A CORAGEM DE SER DIFERENTE ENTRE OS IGUAIS

O homem é, por natureza, sociável. É seu costume e sua necessidade básica a busca de aproximação com seu semelhante. A aceitação social apresenta-se como um fenômeno natural, pois a padronização de gostos e de comportamentos causa conforto. TER é mais importante do que SER e, nesse contexto, ser um pária social está fora de cogitação!

O homem se sente seguro quando sua conduta e suas crenças são seguidas pelos demais. Para ser mal visto, basta apenas assumir uma postura não esperada. É preciso, entretanto, coragem, personalidade e maturidade, para ser diferente. Ousar contrariar padrões é sujeitar-se à crítica e à rejeição.

O conceito de “normal” também é questionável. Numa sociedade em que as pessoas deixaram de usar as coisas e de amar as pessoas, para usar as pessoas e amar as coisas, parecer diferente é algo deveras assustador!

Nem sempre é agradável e prazeroso rever posturas e conceitos perante a vida. Permanecer inerte passou a ser mais importante do que provocar reflexões ou despertar questionamentos. O medo acovarda o homem.

Nada hoje é mais banal do que os vícios. Quem se contrapõe às leviandades representa censura para os demais. Quem tem idéias instigadoras da elevação moral é visto como um otário ou como alguém que abriu mão dos prazeres da vida.

Reflita bem: será que a sua busca desvairada por aceitação não tem feito você ter comportamentos “normais” demais, não?

A corrupção, as drogas, a ambição, a soberba têm levado muita gente à vala comum. Certos conceitos de “normalidade” estão corroendo, paulatinamente, o caráter de muita gente!

Não dá para viver com tranqüilidade entre os corruptos. Se para os levianos você é digno de admiração, se as futilidades lhe são coisas divertidas, se a pornografia muito lhe agrada, se a maldade do mundo lhe seduziu a ponto de você e ela andarem afinadíssimos... Cuidado! Você está trilhando o perigoso caminho das multidões.

Não tema ser diferente, o máximo que pode acontecer é a sua presença não ser tão requisitada em certas “panelinhas sociais”, mas em compensação, a paz no seu coração será algo líquido e certo.

Jesus, que conviveu com um bando de equivocados, foi morto pelas pessoas que eram consideradas as importantes da sociedade daquela época. Mesmo assim, Ele não perdeu a sua pureza. Amparou os caídos, não atirou pedras e pregou o bem.

Dois mil anos depois, Ele que fora alcunhado por maluco, é ainda hoje o maior exemplo de dignidade e de coragem que o mundo já conheceu, pois mostrou como ser diferente entre os iguais. E mais: provou que essa diferença pode mudar os comportamentos, despertar outros olhares sobre a vida e quebrar os paradigmas.

Jairo Lima

Jairo Lima
Enviado por Jairo Lima em 02/12/2008
Código do texto: T1315533
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.