Violência: Culpa de Quem?

De quem é a culpa pela violência nos dias atuais? Falamos de roubos, assassinatos, agressões físicas e psicológicas. Entendemos que estes tipos de violência ocorrem desde sempre. Se fizermos uma análise ao longo da história, veremos que a criatura humana vem se civilizando em um processo evolutivo constante. Acredito que o homem-social já poderia estar bem mais civilizado. Este é o problema a ser discutido.

Temos tecnologia, cidades mais ou menos organizadas e acesso a informacão. Temos um numero extraordinário de religiões. Mas tudo isso não equacionou o drama humano, principalmente nas grandes cidades.

Substituímos formas de domínio e escravidão, mas os desejos continuam os mesmos: poder, sexo e dinheiro. Em alguns locais a insegurança está se tornando insuportável; voltamos ao tempo das cavernas. É importante entender que a violência tem suas raízes na pouca evolução das criaturas. Recentemente começamos a deixar para trás nosso lado animal e penetramos no reino hominal, e Falta muito, ainda, para que atinjamos o reino angelical, livre de toda e qualquer violência.

Mas também não podemos esquecer que a educação responde por grande porcentagem evolutiva: genética, vidas passadas e educação formam a nossa personalidade atual e nossas tendências.

O Espiritismo nos traz a proposta do amor e da educação (em todos os sentidos) no amai-vos e instruí-vos. Importante compreendermos que estamos criando uma verdadeira multidão de criaturas sem noção nenhuma de humanidade. E isso ocorre há muito tempo. Estamos colhendo, agora, o que plantamos e outra geração já está formada; continuaremos colhendo no futuro.

É muito mais fácil educar do que reeducar pessoas já adultas, pois estas oferecem mais resistência, tendo uma personalidade formada. Os pais deixam a educação por conta da escola, esquecendo que aos 7 anos a personalidade da criatura já está praticamente formada. E a escola reclama da falta da educação que os pais deveriam ter dado aos filhos.

O indivíduo é educado pela vida, nem sempre nas melhores condições. O Livro dos Espíritos alerta que a educação dos filhos é um dever dos pais.

Para quebrarmos este círculo vicioso, onde o pai marginalizado educa mal seu filho, que educará mal seu filho, temos que parar de nos preocuparmos somente com nossos problemas e tomarmos partido.

"Para que o mal triunfe, é necessário que somente o bem não faça nada." Voltaremos a este mundo que estamos destruindo e responderemos pelo mal que fizemos e pelo bem que deixamos de fazer.

Cada um de nós é um multiplicador. O bem que fazemos se espalha. Se educamos uma criança pensando também na ética e na moral, esta terá acrescentado em sua personalidade os ensinos recebidos e poderá passá-los adiante. Eduquemos com violência e esta se perpetuará.

Eduquemos com exemplo, ensinando e praticando o perdão, a caridade, a compaixão e os bons hábitos.

As penitenciárias estão lotadas e queremos excluir do convívio social cada vez mais pessoas, como se o problema não fosse nosso. É necessária a reabilitação dos que se encontram nos presídios e terapia profilática para os que estão fora. Pena de morte somente adiará a solução do problema, criando, talvez, novos obsessores que buscarão vingança contra o crime. Por quê matar um prisioneiro? Para provar que não se deve matar?

Prisão perpétua sem reeducação também é simples paliativo, que não traz a solução.

Vejo as pessoas vingativas, querendo que os culpados sejam punidos, nunca reeducados. Durante muito tempo ouvi inúmeras propostas de governantes e da população que visavam "acabar" com a violência: novas leis, mais rigidez dos policiais, penas mais duras, presos com menos direitos, multas mais altas, prisão perpétua, pena de morte... QUASE NINGUÉM falou em educar nossas crianças. É na infância que geramos ou evitamos os futuros problemas. Educar é mais fácil que reeducar... e continuamos postergando para amanhã o que é dever para o hoje.

Tratemos bem a todos, com amor e compreensão, perdoando e acreditando no ser humano, inclusive em nós, e estaremos evitando a violência, que começa em cada um de nós.