Mulher

Tu que se diz fraca e, ainda assim, domina o mundo; que se diz frágil e sorri da dor do parto; que carrega no ventre o futuro da humanidade e ainda assim acha simples ser mãe. Ainda não sabes o poder que tens.

Se deixa dominar apenas porque sabe que não é verdade. A força bruta não é páreo para sua doçura, sua candura, sua onipotência. Se enganam os que pensam te dominar só porque a superam no vigor físico. Esquecem-se que o verdadeiro poder está em outro lugar.

Ainda que inventem uma máquina que possa gerar crianças, estes seres não poderão ser chamados de humanos, pois o pouco de valor que ainda persiste no mundo, só existe porque corre em nossas veias masculinas, uma pequena dose de sua essência, coragem, caráter, força e perseverança. E essa força, essa minúscula herança, ainda assim, em muitos homens, consegue sobressair aos instintos bestiais e os transformam em crianças sensíveis, homens que choram (ainda que escondidos), que se emocionam, que riem à toa, apenas por apreciar o belo.

Acordai mulheres do mundo. Vós tendes em vossas mãos o poder de mudar o mundo mudando seus filhos. Não aceiteis porém se lhe culpam pelo que hoje é o mundo, pois não estão vós sozinhas nele e muito do antigo, do velho e do ultrapassado ainda circula pelos corredores de nossas escolas, colégios, gabinetes, cabeças e escritos. Fazei, mulheres, faxina no mundo, começando pela sua casa.

Acordai mulheres do mundo; preparem as futuras mães para que saibam humanizar o homem e fazer da terra um paraíso ainda em vida. Só vocês podem. Só vocês conseguirão. Mas não demorem muito. Ao se sentirem ameaçados, os homens, sedentos de poder e cobiça, não demora inventarão a tal máquina de fazer pessoas. E elas, à imagem de seu criador, serão certamente frias, egoistas, calculistas, violentas, sem emoção, sem alma nem coração, já que em suas veias não correrá nenhum sangue de mulher, que traga, paz, ternura, pureza, emoção, essência, sabedoria e a verdadeira vida.