Sorrindo e crendo

"D’onde viemos... se pedimos para vir" – são questões indecifráveis,que não interferem contudo na missão real que se apresenta: viver.

Como uma construção, tijolo a tijolo,célula a célula se esticam para o alto e se expandem,respeitando o limite restrito estabelecido pela lei divina.

Cedo amadurecem galhos empurrados por raízes que suprem e apóiam,tanto o ser inexorável quanto angelical, nos momentos de tormenta ou de candura, transfigurando-se compativelmente às expectativas individuais,que se mutam nas horas e nas eras, nascendo ou matando perspectivas.

Em romaria contínua, almas buscando luz, deparamos com obstáculos físicos,a começar pelo casulo que nos envolve,

não diria que nos protege pois a Proteção Superior atinge a essência plena e não a casca fugaz e falsa.

Os transtornos são pequeninos, comparados às delícias da natura,com estoque infinitamente disponível ao proposito da

nossa evolução.

Somos nós a fatia,a própria natureza em amplo desenvolvimen-

to conjunto, e devemos cuidar para que a nossa interferência aprendiz não ameace a sincronia do Universo – o corpo inteiro somatório das fatias.

De alma em alma, confabulando medos secretos,vamos amaciando as pedras do caminho até verterem água santa,para nunca morrermos sem encanto e sem carinho,jamais estrangulando a conquista das almas plenas.

As folhas passarão, as peles, os casulos. Mas a Luz divina – a candeia eterna que nos faz imortais,reina além de toda eternidade e solitude,não nos cabendo, portanto, perdas chulas, momentâneas,superficiais ou caprichosas.

Conduzamos pois, a energia que vem do Alto para o Alto sempre,que lá é a morada definitiva dos filhos crentes no Pai. Bebamos no sofrimento o compadecimento abençoado,

transfigurado pela fé e coragem, no encantamento dos mistérios,dos sonhos, das saudades e das esperanças.

Às questões meramente mundanas e voláteis reservemos nossa paciência, tratando-as com o valor que realmente merecem,

compatível ao tamanho de sua importância.

Entretanto, quando se tratar da emoção que mobiliza os irmãos,e do funcionamento pleno da Mãe-terra, detenhamos o nosso maior,o nosso total AMOR desprendido e, lutemos, não com armas que sangram,mas com as armas que só o AMOR nos dá.

Segredos continuarão sendo segredos, mistérios mistérios, porquês porquês,limitações ídem; nossa agonia utrossim, será aplacada pela força sagrada e dias seguirão as eras de florescimento, dúvidas e descrenças fenecerão na certeza celeste onde a dor transcenderá a força crente.

Sorrindo e crendo,não há fardo que pese, nem suspiro que lastime; não há eco sem resposta ou vida morta na vida.

Santos-SP-08/04/2006

Inês Marucci
Enviado por Inês Marucci em 08/04/2006
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