"As verdades" (Sobre os conflitos)

As verdades surgem amparadas pelas teorias e são rascunhadas por visionários mascarados pelos seus próprios interesses. No passado, os descentes de Noé tentaram eternizar seus nomes construindo a Torre de Babel, num outro passado, não muito distante, dividida pelo socialismo e pelo capitalismo a Alemanha viu-se dividida, pelo Muro de Berlim, em dois grandes blocos. E, numa eterna luta, que só acabará quando não restar mais “donos” assistimos estarrecidos aos conflitos entre israelenses e palestinos.

O homem, com seu poder de racionalizar as verdades; tornou-se uma ameaça potencial ao mundo, basta analisarmos pela lógica: as divisões admitidas tornam-se então objetivos sagrados; questioná-las significa pôr em dúvida a verdade e ignorá-las é a afirmação da negativa de quem a congregava.

E, estas verdades cegas, quando aceitas como sagradas consumar-se-ão em fanatismo. Títeres de uma massa obliterada pela falta de racionalidade, “as verdades” destas representações incitam o ódio mútuo, provocando uma queima de corpos e ideologias.

As divisões, quando feitas pelas mãos do poder, são inquestionáveis; cada qual defende a sua verdade; o individualismo impera, a humanidade perde e a verdade, que deveria por si só constituir o universal (beneficiando ao mundo, logo à humanidade) acaba sendo o estopim de uma batalha sangrenta e infinita: o caos.

Portanto, se todas as ideologias fossem defendidas ao mesmo tempo, cega e vilmente, seria o homem completamente dizimado, e estes conflitos por si só seriam esquecidos; pois não haveria mais história que as registrassem. O fim destas seriam as suas próprias verdades, defendidas até a morte.