Amor Próprio

PALAVRAS DE VIDA

Pr. Th. D., Serafim Isidoro.

O AMOR PRÓPRIO

"...E ao próximo como a ti mesmo"... - Mt. 22.39.

O ser humano é a coisa mais maravilhosa criada no universo. Sua constituição física é a máquina mais perfeita que existe, dotada de recursos magníficos no que tange ao existir, e com capacidade de reprodução. Da cabeça aos pés é um sincronismo inigualável de perfeição. Seu interior, isto é, sua alma e seu espírito (teoria tricotômica) são um dínamo gerador de idéias, de criação, de arte, de sentimentos os mais diversos, possuindo uma vontade própria, espontânea, a que denominamos livre arbítrio.

Neste interior, que originalmente refletiu a imagem de Deus, o ser humano tem virtudes que, quando expostas, ornamentam sua vida, dignificam o seu caráter. O N.T., a Nova Aliança, denomina tais virtudes como sendo o fruto do espírito e as classifica em nove divisões que são: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, e temperança. O amor é o primeiro da lista das virtudes humanas. É o início de um elo, de um fruto, que precisa ser cultivado, desenvolvido, praticado. Da sua aplicação virá o seu desenvolvimento. O amor exige objeto; exige o outro. Se estancado, perde o seu alvo, definha-se, adormece. Não morre, porém perde o seu motivo de ser e dá lugar aos seus antagonistas que são: o ódio, a ira, a inveja e a cobiça.

Na sua consistência original o ser humano foi feito para amar a Deus, o Ser supremo seu criador, origem de todas as coisas. Indagado de qual seria o principal dos mandamentos contidos na Lei Mosaica, o Senhor, Jesus, dividiu o decálogo reduzindo-o em apenas dois mandamentos: "Amarás ao Senhor teu Deus de toda a tua alma, de todo o teu entendimento, de todo o teu coração. E o segundo, semelhante a este é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo". Existe um equilíbrio maravilhoso na aplicação do amor. Ele não pode ter um só sentido, seja o horizontal ou o vertical; seja o amar a Deus ou amar o próximo. Como as asas de um avião, o amor só se equilibra quando dividido entre esses dois seres que são equitativos em essência: Deus e o ser humano.

Amar a Deus a quem não vemos, nos é inato sentimento. Nascemos com ele. Mas amar ao próximo a quem vemos, é algo que necessita ser desenvolvido, cultivado, aplicado, sensorial e conscientemente, utilizado no viver a cada dia. A não ser que se viva num deserto, o que nos seria impossível, relacionamo-nos diária e constantemente com esse próximo, com o outro que, afinal é a nossa imagem em espelho. Se não amo a mim mesmo, nem aos outros amarei. Meu amor segue na medida direta daquilo que me considero. O desenvolvimento do meu caráter, do meu interior, da minha alma, do meu espírito, será esboçado na forma com que me relaciono com o próximo. Afinal, quem odeia tal próximo é porque se odeia a si mesmo. Daí que o outro nos será visto como inimigo.

Mas o Mestre coloca, em outra ocasião, a exigência de que amemos os nossos inimigos. Observe-se a expressão: os nossos; e não os que nos são - inimigos. A antipatia, a aversão seguiu daqui para lá... Não tanto de lá para cá. Quem não se ama, não ama a mais ninguém. A antiga expressão: "Amor com amor se paga" ainda é verdadeira. Cumpridas tais exigências, o ser humano será plenamente feliz. Amando a Deus, amando a si mesmo e ao próximo em medida equitativa, o conseqüente resultado se nos advirá. Ele fez isto. Ele faz isto. O apóstolo João escreveu no Apocalípse que: "Jesus é aquele que nos ama, e que em Seu sangue nos lavou dos nossos pecados".

(47) Só Jesus.

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O Pr. Th. D. Honoris Teologia, Serafim Isidoro, oferece seus livros, apostilas e aulas do grego koinê. E-mail: serafimprdr@ig.com.br