OS NOVOS RUMOS DO JORNALISMO POLICIAL E INVESTIGATIVO
Se num passado recente a prática do jornalismo policial e investigativo tinha o respaldo das empresas de comunicação, o quadro atual não é dos mais promissores. A redução do número de funcionários, a conseqüente falta de tempo para apuração dos fatos, a organização de grupos criminosos, que impossibilita a ação dos jornalistas além de expô-los ao perigo e, principalmente, a difícil situação financeira que as empresas atravessam, são alguns dos fatores que contribuem para o declínio nas investigações.
Mas, apesar dos problemas citados, não compactuo com a opinião dos que afirmam que o jornalismo investigativo no Brasil chegou ao fim. A partir do momento em que o jornalista está nas ruas para cobrir uma grande matéria ou um simples caso de rotina policial, o assunto tende, na maioria das vezes, a revelar precedentes e desdobramentos. O envolvimento com o caso não deixa de ser uma investigação.
Em entrevista a TV Uniban, Percival de Souza, 61, faz uma análise da prática atual da investigação jornalística. Em seu mais recente livro, Narcoditadura (Labortexto), o jornalista aponta fatos e circunstâncias que envolveram o caso Tim Lopes, não o culpando pela conduta, mas revelando falhas que, se evitadas, poderiam ter dado um novo rumo às investigações. Por fim, ele confessa que sentiu na própria pele as conseqüências da opção pelo gênero investigativo.
Isso remete à questão que divide opiniões e jamais permitirá um consenso: até que ponto vale a pena expor a própria vida em troca de uma reportagem?
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JDM