A falta de dinheiro

É claro como a água que sem dinheiro não se pode viver. Dele dependemos para quase tudo, desde a alimentação, vestuário, educação, medicamentos, até aos divertimentos e muito mais.
O dinheiro é tão importante que a sua falta nos coloca na miséria, sofrendo fome, desconforto, ansiedade e até angústia.
Felizes são aqueles que têm uma forma de o ganhar honestamente, para com esse bem precioso poderem ir vivendo neste mundo em que quase tudo tem que se pagar.

Ultimamente tem-se falado muito na crise de falta de dinheiro e o impacto que isso tem na vida das pessoas.
Há imensas pessoas que apesar de terem o seu trabalho e receberem mensalmente o seu salário, nunca conseguem ter dinheiro disponível. Essas pessoas tentam todas as formas de conseguir fazer o dinheiro ser suficiente para as despesas mensais, mas vivem continuamente frustradas, por nunca conseguirem ter o suficiente para o tipo de vida que pretendem.

Uma das formas de gerir o dinheiro com mais eficiência e quase sempre esquecida ou ignorada, tem a ver precisamente com o tipo de vida que se pretende.
É fácil de compreender que uma pessoa que recebe 700 euros por mês, nunca poderá levar uma vida semelhante a quem receba 3.000 euros por mês.
Então, cada um terá que adaptar o seu modo de vida ao que o seu salário lhe permita. Para gerir controladamente o seu dinheiro, implica imensos sacrifícios e muita força de vontade para saber:

- Resistir a gastar somente o essencial;
- Ordenar entre despesas obrigatórias, essenciais e desejáveis;
- Definir claramente as prioridades;
- Preparar e seguir o seu orçamento.


Resistir a gastar somente o essencial – Se a pessoa vive continuamente com dificuldades de toda a ordem devido à falta de dinheiro, deverá tomar outra atitude perante as tentações naturais que ocorrem a cada dia. Por exemplo, deixe para melhor ocasião ir jantar a um restaurante; não compre aquele televisor que gostou tanto apesar das prestações serem tentadoras; não ofereça aos amigos aquele jantar especial que desejaria, etc.
Pague antes as prestações ou os impostos que deve; compre os alimentos e medicamentos que precisa para o mês; pague o gás, a electricidade e outras despesas necessárias.

Ordenar entre despesas obrigatórias, essenciais e desejáveis
Uma primeira aproximação para lhe facilitar gerir melhor o seu dinheiro, será separar as despesas em três grupos: obrigatórias, essenciais e desejáveis.

Como despesas obrigatórias temos por exemplo os impostos, as prestações da casa ou do carro, os seguros e outras obrigações assumidas, às quais não podemos fugir sob pena de sofrermos consequências muito graves.

A alimentação, os medicamentos, a electricidade, o gás, a água, telefone, etc. são alguns exemplos de despesas essenciais. Este tipo de despesas, embora de grande importância para o bem-estar, permite alguma flexibilidade, podendo-se reduzir num lado para compor outro mais importante que esteja em falta.

Comprar uma roupa ou sapatos, é algo que se pode adiar para uma melhor oportunidade. Também se pode adiar a compra de um televisor, micro ondas, telemóvel ou outro artigo qualquer que seja desejável, mas cuja compra, feita sem se pensar bem, pode comprometer a possibilidade de efectuar compras ou pagamentos mais urgentes. Por nos permitirem uma maior flexibilidade na escola da ocasião mais propícia para a sua compra, designemos este tipo de despesas como desejáveis.

Ao ordenar as despesas pelo seu grau de obrigatoriedade e de necessidade e usando o critério mais correcto para escolher qual o momento mais apropriado para cada uma das despesas, estamos a definir as suas prioridades.
É fácil decidir que pagar a conta da electricidade ou da água, é mais importante do que comprar o acesso para ir ver um jogo de futebol.

Depois das despesas estarem todas ordenadas pelo seu grau de obrigatoriedade e importância, deixando para o fim da lista as que são apenas desejáveis, já temos como começar a preparar o nosso orçamento anual e mensal.
No topo da lista colocamos por exemplo o quanto recebemos por ano. Logo abaixo, quanto recebemos por mês.
Precisamos somar todas as despesas anuais e logo veremos que a soma destas, naturalmente vai ser maior do que tudo quanto ganhamos por ano.
È a altura de irmos cortando, reduzindo, compensando, até se conseguir que a soma das despesas seja igual à soma do que recebemos por ano.
Depois divide-se isso pelos doze meses, para sabermos quanto e como podemos gastar mensalmente.
Temos assim um orçamento muito básico, mas já é uma ferramenta orientadora do que podemos gastar e quando.

Quem sempre viveu sem fazer contas e foi comprando ao sabor das emoções, vai sentir que é difícil respeitar as prioridades do seu orçamento. Mas isso é ao princípio. Depois de se habituar, verá que é surpreendido muito menos com pagamentos que não esperava e que o apanhavam nos piores momentos.
Com este auto-controle de suas despesas, irá gradualmente ser capaz de colocar de parte todos os meses uma pequena quantia para uma situação de emergência, ou então para fazer a tal compra que vem sonhando há tempos.

Um dos aspectos mais importantes da gestão do dinheiro, é saber prever quanto e quando tem algo a pagar e ter a força de vontade suficiente para saber colocar de parte essa quantia e assim não viver continuamente o stress de não ter com que pagar.
Com uma boa gestão do pouco dinheiro que temos, ainda assim, é possível e importante, começar a fazer uma poupança para funcionar como que um “saco azul” para um dia difícil ou especial.

Finalizando, lhe digo ainda que na minha fraca opinião, é preferível tomar o controlo do que gasta, do que ir fazendo compras emocionais ou se deixar ir por essas histórias que os bancos lhe sugerem de adiantamentos de ordenado, em que cada vez ficará mais distante de um dia poder controlar sua situação financeira.
Tércio Oliveira
Enviado por Tércio Oliveira em 29/09/2008
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