REFLEXÓES

REFLEXÕES

A cada findar de ano, ao aproximar-se o tempo de Natal vêm-nos sentimentos diferentes, certas inquietudes, um mixto de inquirições e saudades que não há palavras exatas para que possamos descrevê-las já que não sabemos do porquê desse turbilhão de sentimentos, pois se nos afloram sob mil disfarces. Cada um as sentirá de maneiras diferentes, motivadas por factos que nos marcaram mais profundamente ao correr dos anos, em especial no Natal.

O tempo senhor das tempestades, e das vontades, não tem poderes sobre essa alquimia de emoções que vão se acumulando nos escaninhos da nossa alma ao passar desse mesmo tempo. Assim, como também nenhum tratado de psicologia, jamais desvendou ou desvendará os mistérios que envolvem o eu de cada ser pensante e, tudo o que se disser sobre os segredos da alma não serão mais do que conjeturas ou meras teorias que por mais bem elaborados, serão quais pílulas douradas, mero placebo.

O homem, dizem, é um ser superior aos outros seres pelo facto de pensar. E nisto está a diferença ou o mistério como lhe queiramos chamar, o poder pensar. Quem sou eu para contrariar o que se tornou consenso entre nós humanos. Contudo atrevo-me também a pensar que tal superioridade não se deve simplesmente ao facto de sermos dotados de inteligência, que somos melhores que animais ditos irracionais, ainda que estes estejam também sujeitos aos mesmos sofrimentos físicos, porém livres das inquietudes e sofrimentos da alma. De aí que no plano terráqueo, não vejo vantagem de pertencer ao gênero ao qual pertenço.

Quantas vezes no decorrer da vida não gostaríamos de ser como uma pedra bruta no seu absentismo do mutatis mutandis das coisas e, de barganha, incólume à ação corruptível do tempo.

Acontece que, não somos pedras ou outro mineral elemento, tampouco vegetais ou animais irracionais e é por isso que me vêm este sentir, estas lembranças do que passou, e a tristeza saber de que, o que foi nunca mais será, mas, em contrapartida o grande júbilo pela comemoração do nascimento daquele menino chamado Jesus que, mesmo passados mais de dois mil anos continua a emocionar e instigar todos os homens, independentemente de suas crenças religiosas e classes sociais.

Ele veio para nos ajudar e, dar sentido às nossas vidas, curar as nossas feridas, mas, sobretudo, nos libertar de toda a dor pela ressurreição, ou seja, o triunfo sobre a morte. E aí sim somos realmente mais ditosos que os outros animais. Jesus disse: Eu sou o caminho a verdade e a vida, quem me segue não perecerá.

Eduardo de Almeida Farias

17.12.2008

Eduardo de Almeida Farias
Enviado por Eduardo de Almeida Farias em 22/12/2008
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