MEU POETA

MEU POETA

Nascido no município de Betim, Fernando Lima, autor do livro "Subjetividade", oferece ao leitor um ideário temático cotidiano em que o poeta participa da cidade onde vive, seus sofrimentos, suas inquietudes e, ainda, das pessoas à sua volta.

"Anoitecer em Betim" é o poema- preâmbulo a revelar a paisagem, traduzindo a essência da vida no coração do lar: "Nem tão só me sinto assim,/ Quando a lua clara no céu/ Faz um "lumiar" pra eu ver/ Minha terra acender,/ No anoitecer em Betim".

"Purificar os pensamentos!". Nesse segmento o poeta evidencia os prazeres contrapondo a guerra. Ocorre, transparência da harmonia interior do autor, no poema em "O sonho da Terra".

Custódio José de Oliveira, Presidente da Academia Betinense de Letras já disse, muito bem, no prefácio:

"Subjetividade, a meu ver, é uma fotografia em versos do próprio mundo interior de Fernando. Cada poesia representa verdadeiro retrato do "subjectum", do "introspectum", do "eu" do poeta."

Acrescente-se que Fernando permite ao leitor entrar na intimidade das suas frustrações, ao dizer: "Revelo o ser inanimado./ Tragado por caos interior,/ sufoco meu grito poético!".

A crítica social abarca vários títulos da obra. Em "Liberdade ainda que tardia", por exemplo, preocupa-se o autor com o país, utilizando jogo de palavras, indagando sobre duas personalidades que defenderam, em Minas, a liberdade.

O consumismo imposto pela sociedade industrial, cada vez mais dominada, é contestado em "Sono Urbano", em que se retrata "o povo sonâmbulo", sendo dominado pela "Alienação;/ Manipulação;/ Exploração".

Há exemplo de sentimento pessoal e de respeito a mulher, em "Mulher Mitológica", e "Olhos Negros". Este, inclusive, vêm acompanhado de intertextualidade ao descrever o corpo de Iracema, que remete à obra de José de Alencar.

Mas o poeta vai mais longe, revelando a "Sereia de Mineiro", mostrando se galanteador, conforme escreveu "Morena que vem de Vitória/ Musa que vem pelo Mar".

Entre os versos, eis que surge evidentes sinais do homem de fé.

SUBJETIVIDADE, de Fernando Lima, comprova que a poesia revela o sentimento do homem, às vezes compensando a angústia e às vezes bastando a alegria para as coisas mudarem.

"Meu poeta", como venho modestamente chamando-o, começa a destacar-se no meio literário. Parafraseando-o, "agora podemos vê-los", refiro-me àqueles poemas prometidos antes desta publicação.

ADRIANO SILVA RIBEIRO - Acadêmico do 7º período de Letras / PUC-Betim - Setembro/2000

Adriano Ribeiro
Enviado por Adriano Ribeiro em 02/03/2006
Código do texto: T117805