Educação: Uma questão de limites

Atualmente vemos que o Limite, considerado o grande vilão desde a década de 70, volta a assombrar os educadores, e por excelência os psicólogos, como um “ente” que se desenvolveu, tornou-se robusto e emancipou-se, criando regras próprias e não se subjugando a nenhuma norma conhecida, o que gera dentro da sociedade, não só um mal estar como conseqüências das mais desastrosas.

O Limite, hoje já extrapola todos os níveis do aceitável, o que não permite mais a própria sociedade ignorá-lo como simplesmente um mal da época!

Cabe a nós, membros da sociedade responsáveis por uma fatia de relevante importância, na formação dos jovens, avaliar com critério esta questão, que urge ser bem compreendida, para que possa ser bem trabalhada.

A escola como instituição responsável pela formação acadêmica, pelo conhecimento formal, também influenciando a formação do caráter e moral dos estudantes, se vê em situação bastante delicada, uma vez que a sociedade parece não assumir a responsabilidade de partilhar este aspecto, deixando de maneira irresponsável todo seu peso nos ombros dos professores, que por mais idealistas que sejam, por mais dedicados e eficientes, jamais poderão suprir a ausência de outros elementos importantes na formação geral de jovens e crianças.

A questão me parece mais complexa do que a primeira vista pode nos sugerir.

Penso que precisamos definir bem o que vem a ser a sociedade, o que ela representa e qual o papel que dela esperamos. Talvez assim possamos colocar alguma luz que ilumine este quadro tão sombrio.

Uma vez bem entendida esta questão, podemos perceber que tudo que diz respeito a este grupo de pessoas ao qual pertencemos, diz respeito a nós também, e, portanto nos chama a comprometer-nos junto ao grupo, pois não há outra forma de viver em grupo a não ser envolvendo-se com ele e articulando-se de tal sorte que tudo em nossa vida possa conectar-se de maneira sadia e harmoniosa.

Quando em alguma medida conseguimos perceber esta inter-relação inseparável entre nós e todas as pessoas que nos cercam, então, só então, abrimos a possibilidade de nos apropriarmos de nossas responsabilidades, e assim nos tornarmos agentes facilitadores na construção de uma sociedade mais humana e justa, que possa assim prosperar de maneira a favorecer todo cidadão.

Uma nação que não zele pela educação de suas crianças e jovens, esta fadada ao caos, porque viverá refém de jovens que não agregam valores e não respeitam nem regras e nem pessoas.

A educação é sem dúvida o melhor caminho para se resgatar a dignidade de um povo e conquistar melhor qualidade de vida.

Educar é responsabilidade de todos nós e um processo contínuo e progressivo.

Arregacemos as mangas e mãos à obra, pois já se faz tarde e não podemos perder mais tempo.

Priscila de Loureiro Coelho
Enviado por Priscila de Loureiro Coelho em 29/04/2005
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