A formação de um pensador

Incluir filosofia e sociologia entre as disciplinas obrigatórias no ensino médio, como ordena a lei sancionada recentemente pelo presidente Lula, agrada a todos que propõem uma educação melhor e mais comprometida com a formação dos jovens. Mas é bom deixar claro para os profissionais do ensino que não se deve ensinar tratando meramente de expor a história destas duas áreas, sem explorar o que elas têm pra contribuir com o cidadão.

Argumento baseado na literatura que me ensinaram no segundo grau, que nunca foi além da história dos movimentos literários e das insistentes leituras de vestibular. As próprias aulas de História não me forneceram ferramentas para entender o mundo a partir de seu conhecimento. Aprendi tão somente a história cronológica, fatos que vinham sem contexto, sem comentários, um após o outro, desvinculados, sendo que minha preocupação era decorar todas as datas, ao invés de entendê-la. Resumindo: não me ensinaram a pensar e questionar.

Propor ao adolescente indagações quanto a quem ele é, por que ele habita este mundo e porque este está como está, é o que forma o pensador. Logo, é o que importa. Saber simplesmente quem foram Platão, Aristóteles ou Descartes não fará deste jovem, que ainda tem o mundo inteiro a descobrir, nem mais nem menos crítico do homem ou da sociedade.

Não havendo uma discussão sobre a conteúdo destas disciplinas, todos continuarão saindo da escola assim como eu. Sem saber direito como pensar, tendo que aprender depois de velho.

Andrei Andrade
Enviado por Andrei Andrade em 21/11/2008
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