Igreja aos sem-terra. “Até agora, porém, não viram resultados: a reforma agrária, como plataforma política, continua restrita a pequenos grupos, enquanto a terra continua concentrada nas mãos de poucos proprietários”, disse o assessor da CNBB.

Durante o apartheid, os brancos controlavam 87% das terras cultiváveis no país. Estima-se que ainda controlem pelo menos 80% - o que faz da reforma agrária uma das hipotecas mais pesadas do antigo regime.

Diante desse quadro, os bispos sul-africanos estudam a possibilidade de levar para o país a experiência da CPT, que foi criada há 33 anos por setores progressistas da CNBB, ligados à Teologia da Libertação, e hoje está presente em quase todo o território nacional, com 130 equipes de base. No fim dos anos 70, a CPT ajudou a criar o MST, organização que até hoje conta com o apoio de setores do clero e do episcopado.

“Se não fosse a CPT, a reforma agrária não teria sido colocada na pauta política do País com a força que se viu nas últimas décadas”, ressaltou o padre Nelito. “A direção da luta está nas mãos dos trabalhadores, mas a CPT continua apoiando e promovendo a bandeira da reforma.”

Na sexta-feira, em Brasília, o secretário-geral da CNBB, d. Dimas Lara Barbosa, reuniu-se com um grupo de bispos, padres e leigos ligados à CPT e à área social da Igreja para discutir a visita. “Ficou acertado que eles vão conhecer os trabalhos de base da Igreja e também os assentamentos e acampamentos do MST”, contou um dos participantes da reunião, o secretário da coordenação nacional da CPT, Antonio Canuto.

EQUIVALENTE

Por fora da área oficial da Igreja, o MST já tenta manter contatos com os sul-africanos, especialmente com seu equivalente no país, o Movimento dos Camponeses Sem-Terra, criado em 2002. Os contatos são feitos por meio da Via Campesina, organização internacional que tenta estimular ações pela reforma agrária e contra o agronegócio em várias partes do mundo.

A Via Campesina critica o modelo de reforma agrária adotado na África do Sul em 1994, com o apoio do Banco Mundial. Em vez de distribuir terras, como no Brasil, ele estimula programas de compra e venda entre trabalhadores mais pobres.

A comitiva que virá ao Brasil em julho deve ser coordenada por um bispo e terá a presença de especialistas leigos da área social.

http://www.estado.com.br/editorias/2008/06/17/pol-1.93.11.20080617.1.1.xml