O QUE RESTARIA DA HUMANIDADE SE TUDO DE FALSO LHE FOSSE RETIRADO?

Olá! Agradeço por acessarem minha página. Quero ,no entanto,logo prevenir a todos: Não sou escritora! Tenho apenas o anseio e o gosto de expor minhas idéias e o que penso a respeito das coisas do cotidiano. Começo esta nova fase com um texto para simples reflexão e trocas. Espero que possamos nos encontrar através dos textos e e-mails. Meu contato é: sanderly@live.fr. Um abraço!

O que restaria da humanidade se tudo de falso lhe fosse retirado?

Quero respostas! Será que a humanidade encontra-se preparada para este desafio? É uma outra questão. E o que é a verdade? Cada um tem a sua. Vivemos numa sociedade sem regras, sem leis, ou leis que não são cumpridas, logo... todos fazem o que acham certo e cada um vive um código de conduta próprio.

Quando Rousseau escreveu “Do contrato Social”, mais especificamente no Livro I, capítulo VIII- Do Estado Civil, ele diz “ Mudança bem notável produz no homem a passagem do estado natural ao civil, substituindo em seu proceder a justiça ao instinto, e dando às suas ações a moralidade de que antes careciam...” O homem com todo seu instinto de agir torna-se portanto uma figura com necessidades naturais, de conviver numa sociedade organizada, no que diz respeito a códigos de conduta específicos.

Atualmente, vemos o homem fazendo o que chama de justiça em “Tribunais Clandestinos”da marginalidade. Encontra-se a margem de uma sociedade desigual, inconformado com tudo e completamente sem caminhos. A humanidade não precisa da verdade. Esta lhe é muito cara, dolorida. Precisamos das ilusões, das criações mentais para sobreviver , necessita-se querer algo impossível para torná-lo possível e nesta busca constante pelo impossível ou por um estado pleno de felicidade, a humanidade cria seus próprios conceitos de falso e verdadeiro, escolhendo o que é melhor para si em cada momento.

Não acredito numa melhoria ou crescimento de nossa sociedade, talvez me achem cética, mas é o que penso. Vemos a cada dia a degradação humana total, a falta de respeito ao próximo como irmão ( não sendo religiosa demais), a falta de qualidade de vida em todos os aspectos, a necessidade de alguns de viver apenas para sobreviver e nem isso conseguem. Nós devemos mesmo nos perguntar: O que restaria da humanidade se tudo de falso lhe fosse retirado? Este questionamento não me pertence, foi literalmente “confiscado” de Jean Genet, e que se aplica tão bem à uma reflexão para o momento em que vivemos.

Neste caso da humanidade, me recordo de um escritor angolano, José Eduardo Agualusa, que em seu romance “O Vendedor de Passados” escreve com muita propriedade sobre as buscas incansáveis dos seres, ele diz: “Um nome pode ser uma condenção. Alguns arrastam o nomeado, como as águas lamacentas de um rio após as grandes chuvadas, e, por mais que este resista, impõem-lhe um destino. Outros, pelo contrário, são como máscaras: escondem, ilumem. A maioria, evidentemente, não tem poder algum. Recordo sem prazer, sem dor também, o meu nome humano. Não lhe sinto a falta. Não era eu.” E é com este trecho de José Eduardo Agualusa que deixo o leitor, recordando que é urgente uma reflexão a cerca do que buscamos e do que queremos.

Um abraço à todos.

Sanderly Correia.

Sanderly Correia
Enviado por Sanderly Correia em 06/07/2008
Reeditado em 24/05/2010
Código do texto: T1067317
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.