COMO VOCÊ  SE CONSIDERA?!

Sandra Mamede

 

Costumo ser contra essas datas pré-estabelecidas para comemorar-se alguma coisa, pois é puro comércio. Sentimentos não precisam de datas para serem  demonstrados ou reconhecidos, eles estão sempre presentes em nós desde que haja carinho, amor e principalmente respeito.

É claro que quando temos dinheiro não deixa de ser gostoso ir às ruas, andar pelos shoppings da cidade, entrar de loja em loja procurando o presente adequado, adivinhando o que a pessoa precisa,ou já sair sabendo o que vai comprar, é divertido apesar de cansativo...

Fico observando as mães arrastando os filhos pelo braço a procura do presente ideal para o “papai”, um presente que às vezes é pura formalidade, nada além do que isso, somente o cumprimento de uma data que   consta no calendário onde todos comportam-se da mesma maneira, colocando o pai como centro das atenções nesse dia. Será que nos outros dias isso acontece também?! Será que o pai é considerado e visto como uma pessoa especial na família no decorrer de todos os dias?!

E você “papai”, como se vê?! Ou na verdade como você é?! Você é aquele homem que somente serviu para num  ato de puro sexo, num ato carnal de pura luxúria, de desejo, largou seus espermatozóides na vagina de uma mulher que também na sua inconseqüência deixou esse ato tomar um rumo sério gerando um filho, e depois abandonou-o a própria sorte, deixando a responsabilidade para a mãe?! Sem nenhum sentimento de culpa ou preocupação com o ser que você contribuiu para gerar?!

Também existe aquele que mesmo constituindo uma família, assume simplesmente suas responsabilidades de marido e de pai, que para ele não passam simplesmente de  suprir a família com alimentação, roupas, médico, escola...ou seja os bens materiais. Nunca procura saber como estão os filhos, não os acompanha nos estudos, não procura saber quem são os seus amigos, com quem saem, as casas que freqüentam, deixam tudo sob a responsabilidade da mãe, com um único pensamento, o de não se preocupar, pois acha que o fato de manter a família já é trabalho suficiente para ele,  deixando a mãe como responsável por tudo que possa vir a acontecer com a família.

Na verdade o que é ser pai?

Ser pai não é somente gerar, não é somente manter. Ser pai é aquele que faz da sua presença  uma constante no dia a dia dos seus filhos, mesmo que essa presença seja de poucos minutos ou poucas horas, mas que sejam marcantes e importantes. Que divida com a esposa  as responsabilidades  na hora de orientá-los, de os castigarem.

Que demonstre o quanto eles são importantes na sua vida, que não os façam sentir-se como uns intrusos ou um peso que você carrega por pura obrigação.

Ser  pai...é saber dizer sim, mas também quando necessário saber dizer não, estabelecendo os limites necessários para que no futuro, os filhos não sofram as conseqüências dessa liberdade sem limites, levando-os por  um caminho errado e sem retorno. Mesmo os separados, podem tornar-se presente na vida dos filhos, pois alguns ao separar-se das mulheres e assumiram outra família esquecem-se que deixaram para trás seus filhos, que não podem ser  responsabilizados pela separação, lembre-se, você se separou da sua esposa e não dos seus filhos, e na escolha de uma outra pessoa para constituir uma família deve ficar bem claro que você já tem filho(os) e que a pessoa deve respeitá-los e considerá-los, afinal eles já existiam quando você assumiu esse relacionamento, para que não aconteça o que estamos acompanhando pela TV do caso Isabela, pois como diz a sabedoria popular, “vemos  cara...mas não vemos o coração”.

Depois disso  tudo, você  saberia  responder com convicção, “como você se considera como pai”?!