Hipocrisia clerical: um mal que ainda assola o meio eclesiástico e social.

A hipocrisia do homem, no decorrer dos anos, esteve inserida em diversos setores da sociedade. Atualmente, esse processo de fingimento ou de encobrimento da personalidade real do indivíduo vem se intensificando em diversas áreas sociais.

No meio eclesiástico, em especial, essa chaga humana ainda promove grandes confusões. Nos dias atuais, podemos observar, através dos meios de comunicação em massa, que casos de pedofilia, envolvendo padres, estão se tornando cada vez mais comuns.

Esse mal, que não só incomoda o meio clerical mas também toda a conjuntura social que por ele é atingida, ainda perdura porque é uma atitude que advém do ser humano e é transmitida de geração a geração.

A hipocrisia humana pode ser uma forma de defesa ou até mesmo de ataque. Como defesa, o ato hipócrita não prejudica a outrem, pelo contrário, apenas há o disfarce do que a pessoa sente. Por exemplo: Maria está triste por causa de alguns problemas familiares, mas, ao se encontrar com uns amigos, ela começa a sorrir dando a impressão aos amigos de que está ótima.

Entretanto, a ação hipócrita, como ataque, tem o objetivo de ocultar a personalidade real do indivíduo e, dessa forma, pode acarretar prejuízos para diversas pessoas. Eis um exemplo disso: padres que abusam sexualmente de crianças, na realidade, não são padres por vocação, são seres humanos, mentalmente doentes, que precisam de tratamento. Nesse caso, há um encobrimento do ser verdadeiro da pessoa e isso prejudica a outrem.

No livro O crime do padre Amaro, de Eça de Queirós, a hipocrisia, de parte do clero e de alguns religiosos, pode ser vista de uma forma bem explícita. Padres que jogam baralho, que fumam, enfim, são homens normais. Religiosos que só se preocupam em delatar a vida alheia. Há o envolvimento amoroso, ou puramente sexual, do cônego Dias com a beata S. Joaneira e, por fim, há o relacionamento do padre Amaro com Amélia, que engravida, perde o filho, que foi dado a uma tecedeira de anjos, e morre. Depois de tudo isso, o padre Amaro segue seu cotidiano normalmente em Portugal.

Logo, pode-se verificar que a hipocrisia clerical não é um fenômeno típico da sociedade atual. Essas atitudes devem ser combatidas através de uma fiscalização e educação não só clerical mas também social, para que haja uma redução nos escândalos que envolvem a Igreja e a sociedade.

Saullo Pereira
Enviado por Saullo Pereira em 23/09/2008
Reeditado em 23/09/2008
Código do texto: T1193132
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