Enfermidade educativa...

Não gosto de ir ao médico, aliás, acredito que não é o programa predileto de ninguém, todavia, não raro as circunstâncias da vida nos empurram para a indesejada visita ao doutor. E mais por insistência familiar do que por vontade própria dia desses compareci ao consultório médico, mais precisamente ao cardiologista, haja vista o histórico familiar: os cinco irmãos de meu avô materno morreram de problemas cardíacos, meu avô também não escapou a sina e foi dessa forma que transferiu residência para o além há 20 anos. Minha mãe morreu de derrame e tenho uma tia inválida há mais de 20 anos por conta de uma trombose cerebral, ou seja, um histórico que recomenda alguns cuidados especiais ao coração, afinal, não sou mais nenhum garoto, estou com 33 anos e jamais fiz qualquer exame.

No consultório as perguntas de praxe e recebi de presente uma papelada indicando os exames a serem realizados.

Na consulta de retorno, eis a surpresa, descrita no seguinte diálogo:

• Doutor: Você é hipertenso há muitos anos e por conta disso seu coração inchou mais de 6 cm, além do que seu colesterol está altíssimo. Você deve cuidar-se, vou indicar-lhe alguns remédios para o coração e a pressão, mas antes me responda algumas perguntas:

• E prosseguiu o doutor: Você alimenta-se adequadamente com frutas e legumes?

• Eu: Não, minha alimentação é a base de chocolates e salgados em virtude do corre corre diário.

• Doutor: Corte salgados, frituras e deixe o chocolate apenas para o final de semana e moderadamente.

• Doutor: Você irrita-se com facilidade?

• Eu: Sim.

• Doutor: Deixe a irritação de lado e aprenda a contar até 10 ou 1.000 se preciso for.

• Doutor: Você faz exercícios regularmente?

• Eu: Não, sou sedentário.

• Doutor: Então comece imediatamente, uma vida sedentária colabora para o aumento da pressão arterial.

• Doutor: Você trabalha muito?

• Eu: Abraço inúmeras atividades.

• Doutor: Deixe algumas de lado ou então irá trabalhar apenas no além, cuide um pouco mais de você, de sua saúde.

Confesso que sai do consultório atordoado com o diagnóstico e os conselhos médicos. A lista de remédios era grande: 1 para a pressão, 1 para o coração, 1 para o colesterol e 1 tranqüilizante. Meu Deus! Eu que sempre fui avesso a remédios terei de encará-los, pra mim um grande desafio a ser vencido. Mas depois da primeira impressão, coloquei-me a refletir. As enfermidades são educativas, fazem parte do processo pedagógico das criaturas ainda em processo de amadurecimento que estão neste planeta escola. As enfermidades são as apostilas necessárias para a educação de nossa postura perante a vida, não fossem elas e ficaríamos entregues eternamente aos exageros de todos os matizes, desequilibrando cada vez mais nossa conduta. De agora em diante terei de reorganizar minha vida, agindo comedidamente em todas as circunstâncias, já senti o efeito no próprio corpo físico, embora os remédios – muito fortes – estejam me fazendo algumas vezes cambalear, emagreci cerca de 6 quilos, porquanto fui obrigado a reeducar minha alimentação. Frituras e chocolates cederam lugar à legumes e frutas.

Nossa finalidade principal na Terra não é outra senão evoluir, o corre corre diário é fruto dos exageros desnecessários que imprimimos à nossa vida. Em realidade, caro leitor, compartilho com você essa experiência para que não caia na mesma armadilha do descuido com a máquina física, porquanto ela – a máquina física – necessita de cuidados para poder funcionar de forma correta, e nós precisamos de pouquíssimo para viver bem, aliás, necessitamos apenas do AAA, que resume-se da seguinte forma: Abrigo, Alimento e Amigos.

Dentro do quesito evolução estão computadas as conquistas do espírito imortal, aprender a viver é uma dessas conquistas, por isso, fundamental ter em mente que, ou aprendemos a nos equilibrar ou as enfermidades baterão a nossa porta, nos mostrando o caminho correto de proceder.

Pensemos nisso.

Wellington Balbo
Enviado por Wellington Balbo em 05/09/2008
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