Expectativa de vida e qualidade de vida.

Um dos grandes receios das pessoas que ultrapassaram as 60 primaveras de existência é a saúde. Em nosso Brasil, não obstante a expectativa de vida ter saltado de 69 para 72 anos proporcionando mais alguns anos no corpo físico, a qualidade de vida não acompanhou esses anos a mais, o que equivale a dizer que, nossos idosos – obviamente que há exceções – de maneira geral não têm uma existência tão saudável como a mídia costuma muitas mostrar. Os homens têm cerca de 13 anos a menos de vida saudável, as mulheres, 11 anos, números bem inferiores quando comparados à países desenvolvidos.

Dados que datam do ano de 2005 informam que 57,4% das aposentadorias foram por doenças, invalidez e diversos problemas ligados à saúde, o que comprova a baixa qualidade de vida do cidadão brasileiro. E qualidade de vida precária desemboca em prejuízos econômicos, o trabalhador não produz porque fica afastado, muitas vezes encostado em hospitais a espera de atendimento, não raro ineficaz, com isso as empresas perdem competitividade porquanto seus profissionais não estão saudáveis para desenvolver em plenitude suas atividades, ou seja, prejuízo para todos: país, cidadãos e empresas. O caminho é trabalhar sempre à frente, prevenindo as enfermidades, muito mais simples prevenir um mal do que tratá-lo quando já enraizado. E isso se faz somente com educação. Muitos males físicos causadores de todos esses transtornos são oriundos da ignorância do cidadão. A hipertensão arterial, o câncer de próstata, o câncer de pênis que está ligado à higiene que o individuo delega a si mesmo e tantas outras enfermidades são fruto de uma postura desregrada e indisciplinada em relação ao corpo físico. O Jornal da Cidade de Bauru noticiou interessante matéria mostrando que o brasileiro alimenta-se de forma inadequada e consome cerca de 60 quilos de frutas a menos do que deveria. A alimentação desbalanceada é uma usina produtora de males do coração que são os campeões de mortes em nosso país. Tudo isso fruto da ignorância, do desconhecimento. Alguém poderá dizer que hoje a desculpa da ignorância não cola mais porque as informações brotam de todos os lados. Estão equivocados. Informar é apenas uma face da moeda, ser informado é uma coisa, ser consciente e colocar em prática as informações é outra completamente diferente.

Então é forçoso admitir que viver mais não guarda semelhança com viver bem. Para viver mais basta que apenas alguns órgãos sustentem as principais funções orgânicas. Viver bem implica em ter qualidade de vida, o que não ocorre com muitos de nossos idosos, por isso costuma-se associar o passar dos anos com problemas físicos, o que não corresponde exatamente à realidade. Podemos ver o branquear dos cabelos com saúde e disposição, basta que nos cuidemos, sem recair sobre os exageros tão próprios de uma cultura consumista. Educar-se é mesa, educar-se no relacionamento familiar, educar-se no trabalho concedendo as horas necessárias ao repouso físico, educar-se profissionalmente utilizando os equipamentos de segurança disponibilizados pela empresa para a realização das atividades profissionais. No tocante aos padecimentos físicos há ainda a ala daqueles que consideram estar expurgando mazelas de existências pregressas. Uma visão um tanto distorcida, como já comentado, nossos males do hoje nem sempre têm ligações com o passado existencial, não raro são filhos de nossos destemperos e desequilíbrios do agora. Aquele que se excede nas guloseimas terá problemas com a balança. Aquele que se excede na bebida alcoólica terá problemas ligados ao fígado e aparelho digestivo. Aquele que cultiva a mágoa terá uma vida amarga. O fumante inveterado poderá desenvolver câncer no pulmão, garganta e etc. a medicina por intermédio de suas conquistas formidáveis vêm alargando nosso tempo de vida na Terra, no entanto, é necessário, pois, colaborarmos com ela, educando-nos, melhorando-nos e coibindo os excessos, para que tenhamos uma vida com qualidade e possamos assim aproveitar em plenitude todas as oportunidades de evolução oferecidas pela escola chamada planeta Terra. Reforçando: será por intermédio da educação de nossas tendências que poderemos chegar aos 60, 70, 80 anos gozando de saúde e qualidade de vida. A escolha é nossa, se optarmos por uma vida desregrada hoje colheremos os frutos nada saborosos de nossos desequilíbrios, no entanto, se optarmos por viver com comedimento, pode ser que rompamos com as estatísticas de que os brasileiros passam boa parte da existência convivendo com males que poderiam ser evitados. As pesquisas bem mostram que expectativa de vida não equivale a qualidade de vida. Utilizando o título de um livro do amigo e médico Américo Canhoto encerramos o artigo com uma pergunta: Saúde ou doença? A escolha é sua!

Pensemos nisso.

Wellington Balbo
Enviado por Wellington Balbo em 03/10/2008
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