Quinta-colunas

O termo “quinta-coluna” caiu. Os jovens não sabem o que é. Eu recordo que meu pai falava, na década de 50, nos “quinta-colunas”, como traidor, subversivo. O verbete vem da guerra civil espanhola (1936-1939). O revoltoso Francisco Franco avançava contra Madri em quatro colunas. Em Madri, alguns cidadãos organizaram uma “quinta-coluna” que de dentro para fora, através de sabotagem, terrorismo, procuravam minar a resistência republicana, ensejando a vitória franquista, que acabou acontecendo. A expressão “quinta-coluna” tornou-se um sinônimo de traição, de lesa-pátria ou coisa parecida. Aqui no Brasil, durante a Segunda Guerra Mundial, os germanófilos (simpatizantes do nazismo) também foram chamados de “quinta-coluna”.

Pois a história recente do Brasil nos revela o surgimento de uma “quinta-coluna”, como um grupo de indivíduos que torcem pelo fracasso do Brasil, em legítimos atos de subversão, despeito político e anti-patriotismo. Como já tive oportunidade de falar aqui, as elites nacionais nunca admitiram o fato de um metalúrgico estar ocupando o Planalto. E não são só doutores, ricos e intelectuais a se opor. Também o povão, manipulado e emprenhado pelas orelhas, preferiria um doutor, mesmo que indolente ou incompetente.

Diariamente correm pela Internet denúncias apócrifas contra o Presidente, críticas a seus familiares, deboches, etc. Há dias, um desses intelectualóides de televisão esteve no Jô Soares (que acolheu o deboche) acusando o Presidente de ser um “apedeuta” (ignorante, sem instrução).

Gozado que o idoso “artista” (Carlos Vereza), em dez minutos de entrevista deu umas quinze escorregadas vernaculares. Se o Presidente, sendo apedeuta sacudiu o país, imaginem se fosse “doutor”. Em nome de uma raivosa oposição, eles não querem que nada dê certo.

Sempre tem um “boi-corneta” tentando culpar o Presidente por algum fato. Teve gente que atribuiu ao governo culpa por nossa pífia participação na Olimpíada. Outros, desconhecendo o que é o pré-sal, tacham-no de anacrônico, pois segundo essas antas, a tendência hoje é biocombustível e não mais petróleo. Eles preferem que a Petrobrás tape os buracos do que faça o país prosperar. Nas crises diplomáticas com os vizinhos, eles querem sangue. Talvez para acusar: “Não dava para dialogar?”. Uma guerra é tudo que eles querem para denegrir o currículo do Presidente.

Agora estamos às vésperas de uma crise mundial na economia. Independente do que ocorra, embora em situações normais nossa gestão fosse sólida, tudo que acontecer será culpa do governo. Eu ando cheio dessa sinistrose que vem pela Internet. Na mesma hora repasso o e-mail para a ABIN. Na ditadura podia tudo, menos falar do Presidente.

Hoje, numa dita democracia, não se pode andar a mais de 100 km, fumar em lugar fechado, beber e dirigir, fazer top-less, cantar a funcionária, cortar uma árvore em nossa casa. Nada pode. Só falar mal do Presidente. Abaixo os “quinta-colunas” que torcem contra o Brasil.