Como escolher e o que esperar de um prefeito e um vereador

O prefeito é um funcionário público (embora nem os eleitores e nem os políticos costumem vê-lo assim) do Poder Executivo municipal, que exerce seu cargo em função de uma legislatura (no caso do Brasil mandato de 4 anos). É portanto um administrador que recebe salário para gerir um município, provendo para tanto os acessos da população a itens como saúde, educação, segurança, etc. Como representante maior do município espera-se que o prefeito (ou candidato ao posto) seja capaz de pensar administrativamente (elaborando planos e coordenando sua execução) devendo para isso contar com uma equipe que deve (em tese) contar com profissionais capacitados para exercer os cargos correspondentes, como um tesoureiro com conhecimento de contabilidade, um secretário de agricultura com conhecimento/formação na área agrícola/agronômica, um secretário de educação com conhecimento de pedagogia e gestão, etc, e todos eles com conhecimentos (se possível formais) de administração pública e recursos humanos. Além disso, como representante de um município e de sua população é essesncial que o mesmo seja capaz de se expressar bem, tanto escrita como oralmente, e tanto em linguagem formal (numa petição, ou diante de outros políticos), quanto coloquial ( na conversa com o povo, sem que esse coloquialismo seja desculpa para a incapacidade de organizar sua idéias ou para utilizar-se de linguagem de baixo calão).

Na campanha deve-se levar em consideração dois tipos possíveis:

1) O candidato a re-eleição (no Brasil é possível se re-eleger por mais um mandato, portanto mais 4 anos), que deve ter realizado uma boa administração tendo dispensado recursos suficientes para execução dos planos específicos de cada área (planos esses de curto, médio e longo prazo), ter tido bom contato e fluência com os representantes políticos no estado (governador e deputado) e no país (presidente e senador). Sua administração deve ter sido paltada pela transparência (com a demonstração das contas e gastos municipais com os orgãos competentes como tribunais de contas e com os “auditores populares”: seus munícipes) e acima de tudo, ter feito uma administração voltada para a população (em geral) e não apenas para seus correligionários/eleitores (particular), uma vez que existe partidarismo na campanha, mas não pode haver durante o mandato. A existência de um plano que dê continuidade as atividades que se desenvolvem positivamente na sua administração e de modificação das que não tem tido bons resultados é essencial. Também deve-se levar em consideração a vida particular do candidato (que por se tratar de figura pública apresenta maior repercussão) e seu proceder em questões como religião, cultura, etc, e possível acúmulo de riqueza não condizente com sua função e salário recebido, tudo isso associado a inexistência de processos de corrupção ou temas afins (desde que esses estejam julgados em todas as instâncias, o que caracteriza a culpa). Essa avaliação deve ser levada em consideração a políticos que já tiveram mandato e embora não estejam tentando se re-eleger, já tem passagem pela administração.

2) O candidato ao primeiro mandato eletivo ou candidato a função diferente das já exercidas (um vereador ou deputado –legisladores- que se candidatam a prefeito –administrador executivo). Nesse caso, deve-se concentrar a avaliação em dois aspectos específicos. Primeiro sua vida pessoal, como administra suas próprias finanças e ou negócios que desenvolva, assim como no caso anterior, seus posicionamento sobre cultura, religião e etc. Aspectos relacionados a sua situação com a justiça devem ser averiguados, bem como sua conceituação na praça. O segundo aspecto a ser considerado é tanto seu preparo para o cargo quanto sua motivação para ocupá-lo. Quanto ao preparo, o conhecimento formal é sempre bem vindo: estudos nas áreas administrativas, de gestão e do direito podem favorecer a seu futuro desempenho. Assim como experiências administrativas (direção e ou coordenação em áreas escolares e ou hospitalares, por exemplo, funções como tesoureiro ou secretário, onde se lida com formalidades, elaboração e interpretação de documento e leis e administração financeira, são bons parâmetros para avaliação); As motivações para ocupar o cargo não podem ser de apenas chegar ao poder ou de enriquecimento com a função, mas de ser capaz de realizar bem uma administração que traga benefícios para toda a população, nas mais diversas áreas que os afetam. Além disso, ser capaz de reconhecer os aspectos positivos das administrações atuais e passadas, garantir a continuidade de práticas que trazem benefícios a população e demonstrar propostas inovadoras e alternativas para os aspectos negativos das administrações atuais e passadas.

O vereador é um agente político que atua nos municípios, e que tem atividade legislativa (elaborar as leis que regulam o município) e parlamentar (representar os cidadãos no âmbito municipal), sendo essa última função a que lhe delega poder para requisitar diante dos poderes executivos, as necessidades (conhecidas ou não) da população que ele representa (tanto os seus eleitores quanto os demais munícipes), bem como fiscalizar e cobrar as ações do poder executivo (prefeito). Assim como no caso do prefeito, na campanha há os que já tem experiência e tentam se re-eleger (nese caso não há limite de número de mandatos e os mesmos são de 4 anos, coincidindo com o mandato do prefeito eleito) e os que tentam iniciar a caminhda político-legislativa. A maioria dos aspectos avaliados para a escolha do prefeito devem ser levados em consideração. Quesitos como honestidade na vida privada (e na pública se houver), conhecimento formal, capacidade de redigir, interpretar e defender leis, exercício de atividades de representação popular (movimento estudantil, associação de moradores, participação em cooperativas agrícolas, etc), conhecimento da realidade do município, suas necessidades e capacidade de ouvir o povo (mesmo quando esse não vocaliza suas necessidades), também são importantes.

A idéia desse texto é alertar para temas que devemos levar em consideração quando da escolha de nosso representantes no poder executivo e legislativo e o desejo de que isso melhore o nível de nossos representantes e consequentemente o nível de nossas administrações e legislaturas, com consequente reversão de benefícios para todos os cidadãos.