QUEM SOMOS NÓS?

No decorrer da evolução humana houve sempre quem desse explicações para esta grande questão que faz parte da vida de todos nós, independente da nossa historia de vida e dos padrões aos quais fomos submetidos desde que nos pegamos compreendendo as lições que nos passavam as pessoas mais importantes do nosso meio de convivência.

Cada um fornece explicações a sua maneira para esse dilema universal: religiões diversas, ortodoxas e contemporâneas, cada uma com seus mestres e seus profetas, estabelecem relação com o divino para achar a resposta a esta indagação; místicos com suas sociedades secretas e símbolos ocultos encontram a resposta em seus rituais sobrenaturais; a ciência, por sua vez, afirma e firma a descoberta da questão no mundo racional e natural se afastando do que não pode ser trazido a evidência. O fato, porém, é que todos, a sua maneira, ainda se deparam com os buracos negros que existem em suas crenças e explicações para a grande questão que se segue sem uma resposta em que todos possam repousar.

A realidade é que cada um, tentando responder a esta questão crucial da vida humana, privou o homem de avançar na descoberta de quem somos nós. Muitas religiões afastaram de se mesmo, afirmando com extremismo que a resposta está fora de “casa” em um Deus completamente distinto e separado de tudo que é natural e faz parte da vida do próprio homem, fazendo com que perdêssemos parte da nossa própria identidade, a ciência, por sua vez, afirma que todas as respostas estão no que é matéria, separando o ser de seu lado subjetivo e o condenando a uma visão fria e racional do mundo do qual faz parte. Isso se atribui, principalmente, a René Descartes, filósofo e matemático francês do século XVII, que separa ciência e religião através de seu raciocínio de que mente e matéria estariam separados, sem ter menhuma relação entre se. Sua filosofia passou a influenciar a maior parte do mundo e de sua forma de enxergar a realidade, partindo-o em dois completamente.

Mas a filosofia cartesiana começa agora a dar espaço a uma nova abordagem e uma nova visão do mundo, que pode virar a atual compreensão humana pela averso. Este pensamento inclui todas as formas de conceber o mundo, até então separadas, afirmando que as mais compreensões apenas são parte da mesma moeda. Essa concepção não é completamente nova e tem respaldo em muitos pensamentos como o panteísmo e filosofias orientais, porém, é a física quântica que está renovando está concepção e trazendo está visão ao mundo, comprovando cientificamente que tudo está unido e conectado e que a separação “mente, espírito e corpo” é uma ilusão.

Durante toda a evolução humana presenciamos acontecimentos espantosos em que, hora a ciência se calava sem menhuma explicação plausível para o fato, hora a mais diversas religiões confundiam-se em suas explicações, não entendendo a posição de Deus sobre o acontecimento. O teólogo norte americano Miceal Ldedwith afirma no livro Quem Somos Nós? Que “a distância entre ciência e espírito nos afeta hoje em dia porque os cientistas nada sabem sobre os ensinamentos do espírito... infelizmente, os cléricos também não conhecem a própria ciência... de modo que não entendem que essas são simplesmente, duas formas complementares de ver a realidade”.

Diante dessa realidade oculta que agora vem à tona, fica claro que ainda estamos muito longe de compreender de fato quem nós somos. O que temos visto até então são apenas facetas de uma só realidade. O que mais prejudica o ser humano nessa realidade esfacelada é que cada um acha que detém toda a verdade e que suas verdades são as únicas que importam, excluindo-se, assim, dos outros e deixando de experimentar outras experiências que, no fim, também fazem parte dele mesmo.

A partir dessa realidade que está sendo conhecida cada vez mais, muitas mudanças irão acontecer no modo como nós concebemos o mundo, no modo como o ser humano se relaciona com seus semelhantes e com tudo que faz parte da vida, fazendo com que o homem tome consciência de se mesmo como nunca antes na história da humanidade, abrindo novas fronteiras para a compreensão da própria vida, da qual fazemos parte, mas que ainda é tão enigmática para nós. Como diz o norte americano Mark Vicente, um dos organizadores do livro Quem Somos Nós?, “mudanças de paradigmas podem também ocorrer na escala humana. Elas podem ser uma coisa tão simples quanto acordar de repente e compreender algo sobre nós mesmos que sempre existiu, mas nunca tínhamos percebido”. E essas mudanças de paradigmas ou conceitos sobre a vida, não acontecem apenas na compreensão humana, mas na sua própria experiência, incluindo coisas grandiosas e maravilhosas à sua forma de viver e entendendo que apenas estamos na ponta do iceberg, quando a questão é quem somos nós?...

Fonte: Via Independente - Modesto Batista

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