QUEM SERÁ SALVO?

QUEM SERÁ SALVO?

“Tu porém, Daniel, encerra as palavras e sela o livro, até ao TEMPO DO FIM; muitos o esquadrinharão, e o SABER SE MULTIPLICARÁ” , Dn 12:4.

“Nesse tempo, muitos hão de se escandalizar, trair e odiar uns aos outros... e, por SE MULTIPLICAR a iniqüidade, O AMOR ESFRIARÁ DE QUASE TODOS. AQUELE porém, que perseverar até o fim, ESSE SERÁ SALVO”. Mt 24:10, 12-13.

Em vários trechos da Escritura Sagrada encontramos flashes apontando para um futuro que, visto agora à luz do século XXI, fica evidente que estamos vivendo dentro daquele contexto escrito há tantos séculos.

A maior dificuldade de vermos as coisas universais é que, na grande maioria, o nosso mundo particular tem se tornado cada vez mais limitado e restrito. O saber ensoberbece, diz a Palavra, e quanto mais sabemos parece que mais nos trancamos no nosso mundo particular. As grandes cidades são uma aparência falsa de comunidade, de sociedade. Nelas cada um tem um pequeno mundo restrito a umas pouquíssimas pessoas. Às vezes o nosso mundo se resume à nossa própria casa, nosso trabalho, algum grupo religioso ou social e pronto. O saber deveria “enlarguecer” os nossos corações, mas, ao invés disso, nos reduz a uma pequena prisão solitária onde poucos nos visitam. O saber tem se multiplicado e com ele a soberba. A Palavra de Deus diz que a sabedoria deste mundo é loucura para Deus, isso porque os valores protagonizados e realçados por esse mundo são irreais e, em geral, fúteis, vãos. Quais os valores mais apreciados hoje pela sociedade, essa sociedade que é a mais avançada, mais conhecedora e globalizada da existência humana? Quais os aspectos humanos mais valorizados e recompensados pela sociedade atual? Faça uma lista e veja que tipo de pessoa é que mais ganha na sociedade atual. Você ficará perplexo. O que se vê é que mesmo o bom conhecimento secular não tem não tem recebido o verdadeiro reconhecimento da sociedade. Pelo contrário, são os valores físicos mais rudimentares e superficiais da raça humana que são reconhecidos e recompensados nos dias atuais. As faculdades mais elevadas do ser humano representam hoje em dia quase que uma anormalidade, uma anomalia, diante do padrão de avaliação reinante. Por outro lado, o amor, o dom sublime, a essência da vida, o pêndulo de equilíbrio de todo o universo humano, tem sido podado em todos os sentidos e até “mudado” na sua essência e estrutura. O que é o amor para a sociedade atual? Hoje se fala até em “fazer amor” como se o mesmo fosse um prazer, um instante, algo que se pode fazer ou deixar de fazê-lo.

Quando os coríntios lutavam entre si para ver quem era mais sábio ou quem tinha mais poder, conhecimento, sabedoria, ou qualquer desses paradigmas da sociedade humana mais rudimentar, o apóstolo Paulo lhes escreve dizendo: “ E eu passo a mostrar-vos ainda um caminho sobremodo excelente” (1Co 13). Paulo não disse: “uma coisa, um estilo de vida, um modo, etc.”, mas um CAMINHO. Ele falou assim, porque caminho é algo que devemos trilhar, andar e viver nele. Não é uma forma ou modo, ou doutrina. O amor não é algo instantâneo, moral ou ético. O amor é essencialmente eterno. O amor é como a vida, jamais acaba. Ainda que eu fale coisas de homens e de anjos, ainda que fale profecias, que conheça mistérios, possua todo o saber, seja cheio de fé, extremamente caridoso a ponto de doar tudo que tenho, ou até mesmo morrer por uma causa digna, nada disso serve de parâmetro para medir o meu grau de humanidade.

A sociedade dos nossos tempos, com seu sistema de consumo abusivo, seus elementos nocivos de medição de capacidade de valores humanos, não se dá conta que perdeu, quase por completo, a maior dádiva da vida, o amor. A multiplicação da iniqüidade, do pecado, da traição, da inveja, da mentira e do ódio, tem cegado o homem e o amor tem se esfriado no coração de muitos. Quando o amor esfria, as outras coisas que são nocivas ao homem se apoderam dele, do seu coração, e arruínam a sua humanidade. Surge, então, no seu interior, um ser animal primitivo, selvagem, que destrói e mata o próximo sem sentimentos de piedade ou culpa. O mistério da iniqüidade opera desde o tempo dos apóstolos, mas nos últimos dIas vai “SE MULTIPLICAR”. Isto significa que a iniqüidade não só operará, mas se multiplicará. Na Inglaterra, país que se intitula cristão, não tem mais lugar para tantos presos nas penitenciárias e assim as autoridades estão enviando os presos para “navios prisão” para viajar pelos mares. O que está acontecendo com a iniqüidade? Ela está se multiplicando. Nos textos do início vemos que duas coisas aumentariam e uma diminuiria, a saber: a ciência e a iniqüidade aumentariam e o amor diminuiria. Hoje temos que discernir o tempo. O nosso coração precisa ser alargado. O nosso mundo precisa ser do tamanho do mundo de Deus. Nos nossos corações precisam caber todos os que cabem no coração de Deus. Isto é um verdadeiro teste para nossa geração. Os sábios, em Daniel, estão “ensinando a muitos”(Dn 11:33), mas alguns cairão “para serem provados”(11:35) e “embranquecidos até o tempo do fim”. Muitos dos que ensinam hoje, possuem trevas nos seus corações, dessa forma, necessitam “cair para serem purificados”. Às vezes, quando somos atingidos por alguém, a sociedade atual nos ensina que devemos odiá-lo. Nesta hora vem a prova! O que está no nosso coração precisa ser purificado, e por isso vem o fogo “embranquecedor”. As pessoas, em geral, não entendem nada do que estamos falando, principalmente quando a purificação, o “embranquecimento” e a provação estão sendo executadas naqueles que amam. Mas “OS SÁBIOS ENTENDERÃO”(Dn 12:10).

Hoje, nós necessitamos fazer algo sugerido em Daniel 12:13: “SEGUIR O TEU CAMINHO” para depois nos levantarmos para receber a herança. Nosso caminho, o melhor caminho, aquele que é sobremodo excelente, é o que foi mostrado pelo apóstolo: o amor. Se seguirmos o amor, sem nunca desistir dele, sem permitir que ele se esfrie em nosso interior, a despeito de todas as provas e do fogo purificador, o Senhor nos diz: “ESSE SERÁ SALVO”.

djalma marques
Enviado por djalma marques em 31/03/2006
Reeditado em 21/03/2011
Código do texto: T131721