Beleza Inteligente - História da Maquiagem

História da Maquiagem

Somos vaidosos! Desde o mais primórdio da antiguidade nos preocupamos em nos enfeitar. Pense nos índios! Enfeitam-se para o deus Sol, para a Lua, a guerra, a chuva, creio que pra tudo. Cantam, dançam, são felizes. Enfeitam-se.

Transformar! Alterar? Modificar! Desvirtuar? Desviar! Distorcer? Induzir! Espantar! Não importa o por quê? Apenas se maquiar se tornar diferente, somente querer ser belo!

OPS! A História

Pra variar tudo começa no Egito. Será? Segundo a Bíblia, começa com Jezabel. Não. Não é aquela bruxa da vassoura, ou é a vassoura? É a Jezabel da Bíblia. Santa. Penso que não, sei lá, talvez sim, ou não? Pode ser.

Quanto à pintura, vemos Deus dizendo a Jerusalém que ela, como uma mulher, ainda que pintasse em volta dos olhos, não se faria bela. Veja (Jr. 4:30) “O que você está fazendo, ó cidade devastada? Por que se veste de vermelho e se enfeita com jóias de ouro? Por que você pinta os olhos? Você se embeleza em vão, pois os seus amantes a desprezam e querem tirar-lhe a vida.” (NVI). Isto foi escrito em 480 a.C. Logo, este costume feminino de se pintar é muito antigo. A rainha Jezabel se pintou para seduzir Jeú, que a matou. Veja: (II Rs. 9:30) “Em seguida Jeú entrou em Jezreel. Ao saber disso, Jezabel pintou os olhos, arrumou o cabelo e ficou olhando de uma janela do palácio.” (NV). Mas o pecado de Jezabel era a idolatria e não a pintura. A prostituição de Jezabel era a idolatria (Ap. 2:20-21) “No entanto, contra você tenho isto: você tolera Jezabel, aquela mulher que se diz profetisa. Com os seus ensinos, ela induz os meus servos à imoralidade sexual e a comerem alimentos sacrificados aos ídolos. Dei-lhe tempo para que se arrependesse da sua imoralidade sexual, mas ela não quer se arrepender.” (NV). O que a Bíblia condena é a vaidade, tanto da mulher como do homem. A Bíblia chama muitas coisas de vaidade.

Tenho-a como heroína, deveria ser proclamada, modificou a vida das mulheres que até hoje se maquiam.

O que a Grécia tem a ver com isto?

A palavra cosmético vem do grego kosmetikós, que quer dizer "o que serve para ornamentar" Decorar, enfeitar.

Mas não foi lá segundo a história que tudo começou, foi no Egito.

Voltando ao Egito... Você já esteve lá?

É isso aí! Foi no antigo Egito que tudo começou. Pera aí... Segundo a história é lá que encontramos os primeiros relatos do uso de cosméticos. Os faraós tinham nas perucas coloridas formas de distinção social e considerava a maquiagem dos olhos um ponto de destaque fundamental para evitar olhar diretamente para o deus do sol Rá. As misturas de metais pesados davam o tom esverdeado para impregnar e proteger as pálpebras dos nobres. É também com a civilização egípcia que surge a distinção: "Mulher de pele clara" e "Homem de pele escura". Cleópatra bem representou o ideal de beleza daqueles tempos. Carismática e poderosa, Cleópatra imortalizou seu tratamento banhando-se em leite, cobrindo as faces com argila e maquiando seus olhos com pó de Kohl. Dizem que as primeiras pinturas dos olhos foram feitas com picumã, fumaça que sai do fogão a lenha e gruda nas paredes, será que Cleópatra freqüentava a cozinha? Ou será que viu alguma criada com os olhos pintados, se encantou e copiou? Lembra-se da Jezabel? Quem pode nos contar a verdade?

Um pouco de mitologia grega...

Dizia-se que Popéia tinha a pele muito branca graças ao resultado de constantes banhos em leite de jumenta. Daí as romanas criaram uma máscara, receita:

1- Farinha de favas

2- Miolo de pão

3- Leite de jumenta

Modo de preparo

Forme uma papa e aplique no rosto de preferência à noite, se você tem tempo pode ser à tarde vendo o “Vale a pena ver de novo”.

Outra receita da época:

1- Tintura azul

2- Pasta de vinagre

3- Clara de ovos

Voltando a Grécia...

Conta à lenda que Psyché foi buscar no inferno o segredo da pele branca da deusa Vênus, trazendo a cerusa, ou alvaiade, para compor suas fórmulas mágicas.

