PERDOAR E SER PERDOADO
A reconciliação foi um tema fundamental do ministério de Jesus. Tudo quanto
fazia visava restaurar os laços de amizade dos seres humanos entre si e com
Deus. Ele foi, por excelência, um construtor de reconciliação. Portanto, um
bem-aventurado!
No seu ensinamento, o Mestre mostrou a transcendência do perdão que rompe os
limites do puro relacionamento humano para levar ao relacionamento das pessoas
com Deus. No ato de perdoar, o discípulo do Reino decide seu destino eterno.
A ordem de Jesus – “Perdoai, e sereis perdoados!” – não expressa a reciprocidade
do perdão no nível puramente humano, como se ele dissesse: na medida em quem
vocês perdoarem o próximo, serão perdoados por ele. Pelo contrário, o perdão
oferecido ao próximo tem, como contrapartida, o perdão recebido de Deus. Quem
abre o coração e oferece o perdão a seu semelhante, restabelecendo o
relacionamento fraterno encontrará no Pai um coração aberto para perdoá-lo e
acolhê-lo.
Conclui-se da ordem de Jesus que, quem não perdoa, não receberá o perdão do Pai,
pois a falta de comunhão com o semelhante é indício de ruptura com o Pai. Assim,
o discípulo do Reino busca construir um relacionamento sólido com o Pai, por
meio da comunhão com o seu semelhante. É ilusório querer trilhar um caminho
diferente.