PRIVACIDADE E A INFOSEG!!!!

Vocês viram que interessante? Os orgãos de segurança criaram um arquivo nacional sobre cidadãos e empresas. Armas, IR - mais apropriadamente, IS (Imposto sobre Salários) - automóveis, carteiras de habilitação e indentidade. Enfim, toda a vida das pessoas centralizadas num banco de dados apenas. Cujas senhas são vendidas por R$ 2.000,00! Num boteco de esquina na Rua Santa Ifigênia, SP.

E ficamos então reféns da sanha desses orgãos de segurança. Era o sonho dos arapongas militares. E, vidas que a volta dá, os civís o criaram. A era do Grande Irmão.

E os compradores? Que legal, são policiais. Das diversas esferas que, com uma senha adquirida no buteco, podem especular a vida dos cidadãos sem que se saiba quem é o investigador. Usam um código de acesso que não é deles. Investigam sem que se saiba qual a finalidade da investigação. Agora, se é uma investigação oficial, porque os policiais teriam que se esconder? Ah, então é uma investigação espúria, é isso? E permitida pelo Estado? Por omissão ou incompetência apenas? Ou por verdadeira má-fé?

Numa cultura como a nossa, em que vigora o favoritismo e o compadrio, o risco de um banco de dados único é enorme. Mesmo que nossa Constituição estabeleça o direito de cada um saber quais seus dados estão nos bandos de dados - "habeas data" - eu nem sabia da existência desse Infoseg. E estou lá!

Uma vez, usando do direito de habeas data solicitei cópia de minha ficha na Abin, "nè" SNI. Sabem o que eu recebí? Uma certidão. E incompleta, ainda por cima. Isso mesmo, a Abin parece que virou cartório. Expede certidões. Talvez reconheça firma também e venda fotocópias autenticadas. Farão registro de batismo e crisma? E o habeas data? Esse que se foda!

E a Infoseg? Posso usar do direito de habeas data ou vou ter que comprar uma senha no boteco? Os 2 mil, dão direito a uma cerveja ou um croquete? Seria legal. Senha com consumação!

Eita Brasil! Quanto mais muda, mais fica igual!!!

P.S.: Agradeço à crítica do Sr. John - usuário não registrado e que indica um endereço de e-mail inexistente - no sentido de chamar a minha atenção aos erros de digitação. Espero tê-lo deixado satisfeito. Quanto ao conteúdo é a minha opinião. Não peço que alguém concorde. Discordância é conhecimento em construção. Também não peço que o Sr. John (anglicismos de país periférico) reflita sobre ele. Certamente este Senhor tem mais o que fazer. Grampear alguém, por certo.