Até a Renascença italiana esse mesmo alvaiade era usado durante o dia pelas lindas mulheres nobres, que à noite cobriam suas faces com emplastros de vitelo cru molhado no leite a fim de minimizar os efeitos nocivos causados pelo alvaiade.

O Kama Sutra, escrito entre os séculos I e IV, define a mulher ideal como Padmini, aquela que tem “... as” pele fina, macia e clara como o lótus amarelo...”“.

No Japão, do século IX ao XII, período de Heian, a valorização da pele branca era regra geral. Para obter a aparência extremamente clara as mulheres aplicavam um pó espesso e argiloso feito de farinha de arroz, chamado oshiroi. Depois passaram também a usar o beni, pasta feita do extrato de açafrão, para colorir as maçãs do rosto.

Aproximadamente em 150AC o físico Galeno criou o 1o creme facial do mundo, adicionando água à cera de abelha e óleo de oliva.

Mais tarde o óleo de amêndoas substituiu o azeite e a incorporação de bórax contribuiu para a formação da emulsão, minimizando o tempo de processo. Estava aí a primeira base para sustentar os pigmentos de dióxido de titânio e facilitar a aplicação na face; nascia a base cremosa facial.

Nada pode ser só alegria...

Mas nem só de aprovação caminhou a história dos cosméticos coloridos. Na Roma antiga a indignação masculina frente aos artifícios femininos de usar produtos para maquilagem está registrada em obras imortais, como escreveu Ovídio.

“... Seu artifício deve permanecer insuspeito. Como não sentir repugnância diante da pintura espessa em sua face se dissolvendo e escorrendo até seus seios? Por que tenho de saber o que torna sua pele tão alva?...”

Andreas de Laguna, o médico espanhol do Papa Julius III, dizia que a maquilagem das mulheres era tão espessa que dava para cortar "a nata da torta de queijo de cada uma das bochechas" (Ilustrar com Bloch, volume 6, revista 34, página 7)

Beleza e Igreja combinam?

Os líderes religiosos expressavam sua indignação contra o uso de artifícios coloridos. No relato de São Jerônimo fica evidente a reprovação do ato de maquilar-se, visto como força do mal e da impureza.

“... O que faz essa coisa púrpura e branca no rosto de uma mulher cristã, atiçadores da juventude, fomentadores da luxúria, e símbolos de uma alma impura?...”.

Adornos e bruxarias

No final do século XVIII, o Parlamento inglês recebeu a proposta de uma lei que tentava impor sobre as mulheres a mesma penalidade por adorno que era imposta por bruxaria.

O termo desobrigava de suas responsabilidades os maridos que haviam casado com uma "máscara falsa”:

"Todas as mulheres que a partir deste ato tirarem vantagem, seduzirem ou atraírem ao matrimônio qualquer súdito de Sua Majestade por meio de perfumes, pinturas, cosméticos, loções, dentes artificiais, cabelo falso, lã de Espanha, espartilhos de ferro, armação para saias, sapatos altos ou anquinhas, ficam sujeitas à penalidade da lei que agora entra em vigor contra a bruxaria e contravenções semelhantes e que o casamento, se condenadas, seja anulado...”.

É hilária a carta publicada no jornal britânico The Spectator, no ano 1711, onde um marido aflito desabafa...

"Senhor, estou pensando em largar minha mulher e acredito que quando o senhor considerar o meu caso, a sua opinião será a de que minhas pretensões ao divórcio são justas. Nunca um homem foi tão apaixonado como eu pela sua fronte, pescoço e braços alvos, assim como a cor azeviche de seus cabelos. Mas para meu espanto descobri que era tudo feito de arte: sua pele é tão opaca com esta prática, que quando acordou de manhã, mal parecia jovem o suficiente para ser mãe de quem levei para a cama na noite anterior. Tomarei a liberdade de deixá-la na primeira oportunidade, a menos que seu pai torne sua fortuna apropriada às suas verdadeiras, e não supostas feições...”.

O rei Henrique VII mandava os pintores retratarem suas pretendentes matrimoniais, pedindo também às pessoas que cercavam a rapariga que respondessem um extenso questionário sobre a futura esposa.

As instruções previam saber como era o rosto, se estava pintada e se havia algo "perto dos lábios", referindo-se ao uso de batons e brilhos.

Elizabeth I, a rainha virgem, que assim ficou famosa por ter morrido sem se casar, usou até o final de seus dias as faces cobertas de branco, as maçãs pintadas com círculos vermelhos bem definidos e a cabeça coberta por uma peruca de cabelo ruivo e dourado.

