EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: que quer isto dizer?

O erro mais crasso da educação a distância é a idéia tola de fazer da distância um componente da aprendizagem.

Pedro Demo.

O fato irrefragável de que, infelizmente, algumas experiências mundo afora, envolvendo a educação a distância, estejam mais para puros negócios do que para Educação, de forma alguma, serve como pretexto para se aceitarem tantos preconceitos e ignorâncias quanto a esta modalidade. Ora, parafraseando mestre Demo, o busílis desta empreitada não está na distância, tampouco na tecnologia, mas sim na EDUCAÇÃO. Portanto, o grande desafio, na esteira de Nelson Pretto, é, em última instância, o mesmo da educação como um todo.

A meu juízo, a Educação a Distância no Brasil não só é uma saída salutar contra esse caos educacional em que nos metemos como tem lugar assegurado, diria mesmo é quase um processo inexorável. Confesso ser um daqueles que depositam esperanças profundas neste modelo.

Qual, então, o questionamento que não deve calar? Sem dúvida, é aquela pergunta cujo fim último é sabermos sobre os impactos educativos da mesma. De primeiro, a Educação a Distância não é “facilitário pedagógico”, não é um tipinho rasteiro de educação posto a serviço de um contingente enorme de excluídos da Educação de melhor qualidade.

Destarte, a Educação a Distância, posto ser um fenômeno político, há de conter um sentido naquilo a que visa. No meu entender, este telos consiste na gestação de sujeitos históricos, carregados, é óbvio, de conhecimentos necessários, capazes de intervirem na história. Eis porque a chamada opção Libertadora, e não o mercado, ser talvez seu melhor fio condutor ideológico. Assim, a participação consciente é fundamental ao longo de todo o processo educativo. De modo que a conseqüência maior será a Qualidade.

É mister, convém lembrar, que políticas específicas sejam formuladas e adequadas às possibilidades de atendimento em razão, sobretudo, das peculiaridades regionais e culturais.

A Educação a Distância, ouso dizer, é um dos instrumentos de superação da pobreza política, desde que nela “o saber pensar e o aprender a aprender” sejam de fato práticas constantes. Não podemos descuidar da procura de tudo o que houver de mais avançado para agilizar uma aprendizagem eficaz e eficiente, devemos romper com essa realidade “aulista/auleira”, de mero cunho reprodutivista, avançando corajosamente na direção de uma práxis centrada na Pesquisa. Enfim, a Educação a Distância “deve ter como diretriz última a competência cidadã”.