CUIDADO, POLÍCIA!

Olá amigos, aqui está um pequeno artigo com a intenção de nos fazer refletir a respeito de um tema tão debatido e discutido em nossa sociedade, porém, não temos apenas que pensar, dicutir, mas devemos agir. Espero que gostem e que o artigo atinja seu objetivo. Um abraço e agradeço as mensagens. Sanderly Strieder.

CUIDADO, POLÍCIA!

Atualmente mata-se mais no Brasil que no Iraque. É incrível como a falta de segurança tomou proporções desastrosas em nossa sociedade. As instituições que foram criadas para garantir a ordem social, agem sem limites entre o que é cumprimento do dever e abuso de autoridade. Quem é um fora da lei ? somos nós cidadãos desprovidos da atenção da própria lei ou quem faz parte dela, como profissionais da lei ?

Na obra “ Segundo Tratado do Governo Civil” ,de J. Locke, podemos ver uma referência a este assunto, quando ele diz que “ O objetivo capital e principal da união dos homens em comunidades sociais e de sua submissão a governos é a preservação de sua propriedade. O estado de natureza é carente de muitas condições. Em primeiro lugar, ele carece de uma lei estabelecida, conhecida, aceita e reconhecida pelo consentimento geral, para ser o padrão do certo e do errado e também a medida comum para decidir todas as controvérsias entre os homens”.

Desta forma, o homem necessita do estado de direito com parâmetros estabelecidos, para que o mesmo possa ter a medida de suas ações, agindo assim dentro de um esquema. Suas atitudes deveriam seguir estas normas, mas embora , o homem , ao entrar na sociedade renuncie à igualdade, à liberdade ao poder executivo que possuíam no estado de natureza, entregando nas mãos do poder legislativo agora instituído pela sociedade, este poder tem a obrigação de garantir e beneficiar a esta mesma sociedade seus direitos.

No caso da instituição polícial que faz parte de todo o conjunto que compõe uma instituição de segurança maior, os homens sentem-se “autorizados” a exercerem o poder da forma que lhes convém, agindo deliberadamente sobre a lei que, em tese, normatiza e formaliza suas ações.

O que tem acontecido no Brasil, poderíamos nos referir a outros países, porém nossa realidade nos exige uma auto crítica, o homem passa do estado de direito ao estado de natureza retrocedendo ao limite da barbárie. Quantas Isabellas e Joãos, deverão morrer para sobreviver nas vidas de seus familiares e ressucitar em nós a necessidade urgente de cobrar de todos os que fazem a instituição governo ?. Devem eles alterar suas posições e como J. Locke bem dizia, trabalhar pelo bem comum, entregando à sociedade que instituiu o poder, a segurança, a paz e o bem público do povo.

Devemos nesta ordem de pressupostos pensar , não apenas, em um formato de sociedade civil organizada, mas também numa sociedade crítica, informada, conhecedora dos seus direitos e deveres e por isso mais exigente. Quando nos descobrirmos cidadãos teremos uma atitude mais racional e não só solidária. Em tempos de sofrimento nos solidarizamos com as famílias dos mortos, nos solidarizamos com os desabrigados , com os desafortunados, etc, mas, isso não nos torna cidadãos conscientes e exigentes, apenas desperta em nós o sentimento de que somos tão seres vivos quanto aqueles que estão em tal situação.

Portanto, quando o título deste ensaio pede cuidado, exige de nós também uma reflexão sobre o nosso papel enquanto seres sociais e a nossa atitude enquanto seres partícipes do processo de construção social. Exige de nossa parte uma compreensão da comunidade em que vivemos, qual momento passamos e principalmente o que queremos para nossa sociedade, para o futuro dos nossos filhos.

Sanderly Correia.

Sanderly Correia
Enviado por Sanderly Correia em 10/07/2008
Reeditado em 24/05/2010
Código do texto: T1073827
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