O galego já é oficial na Uniom Europeia

José Manuel Barbosa

Já há dez anos, no 1994, algumhas pessoas da AGAL tivemos possibilidade de conhecer o funcionamento do parlamento europeu e de experimentarmos "in situ" a situaçom das diferentes línguas comunitárias graças ao convite feito à nossa Associaçom pola Coligaçom Galega (C.G.) liderada na altura, e ainda hoje, polo que foi europarlamentar José Posada.

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Foi no mês de Março e na semana imediatamente anterior à Semana Santa quando um pequeno grupo de representantes da AGAL entre os que figuravam o nosso actual Tesoureiro Jesus Miguel Conde, Carlos Garrido, Secretário da Comissom Línguística, Xavier Paz, José Manuel Aldeia, Rosário Fernandes Velho e um que isto vos escreve.

Visitamos Bruxelas e ali as instituiçons europeias, e nom vimos surpresa no facto de vermos como podíamos defender-nos no dia-a-dia na nossa língua, e nom polo facto tópico e folclórico de toparmo-nos com galegos por toda a parte -facto que nalgum caso se deu- mas porque o galego é conhecido e reconhecido internacionalmente como umha forma ou variante da língua que a romanística denomina galego-português.

Nom som duas línguas, mas umha, o qual nos foi útil para nom deixar-nos levar por complexos de nengum jeito e entendermo-nos na nossa língua com a rapariga responsável do hotel no que moramos aqueles dias, sendo ela belga mas por ser casada com um brasileiro. Também nom foi surpresa o sermos atendidos por alguns funcionários do parlamento europeu na língua de Rosália na que se nos dirigírom quando nos ouvirom falar entre nós pensando que eramos portugueses (estou seguro que se souberem que eramos cidadaos do Estado Espanhol e galegos provavelmente se dirigiriam a nós em espanhol).

A alguém lhe poderia parecer surpresivo que um companheiro de expediçom e representante dum grupo ecologista da Límia, o nosso amigo Manuel Garcia, apresentasse publicamente e no seu galego limiao umha informaçom sobre a concentraçom parcelar na sua comarca perante o pleno do grupo parlamentar europeu do "Arco Iris", grupo dentro do qual estava o Eurodeputado Posada. Como bem se sabe, havia, e há umhas cabinas de traduçom simultánea que transpunham a fala do amigo Manolo Garcia aos diferentes idiomas dos distintos europarlamentares dos diferentes países que integravam aquel grupo.

Lembro que havia umha porta-voz escocesa, lembro um corso que interveu e algum flamengo... e todos entendiam o que o nosso companheiro expunha porque os funcionários de traduçom reconheciam aquilo como umha das línguas oficiais dum Estado membro, neste caso, reconheciam-no como português e faziam o seu labor transladando para inglês, francês, neerlandês, etc...

Tanto na altura como ainda hoje a informaçom que se verte sobre a situaçom da nossa língua na Galiza nom chega a todos os galegos, polo que é fácil acreditar que ninguém tivesse nem ainda hoje tenha muito conhecimento nem consciência do que é o Informe Killilea nem das cartas cruzadas entre o europarlamentar Posada e o presidente do Parlamento Egon Klepsch nas quais se reconhecia o galego implicitamente como língua oficial por sê-lo o galego-português, língua oficial dum dos Estados membros: Portugal.

Essas cartas estám publicadas nas AGÁLIAS do ano 1994 e nelas se toma o assunto a raiz da dúvida que alguns funcionários tinham em relaçom à língua do eurodeputado. Eles diziam que era português com um sotaque que eles nom conheciam. O Senhor Posada clarificou que com argumentos históricos e linguísticos que aquilo era a mesma língua de Portugal mas com o sotaque galego das Rias Baixas, lugar de origem dele. Posteriormente e com a intervençom do europarlamentar irlandês Killilea reconhecendo as variedades linguísticas da U.E. e do próprio presidente do Parlamento reconhecendo que todas as intervençons do eurodeputado galego foram recolhidas no diário de sessons e reconhecidas como feitas numha variante do português.

Há poucos dias víamos nos meios de informaçom galegos a notícia de a Espanha pedir para o galego o Status de língua oficial dentro da U.E. e nom pudem mais do que olhar a notícia franzindo as sobrancelhas. Veremos no futuro a mesma petiçom para o valenciano ou o andaluz?? Veremos isso para o francês da Bélgica, o valom, ou o alemám da Austria? Veremos também na ONU essa petiçom para a língua dos norteamericanos?

Ora bem, estou certo que o flamengos da Bélgica nom a vam pedir para o flamengo porque já é oficial o neerlandês, língua comum a holandeses e flamengos, nem a pediriam os moldavos no momento no que entrem na Uniom quando já dentro topem o romeno oficial por ter entrado antes a República de Roménia.

Já o eurodeputado Posada no 1994 e no 1999 e o Camilo Nogueira desde o 1999 até hoje figeram o seu trabalho na nossa língua, gerando mesmo reacçons à contra de conhecidos políticos antigaleguistas, polo que é de necessidade dizer por se nom nos temos inteirado, que a Nossa Língua, a língua que Pondal denominou "Língua do gran Camões, fala de Breogám", a língua das Cantigas do único Império peninsular que assim se podia considerar na Idade Média, a língua de Castelao, de Risco, de Carvalho Calero...é já oficial tanto na sua versom lusitana como galega, facto reconhecido polas instituiçons, e com ela se trabalhou na Europa comunitária desde o ano 1986, data na que os países da península Ibérica entrárom de pleno direito nesse futuro e autêntico Estado Plurinacional chamado Europa, e na sua versom galega, evidentemente reintegrada, no 1994.

Jomaba
Enviado por Jomaba em 18/08/2008
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