Sementes de Guerra e Marginalidade

SEMENTES DE GUERRA E DE MARGINALIDADE

Antes da televisão a apresentação de filmes no Brasil, especialmente os de origem “roliudianos”, já era manipulada de forma a influenciar o povo conforme os interesses políticos e ou comerciais de nações dominantes. A programação de exibição nos cinemas em toda a cidade brasileira, por força de contratos, seguia orientação vinda de fora, segundo a conveniência, como por exemplo, dos fabricantes de armas sempre ávidos por valorizar os seus produtos ou da política de manter nações subdesenvolvidas, cada vez mais sub.

Um dos modos de prejudicar o desenvolvimento de um povo é incentivar o crescimento da marginalidade. Não existe marginalidade sem armas. Não existe industria de armamento sem guerras ou delinqüência.

Enquanto as crianças, desde as mais tenras idades, continuarem vendo desenhos animados em que explodir, matar e flagelar são os motivos de diversão, tornando estas coisas naturais. Quando na realidade são a semente da violência que brota na mente dos futuros adolescentes que por sua vez estão destinados a gastar horas preciosas de suas vidas diante de um PC “brincando” com jogos virtuais de explodir matar e flagelar.

O objetivo claro, de grande parte da produção cinematográfica é a apologia à violência. Com certo grau de simulação e técnica de convencimento indireto, quando não da forma mais escancarada possível. Coisas como propaganda de armamentos que dentro do enredo dos filmes são exibidos, mostrando-se o poder de destruição de cada um deles. Armas geralmente apresentadas por protagonistas que no episódio tornam-se simpáticos por suas qualidades de justiceiros, de masculinidade quando homem ou de beleza quando mulher e sempre dando maus exemplos de imoralidade. Isto porque destruir os princípios morais também é violência.

A didática da violência é clara em filmes de ação aonde um só homem usando armas de grande poder destrutivo mata sozinho todo um contingente de inimigos soldados ou civis e destrói muitos prédios e instalações.

Não é difícil encontrar filmes em que os principais personagens são pessoas que cometem crimes, fogem da boa ética, praticam técnicas criminosas as mais hediondas possíveis, que são apresentadas em detalhes, tornando-se em verdadeiras aulas dessas práticas tão lamentáveis. Não muito raro vemos noticiários sobre fatos locais, mostrando cenas que são cópias autênticas destes exemplos que foram ensinados.

Temos pesquisado e visto filmes dedicados a exaltar como profissão a de matador de aluguel. Em cujos enredos há demonstrações de armas precisas e poderosas; de seres frios, desumanos e calculistas; de métodos hediondos que são apresentados de forma detalhada, para quem quiser aprender.

Recentemente, vimos um que o personagem principal era matador de aluguel, matava até os próprios amigos se contrariassem o seus interesses. Ensinou com detalhes a uma moça que também quiz tornar-se matadora como ele. O filme dava verdadeiras aulas de como se livrar dos corpos mortos para confundir a polícia. Modificavam arcadas dentárias antes de incendiar veículos com os corpos das vítimas dentro. Não se passaram muitos dias, apoz a exibição desse filme e começaram aparecer em São Paulo, veículos queimados com corpos carbonizados dentro deles.

O pior de tudo é que tais práticas aparecem como se fossem as coisas mais naturais e as pessoas que as praticam como se fossem heróis e heroínas. No final do filme tais personagens aparecem ilesos e enriquecidos, com milhões de dólares, nalguma praia do Caribe. É ou não é uma apologia ao crime?

Aqui não sugeriremos lei ou ação oficial no sentido de censurar aos meios de comunicação. SENSURA NÃO!

Apenas apelamos para as empresas responsáveis pela programação exposta na mídia que não sejam subservientes a interesses tão escusos. Esqueçam o faturamento fácil. Que atentem para suas próprias responsabilidades junto á sociedade. Que não se descuidem da grandiosidade de sua missão de edificar um povo forte e livre através de bons exemplos. Vós tendes em vossas mãos armas poderosas, que não são outras se não os vossos próprios instrumentos de trabalho que bem usados poderão diminuir o poder da criminalidade; Encaminhar as nossas crianças e adolescentes aos princípios básicos da boa ética; fortificar a família, para que tenha estrutura moral e espiritual para orientar os filhos.

Apesar de tudo a mídia é um esteio da democracia.

Louvamos os seus valore: a liberdade com responsabilidade e a vigilância. Ela exerce o poder de olhos da sociedade.

É necessário focar o que edifica e deixar fora de foco o que prejudica.

Planaltina, DF 21/10/2008.

S. A. Oliveira