Corrupção - mito e realidade
Embora seja definida como “o uso indevido do poder público para benefício privado”, a corrupção também pode ser descrita enquanto representando a discordância com o princípio da “familiaridade”, o qual ordena que nenhuma relação pessoal ou familiar deve desempenhar qualquer papel na tomada de decisões económica, seja ela operada por agentes económicos privados ou por funcionários governamentais. O princípio da familiaridade é visto como fundamental para o funcionamento eficiente de qualquer organização
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Uma assunção fundamental, mas tácita, que subjaz ao trabalho teorético acerca do papel do sector público, é a de que os funcionários do sector público (tanto os políticos como os funcionários públicos) sabem o que fazem e são neutros e impessoais na procura do bem-estar social
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Mas será que sabem? O que vêem eles como procura de bem-estar social, e o que é que eles próprios consideram como “corrupção”? E no que respeita à sua vontade – ou não – de tomarem medidas contra ela? Estas questões são muito poucas vezes colocadas.
Uma coisa é clara: muito pouca gente está em posição de criticar qualquer pessoa relativamente ao assunto da corrupção. Até em Singapura, supostamente um país com um dos governos menos corruptos, existe corrupção, embora em grau muito baixo. Daí a segunda conclusão a tirar: a corrupção afecta mesmo os governos mais limpos e deve ser evitada constantemente.