MEU ANO VELHO ME DIZ O ANO NOVO

Não há momento mais emblemático e significativo do que aquele que precede às horas que compõem o período entre o crepúsculo e a aurora, fazendo despontar o primeiro dos 365 dias de um novo ano.

Até a meia noite, podemos dizer que trazemos na mala bastante vontade. Após minucioso balanço dos dias pregressos, elaboramos nossos planos e metas para o ano vindouro. E nada mais salutar. Redirecionar o foco, depois de uma análise sistêmica da vida para, em seguida, buscarmos o fôlego necessário, para alcançarmos o melhor de todos os estágios da existência: a plenitude da paz.

Cada ano que vencemos é um bônus de Deus para nossas vidas. Renovar os sonhos é uma atitude, no mínimo, de gratidão, pois são eles que nos movem, impulsionando-nos para frente, deixando-nos mais vivos, movimentando-nos e direcionando-nos para a evolução gradativa.

Após a meia noite, já começa então a contagem regressiva que, ao seu final, num novo ciclo de 365 dias, apresentará mais um balanço contábil pessoal. É assim que seguimos com nossas vidas. Sucessos e frustrações, ganhos e perdas, conquistas e derrotas. Nosso laboratório existencial é essa gloriosa gangorra. Só quem já esteve embaixo saberá melhor aproveitar os momentos de cima, mas igualmente transitórios.

Talvez por isso, essa instabilidade provavelmente entre na conta da sábia obra do Divino Pai, que espera de cada um de nós a maturidade, a seriedade e a vontade de buscar o meio termo, o equilíbrio, passado as idas e vindas. Pois quem de baixo apenas percebe o mundo, faz sua morada nos umbrais, onde não há sol ou estrelas; ao passo que aquele que apenas busca ficar por cima tira os pés do chão e a todo tempo passa a ter a iminente possibilidade de ser vitimado por um providencial tombo.

Compartilhe apenas as vitórias, sem medo de ser feliz, sabendo que as melhores conquistas são as da alma, as quais o efêmero jamais se atreve a apagar.

As vitórias do espírito sobre a matéria são verdadeiros holofotes sobre a vida, são luzes portentosas no caminho e paz inabalável na caminhada.

Quem olha os lírios dos campos certamente não voltará a atenção para as ervas daninhas das lamentações!

A felicidade, legítimo desejo nosso e sempre renovado, não é uma condição como alguns pensam, mas sim uma questão de postura, de atitude e de decisão. Ninguém espere cair do céu o seu quinhão, Deus não tem dívida contraída com nenhum de nós, ao contrário, devemos pela caridade e amor ao próximo quitarmos nossos débitos presentes e pretéritos.

Que tesouro maior obtivemos senão a nossa própria vida?

Quem ainda não sabe o quanto vale é de si mesmo o sovina: pouco sorrindo, pouco amando e, portando, pouco vivendo.

Feliz aquele que agradece a Deus todos os dias pela vida, não apenas nas orações e nas ladainhas, mas também nos pensamentos salubres e, sobretudo nas atitudes voltadas para promover a sua paz e felicidade e a do seu semelhante.

Jairo Lima

Jairo Lima
Enviado por Jairo Lima em 15/12/2008
Código do texto: T1336712
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