Uma dose de veneno

Por: Elizabeth Misciasci

Quando há a violação de um relacionamento com o consenso de se tentar passar uma "borracha" e recomeçar, têm que estar muito bem resolvido os problemas. A verdadeira vontade de se dar uma nova chance a relação, pesando cuidadosamente o saldo e as seqüelas não se faz só e sim em comum acordo de ambas as partes, com muito diálogo. Não deixando nunca pra o amanhã.

O “deixa pra depois” é perigoso, porque nada cai no esquecimento!

O assunto do dia anterior,quando vai sendo deixado pra depois, tende a corroer de forma destrutiva as vidas. Não se trata de cobranças, e sim de se ter a certeza de quais são os objetivos futuros, saber o que um espera do outro, o que levou a condição de desinteresse, aventura, ou desamor.

Se a desculpa chega com a alegação de se ter excedido na dosagem da bebida, ou se existe dependência do álcool ou outra substância química, as cadeiras precisam ser arrastadas, na condição aberta da conversa clara.

Afinal, é melhor um copo vazio ou a menos sobre a mesa, do que erguer taças e brindar pelo que já não mais existe. Pois de um gole a outro, pode se embriagar, ou quiçá ingerir uma dose de veneno.

Alimentar mentiras, ou ser indiferente à realidade que se esta vivenciando, jamais será o caminho de equilíbrio de um casal. Por mais difícil que possa ser ou de fato seja, a urgência em se buscar soluções, tem que ser provocada, mesmo que seja para romper laços de comunhão.

Tem que existir pelo menos uma vez a dignidade nem que esta seja praticada para se dizer acabou. Claro que é difícil, mas não se ignora fatos e afinal discutir a relação é tão complicado quanto o álcool que esta entre a relação. E omissão não combina se usada sejam para alicerçar fraquezas, mentiras ou mesmo atenuar um contexto, se este nasceu da impossibilidade de se livrar, quando se trata da dependência física.

É importante que se tenha noção do que é uma estrutura sólida e quanto mal pode ser causado a família, filhos, amigos, enfim. Ninguém deve ignorar a realidade pra se esquivar de culpas, como não se pode sair por ai condenando sem a certeza da culpabilidade de cada um, pois todo ser humano esta predisposto a falhar cometendo erros e injustiças.

No entanto, por mais privada que deva ser uma relação, não se ignora que uma vez desmoronada, os entulhos certamente machucarão também outras pessoas. Não se trata de omitir, nem simplesmente por um ponto final, necessita-se sim tratar da melhor forma o problema, buscando o peso da gravidade ou não do ocorrido e a capacidade de aceitar e superar.

Se assim não for, com o tempo, o problema tende a se atenuar, uma vez perdido o respeito e o “deixa pra depois” se estendendo, vai tornando cada vez mais difícil a convivência, o que esfria as manifestações de carinho, comuns antes de a traição invadir a vida do casal.

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