Pequeno comentário sobre a nova mudança na ortografia brasileira

Desde a data de 1º de janeiro deste ano está em vigor o novo acordo ortográfico firmado entre os países de língua portuguesa. Na verdade, trata-se da concretização de algumas mudanças da forma de escrever tanto no Brasil como em Portugal, diferentemente dos acordos anteriores, ou sejam, de 1943 e 1971, que foram efetuados apenas internamente.

Embora este acordo entrasse em vigor em 2009, vinha sendo preparado e discutido desde 1986, somando-se 23 anos, tempo em que as partes envolvidas chegaram a um consenso. A intenção inicial dos países lusófonos seria a unificação da língua portuguesa, em que as diferenças fossem reduzidas ao mínimo possível, o que efetivamente não ocorreu, conforme exemplificam as palavras; refletimos (Brasil) - reflectimos (Portugal) e polêmica ( Brasil)- polémica (Portugal).

A finalidade precípua deste acordo é a eliminação dos sinais, e, segundo os seus responsáveis, os mesmos não expressam nada mais. Esta circunstância gera divergências, uma vez que para alguns estudiosos, o acordo procede, porém para outros, não.

Conforme opinião do literato e professor Evanildo Bechara, titular da área de lexicografia e lexicologia da Academia Brasileira de Letras e decano dos gramáticos brasileiros, líder na etapa final de negociação do acordo: “ - É bom, depois de mais de 100 anos tentando colocar o português nos trilhos do bom senso, já está de bom tamanho”.

Na minha visão, como redator profissional de trinta anos de prática em empresa estatal, sem contar os dez anos escrevendo em jornais da região e mais dois neste espaço literário, considero esse acordo dispensável, pois entendo que cada país deve ter a sua própria nomenclatura e esta elaborada através de normas criadas e aprovadas num consenso único, proveniente do resultado de estudos com a interação do corpo de docentes de todo o Brasil, comprovadamente qualificados, ao invés da participação apenas dos “Papas” das grandes entidades acadêmicas politicamente indicados.

Fonte; Revista VEJA, edição nº 2093, de 31 de dezembro, de 2008.

Demarcy de Freitas Lobato (Em memória)
Enviado por Demarcy de Freitas Lobato (Em memória) em 23/01/2009
Reeditado em 26/01/2009
Código do texto: T1401151
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