A força da vaidade...

Mas apesar da postura radical da igreja e dos costumes rígidos, com os desenvolvimentos científicos o ato de pintar os lábios tornou-se moda desde o século XVII, quando as pomadas coloridas tornaram-se mais acessíveis e seguras.

Ainda no século XVI a preocupação com higiene pessoal foi deixada de lado, o que ironicamente contribuiu para o crescimento do uso da maquilagem e dos perfumes.

O primeiro estilista surgiu no século XIX, quando um verdadeiro artista traz uma nova fonte de prestígio à moda; Charles Frederick Worth abriu sua loja em Paris em 1858, para vender modelos de casacos e sedas de primeira classe. A imperatriz Eugénie, esposa de Napoleão III era sua mais famosa cliente.

Em 1885 é fundada a Chambre Syndicale de la Couture Parisienne, regulamentando a arte da alta costura.

Paul Poiret, Madeleine Vionnet, Coco Chanel, Christian Dior, Cristóbal Balenciaga, Hubert Givenchy são alguns dos nomes que mudaram a história da moda no mundo, causando a necessidade de uma mudança de patamar na indústria de produtos para maquilagem.

Durante os 100 anos seguintes Paris firmou-se como autoridade em moda, trazendo para o mundo da maquilagem um novo alento.

Podemos dizer que a popularização da moda aconteceu em 1892, com o lançamento da revista Vogue, tendo em seus primeiros números personalidades como Gertrude Vanderbilt Whitney, vestindo suas próprias roupas.

Quando Condé Nasta comprou a revista, em 1909, a publicação passa a ter um enfoque mais atraente, mostrando objetos do desejo para todas as mulheres.

É somente no século XX, com os avanços da indústria química fina, que os cosméticos se tornam produtos de uso geral.

Em 1921, Paris é palco de uma verdadeira revolução na história do batom; é primeira vez que um produto desta categoria é embalado num tubo e vendido em cartucho.

O sucesso é tal que em 1930 os estojos de batom dominam o mercado americano, trazendo uma nova fase para o desenvolvimento destas formulações.

A morena Marilyn Monroe usava maquilagem clara e pintava lábios vermelhos intensos, atraindo e intensificando sua feminilidade.

O maquilador americano Kevyn Aucoin conta que em 1967, ainda criança, quando confundiram a maquilagem branca - rosada intensa de uma vendedora de cosméticos com a aparência deixada pela aplicação de loção de calamina. Esta mistura de óxido de ferro vermelho e óxido de zinco era muito usado, na época, para aliviar o desconforto causado por picadas de insetos.

A ingenuidade de Kevyn levou-o a comentar com a moça o quanto ele estava penalizado por sua dor! Como resposta deparou-se com um silêncio sepulcral, que só foi entendido pelo menino quando sua mãe, já a caminho de casa explicou que se tratava de maquilagem e não remédio...

Na década de 70 as cores de maquilagem tornaram-se populares, acompanhando as coleções de alta-costura francesa, italiana e inglesa.

Cada vez que um grande costureiro lançava uma nova coleção de cores e formas para as roupas, lá vinha um tom de sombra específico para os olhos, uma nova cor de boca.

Dior, Chanel, Yves Saint Laurent e todos os grandes fabricantes ousavam e enchiam os olhos das mulheres de todo o mundo com suas criações cada vez mais tentadoras.

E é no final da década de 80 que entram em lançamento as fórmulas evoluídas para cosméticos pigmentados.

Às beiras do novo milênio finalmente entram em cena fórmulas baseadas em tecnologia de vanguarda, cujo uso garante propriedades bem interessantes para nossa beleza, como proteção solar, umectação e controle do envelhecimento da pele. Nos anos 90 a era do benefício visível ganha importância vital.

A haute couture (Alta Costura) toma rumos inteligentes nesta nova era. Estilistas ingleses de vanguarda como John Galliano e Alexander McQueen vêm dar uma ventilada nas conservadoras Dior e Givenchy, alterando mais uma vez a história da moda & make-up.

Hoje podemos nos beneficiar do produto que colore e trata a pele, limpa, perfuma e protege os cabelos, como nunca antes na história da humanidade.

Aponta para uma nova era, a era da Beleza Inteligente, onde cada ser possa encontrar seu equilíbrio na roupa, no cheiro e na cor.

Neide Mendes – Designer de Interiores e Mobiliário Artimagine e Artimagine for babies.

Maquiadora e instrutora Contém 1g.

Artista Plástica.

SENAC