Uma vida aos 44 do segundo tempo

No mundo contemporâneo, um dos muitos fragmentos essências da sociedade é a notícia. Com a grande competitividade na “era do imediato”, a notícia em tempo real não é só sinônimo de audiência e sucesso, mas sim, prioridade, caráter da atualidade em que vivemos.

Talvez, a maior conseqüência notável em nossos dias, é a perda da consciência histórica. Os fatos se acumulam, notícias de todas as editorias e nações chegam por televisão, rádio, jornal, revista, e até mesmo na caixa de entrada do e-mail pessoas, os chamados newsletters. No dia de amanhã, as notícias de ontem já são esquecidas, acumuladas em algum lugar da memória.

Vivemos na cultura do “cronômetro”, onde cada segundo faz grande diferença no relógio do deadline. A batalha com as horas, minutos e segundos é o fator delimitador dos meios de comunicação. Este novo modo de pensar, surgido com o capitalismo, se consolida progressivamente com o crescimento de uma concepção onde tudo é uma espécie de produto no mercado globalizado. Seguindo essa tendência, a notícia também passa a ser um produto a venda, altamente perecível, em uma esfera cada vez mais segmentada, notícias para cada público e por assunto específico. E com a internet, é possível até mesmo individualizar, possibilitando ao internauta ler a notícia que quer, a sua própria maneira.

Na briga em dar a notícia primeiro, os métodos de apuração até podem ser deixados para trás, afinal, marcar o primeiro gol antes do outro time é ter vantagem na partida. Um exemplo é o caso ocorrido ano passado, com a Rede Globo na cobertura do acidente áereo de Congonhas, onde informações de última hora prevaleciam sobre a apuração dos fatos. Esta situação confirma Schlesinger, onde a idéia-chave entre os jornalistas de televisão é o imediatismo. No jornalismo on-line vemos que esta urgência em noticiar também é valor predominante, como vemos na grafia errada em muitas notícias nos portais de informação.

Este objetivo dominante da produção, de atingir um maior público, é o responsável pelo sensacionalismo em muitos veículos de comunicação. Nossos jornais, impressos ou não, fazem o “shownarlismo”, descrito por Arbex Jr. em livro homônimo, ou seja, uma novela da vida real.

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